quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Opiniões II - A crise na Enfermagem



A Enfermagem atravessa uma crise de identidade, ou se quiserem um deserto, que tem na sua base uma OE obsoleta, desconectada da realidade, onde promove acções de formação sobre a importância do aleitamento a crianças de 4 anos, em vez de gestantes!
A Lei sobre a Educação Sexual das Escolas já saiu, mas não está definido quem a fará, mas a OE em vez de defender que devem ser os Enfermeiros, mais se alheia à tomada de uma posição. Logo não faltará no futuro elementos NÃO ENFERMEIROS a reivindicar a Promoção da saúde como sendo sua!
Incentivem os Enfermeiros a aconselhar os utentes, que para sua segurança não devem fazer pensos ou injectáveis nas farmácias!
Revoltem-se contra o facto dos técnicos de laboratório estarem a fazer colheitas de sangue, usurpando dessa forma as nossas funções!
Denunciem o facto dos técnicos de Rx administrarem corticóides por via EV, aquando da realização de TACs com contraste.
REFLICTAM sobre o número de Enfermeiros que todos os anos se formam a nas Escolas a GRANEL.
Reflictam sobre o desemprego que reina na classe e sobre a EXPLORAÇÃO a que são sujeitos os recém-formados!
ENFIM ACORDEM PARA A REALIDADE
Por um anónimo

18 comentários:

  1. Caro Anónimo,

    Tem toda a razão...a Enfermagemn está atravesar uma crise de identidade...Concordo Inteiramente

    A OE nada faz...a bastonária da OE nada faz...Os enfermeiros nada fazem , o estado nada faz!

    Porque os senhores Enfermeiros até agora também não se preocuparam muito..e agora que estamos mesmo MAL é que deitam as mãos a cabeça!

    Não será tarde???

    Sou recém licencida...desempregada...revoltada. Tirei um curso, não para ter um curso mas porque GOSTO de enfermagem, gosto genuinamente!

    E desculpem-me senhores enfermeiros mas só se preocupam nos vossos aumentos salariais, nos vossos 2, 3 e 4 empregos (quando não tem mais)!

    Nós não temos nenhum senhores enfermeiros! não temos!!!

    Alguém quer saber dos desempregados! de nós que tiramos um curso para nada! que temos um futuro negro a frente! que não podemos fazer planos para futuro! que se não tivessemos pais, ou alguém até agora morriamos de fome!

    Porque o futuro é negro!

    E ninguém se preocupa!!!

    Tem toda a razão Senhor Anónimo....

    ACORDEM PARA A REALIDADE

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  2. Como recém-licenciada e também em busca de um emprego, não posso deixar de concordar com tudo o que a colega Enfermeira disse no comentário anterior!

    É pena é que os Sindicatos não se lembrem de nós e ficamos caídos no esquecimento!

    E andamos nós a pagar à Ordem dos Enfermeiros as quotas, quando não temos rendimentos para nos sustentar! Ou seja, quem paga as quotas são os nossos pais!!!

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  3. Mas para mudar parte deste futuro ainda vamos a tempo ... pelo menos na negociação da carreira ... espero eu.

    Quanto à formação penso que o ano tutelado irá por travão à formação ( novamente espero eu )

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  4. Tens razão a culpa é só dos sindicatos e da Ordem!

    Eu, tu e todos nós não temos culpa de nada do que aconteceu...

    Não temos culpa do que está a acontecer...
    Não temos culpa do que irá acontecer,
    A culpa é SÓ DOS SINDICATOS E DA ORDEM!!!

    Mas... ... ... Espera aí!...


    Eu nunca participei em reuniões do sindicato...
    Eu nunca participei em reuniões da Ordem...
    Eu nunca li os comunicados que o sindicato distribuiam...
    Eu sempre ignorei os dirigentes do Sindicato...
    Eu nunca os apoiei nas suas acções...
    Eu nunca fui ás manifestações a Lisboa...

    Como recem-formados as pessoas anteriores não têm grande culpa na actual situação, mas como a maioria de nós (que agimos por mimetismo) rapidamente se vão tornar iguais a nós se não mesmo piores.
    Já agora qual é a supresa deles? Eles não andaram 4 anos nos centros de saúde e nos hospitais? Não foram capazes de percepcionar a situação que os esperava?

