terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ainda se morre nos corredores das Urgências


Em pleno séc. 21, quando pensamos e quando se diz que temos um país avançado em cuidados de saúde, continuam a morrer doentes encostados nos corredores dos Serviços de Urgência dos hospitais portugueses.
Somos capazes de ser reconhecidos internacionalmente em sexologia clínica e cirurgia laparoscópica e ter as melhores Unidades de intervenção de cirurgia cardíaca e gastroenterologia, mas somos os piores no básico e fácil, que é proporcionar dignidade a doentes idosos numa fase final de vida, deixando-os morrer isolados, num corredor, sem que ninguém consiga dar por isso.
E de quem é a responsabilidade?
É dos profissionais de saúde? Não. Com os serviços caóticos ninguém lhes pode apontar o dedo, apesar de correrem sérios riscos de que o façam.
Dos hospitais? Podem eventualmente ter alguma responsabilidade, mas na minha optica não se pode atribuí-la a 100% quando não se oferecem condições a nível de recursos humanos e de infraestruturas.
Do cidadão? Também é, ainda não percebeu que não pode ir à Urgência por qualquer motivo.
Do Estado? Sim. A responsabilidade destas mortes é do Estado que ainda não consegui encontrar alternativas para os serviços de Urgência, não aumenta