    Para terminar deixo um poema de Bertold Brecht para todos nós pensarmos nas nossas posturas passadas, actuais e futuras e no que estão a passar estes recem-formados:

    Primeiro levaram os negros
    Mas não me importei com isso
    Eu não era negro

    Em seguida levaram alguns operários
    Mas não me importei com isso
    Eu também não era operário

    Depois prenderam os miseráveis
    Mas não me importei com isso
    Porque eu não sou miserável

    Depois agarraram uns desempregados
    Mas como tenho meu emprego
    Também não me importei

    Agora estão me levando
    Mas já é tarde.
    Como eu não me importei com ninguém
    Ninguém se importa comigo.


    Já agora: VOTARAM HOJE?!?!

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  5. Convém dizer que se os colegas não tem emprego a culpa não é dos Enfermeiros que trabalham em mais do que um local.

    Se o fazem é porque são mal pagos! ninguém gosta de estar longe da família ou de passar os dias enfiados num hospital ou numa clínica, de andar a correr de um lado para o outro.

    Aliás existe uma tese de Mestrado de um colega nosso que concluí que existe uma correlação entre o número de horas trabalhadas e número de acidentes em serviço.

    Esse estudo diz algo assim: "Os Enfermeiros que trabalham MAIS do que 35h por semana, tem mais acidentes de trabalho do que aqueles que apenas trabalham 35h/semana".

    A verdade é que a OE, também nesta caso tem CULPA. Pois não defende nem nunca defendeu o ACTO DE ENFERMAGEM, e isso é um dos pilares do problema, pois há outros que não Enfermeiros que desempenham de forma ilegal as nossas funções.

    Basta pensar que as funções de Enfermagem são diariamente usurpadas nos lares. A OE deveria assumir uma posição de força exigindo que os lares tivessem serviços de Enfermagem 24h, de forma assegurar qualidade e segurança aos utentes dessas instituições.

    Nas Escolas deveriam haver um Enfermeiro em cada escola, sempre que o número de pessoal docente, não docente e alunos ultrapassassem por exemplo os 60 indivíduos. Sendo-lhes atribuída entre outras coisas a responsabilidade da Educação sexual.

    Também nos laboratórios as colheitas de sangue e de outros produtos biológicos, deveriam ser feitos por Enfermeiros e não por pessoal sem qualquer qualificação para o efeito, tal como acontece actualmente, havendo também neste caso também uma clara usurpação de funções.

    E de quem é a culpa? mais uma vez é da OE que temos.

    ACORDEM PARA A REALIDADE!!!

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  6. Bravo!! grandes comentários que aqui se leem.. "não mudo uma virgula"... como diz o Santana..

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  7. A culpa não é só da OE, mas reconheço que a mesma é e foi a grande arquitecta do abismo em que nos encontrámos, pois quem apregoa que HÁ FALTA DE ENFERMEIROS EM PORTUGAL, só pode viver numa realidade paralela.

    A OE, impregnada de "elementos" que leccionam nas escolas, baseia-se em dados da OCDE para dizer tamanha BARBARIDADE!

    Só que as mentes brilhantes que por lá habitam, não foram capazes de interpretar esse dados, pois eles contabilizam os Enfermeiros licenciados, os chamados técnicos de Enfermagem (com formação a nível do Bacharelato) e os Auxiliares de Enfermagem ( com formação técnico profissional,

    logo esses dados não são transponíveis para a realidade Portuguesa, onde apenas existe a categoria de Enfermeiro licenciado, e esta É A GRANDE FALÁCIA do reinado de 8 anos da actual Bastonária,

    Direi mesmo que a ENFERMAGEM PORTUGUESA, à semelhança do que aconteceu na Idade Média, atravessa um período de trevas e de retrocesso profissional.

    Mas o que mais me deixa intrigado é que o SEP, tal como a OE e ao contrário do SE, defenda essa mesma ideia! ... E para bom entendedor meia palavra basta.

    A culpa também é nossa vejamos por exemplo o que se passa nas USFs: Os médicos para além do seu vencimento recebem mais 4370 euros por mês e os enfermeiros recebem, quando recebem para além do seu vencimentos mais 275 euros por mês!

    Isto já para não falar que o facto de se passar uma receita, avaliar um Dx, fazer um penso, avaliar uma Pressão arterial, etc. é tudo contabilizado como uma consulta médica. O SE bem avisou mas os colegas fizeram ouvidos de mercador!!!

    Diria mesmo, que gostam de ser explorados, pois sem Enfermeiros não existiriam USFs.

    Isto já para não falar dos colegas que a troco de algumas migalhas (uns euritos) vendem o seu saber a TAS/TAEs e outros que não são enfermeiros, algo que ficou bem patente na actual polémica das farmácias.

    Cheguei em tempos a conhecer um enfermeiro aí de Viana que deu formação na Cruz Vermelha, num curso para Auxiliares de Acção Educativa, e fiquei estupefacto quando soube que ele tinha ensinado as formandas a dar injectáveis por via IM!!!

    Mas a que propósito???? isso faz algum sentido!!!!!!

    Quando somos nós próprios que desvalorizámos o que fazemos, como é que podemos evoluir como profissão?

    Quando damos mais importância a bem estar de terceiros do que ao nosso, como é que poderemos cuidar com qualidade, empenho, e disponibilidade?

    ACORDEM PARA A REALIDADE!

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  8. Sim votei!


    sou jovem mas sou muito consciente dos meus deveres e direitos!

    Também me vão dizer que se calhar sou eu k tenho a culpa de tirar o curso não?!

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  9. NEL: Há uma grande diferença entre ensinar a fazer e fazer...

    Quantos médicos ensinam enfermeiros, farmacêuticos, bombeiros, utentes, ... que os antibióticos devem ser prescritos para as infecções bacterianas??

    Estranho...ninguém pode prescrever...

    Essa das IM não faz muito sentido, mas está-se a exagerar um pouco. Será que o objectivo era que as auxiliares administrassem os injecttáveis?

    É proíbido em acções de formação para não enfermeiros explicar como se algalia, punciona, ...??

    Só os enfermeiros é que têm estes pruridos da treta...é que para uma AAM é importante ter uma ideia de como se algalia, não para algaliar (obviamente) mas para colaborar com o enfermeiro. A verdadeira questão está em definir quem pode fazer o quê ...

    Eu dou SBV para leigos (professores, por exemplo) e costuma explicar o que é e como se faz a EOT - será que estou a cometer um erro grave??? Eu não estou a habilitar ninguém para fazer uma EOT ...como é mais que lógico.

    Quando um médico me fala sobre o tratamento de determinadas patologias, não me passa um diploma a dizer que posso prescrever o tratamento...

    Apontem bem as setas e não disparem a torto e a direito, OK? E cada caso é um caso ...

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  10. Para o anónimo de 13 de Outubro 15.50h:

    "Há uma grande diferença entre ensinar a fazer e fazer...",

    NÃO concordo! já que uma precede sempre a outra, basta apenas praticar!

    Contudo se me disser que há uma grande diferença entre "explicar" o que é e "fazer"... então estamos de acordo!

    No exemplo que refiro na minha intervenção o colega em questão ensinou e pôs as formandas administrarem água destilada umas nas outras!

    O "ensinar" procedeu o "fazer" através da "prática"!

    Logo não entendi o seu "Prurido"!!!

    A não ser que pertença ao grupo em que: "O culpado tem por acusador a sua consciência, pois a culpa é tão feia que ninguém a quer."

    Mas cada caso é um caso, não é?

    ACORDEM PARA A REALIDADE!

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  11. FaçAm como eu que vou desistir desta porcaria de profissão que nos tornámos. Já estou a tirar 2º curso (Gestão ) e sei muito bem para onde vou a seguir.

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  12. Esse Nel...Não deve estar mesmo bem com a vida que tem... E quando vês enfermeiros a suturar...? Ou a executar EOT...? Ou a dizer aos doentes para isto tome aquilo, para aquilo faça isto...? Já não te faz comichão...? Vai tirar medicina que já não precisas de andar com medo que te roubem alguma coisa...

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  13. accaonasaude.blogspot.com

    No passado dia 18 de Setembro, sexta-feira às 12h, estavam em frente ao Ministério da Saúde (MS) cerca de 200 enfermeiros numa concentração convocada pelos sindicatos dos enfermeiros, contra as grelhas salariais propostas pelo MS.

    Os mais distraídos pensarão, só 200?? Há que louvar os que conseguiram marcar presença, no entanto não se podia esperar muito mais que este número, num dia de semana, num dia que nem se quer coincide com greve, ao meio-dia.

    As próprias direcções sindicais afirmaram que o pouco que se avançou nas negociações foi à custa das grandes manifestações e greves. Ainda assim ficou acordada uma divisão na carreira que os enfermeiros não queriam. As direcções sindicais afirmam que foi uma opção táctica, que vão continuar a lutar pela carreira única e agora também contra as grelhas salariais. Com o acúmulo das reivindicações qual a vantagem de convocar uma concentração que à partida não passaria de simbólica?

    O objectivo da concentração era exigir, através de uma moção que “nas reuniões negociais com a CNESE e a FENSE de 21 e 22 de Setembro, o Ministério da Saúde apresente os elementos que fundamentam as suas propostas e opções e evolua de posição.” Ora, os elementos que fundamentam as propostas do MS são fáceis de deduzir: poupar à custa dos trabalhadores da saúde, tal como o está a fazer com todos os outros trabalhadores da função pública (auxiliares, professores, administrativos, polícia...), tentando baixar ao máximo as grelhas salariais, ao mesmo tempo que agravam as condições de trabalho e eliminam a possibilidade da grande maioria de trabalhadores de chegar ao topo da carreira. Esta é a receita do MS para poupar no SNS, estes são os seus fundamentos, independentemente do próximo governo ser um PS com ou sem D. E não deveria o sindicato exigir outra grelha salarial e não os fundamentos desta? Não deveria o próprio sindicato apresentar uma grelha salarial que considerasse justa?

    E será que é esta a táctica que os enfermeiros querem seguir? As exigências e as formas de luta foram discutidas e votadas, democraticamente, em plenários de enfermeiros sindicalizados e não sindicalizados? Ou foi uma decisão exclusiva da direcção do sindicato?

    Já há quem clame por greve de tempo indeterminado. Será a maioria dos enfermeiros? Não se sabe porque as suas vozes não têm sido ouvidas no local certo: em plenários.

    O MAS propõe esses mesmos plenários para que sejam os enfermeiros a decidir o que querem. Apelamos também às direcções dos sindicatos que representam os enfermeiros, os médicos, os auxiliares de acção médica, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, para que as mobilizações sejam conjuntas e não divididas, especialmente agora que as nossas reivindicações são tão semelhantes. O nosso inimigo é o mesmo, juntos temos mais força.

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  14. Para o anónimo das 12.31 de 20 de Outubro:

    Tendo em conta o teor dos meus comentários, não entendo a que propósito vem a sua intervenção!!

    A não ser que os mesmos, tenham ferido o seu delicado orgulho feminino !!

    Só assim se entende o trote agónico do seu palavreado, talvez consequência do reboliço constante da corte onde habitualmente se deleita!

    Falta-lhe o conhecimento de causa, pelo que a sua argumentação reveste de um cheiro nauseabundo, algo caracteristico das insapientes "fuçadelas" no lamaçal, as quais lhe toldaram a capacidade de raciocinio,

    pelo que se deve ficar pela linguagem da sua linhagem (oinc! oinc! oinc!)!!

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  15. Nel... Tanta palavra de "ressabiagem", fala do que escrevi...

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  16. O que falta aí em Portugal é na realidade um consenso e união em torno de objetivos sólidos e práticos em defesa de um bem coletivo para a classe. É claro que cada um tem suas vivências, suas preferências e suas frustações como enfermeiros, mas há direitos e deveres comum a todos, problemas só nossos, devemos nos basear o mínimo possível nas atribuições dos outros profissionais de saúde e defender com competência e embasamento científico a nossa presença na sociedade, sociedade esta diga-se de passagem, que em sua maioria passa pelas mãos da enfermagem ao nascer e nos ultimos dias de vida. Somente nossa união em prol do que interessa à todos é o caminho para uma enfermagem forte e à altura de sua dignidade.

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  17. é curioso... tão evidente e nunca pensamos nisso. Toda a gente ou muita gente passa pela mao dos enf no nascimento e na morte.
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  18. Coren's e Cofen, onde não representação não deve haver taxação!

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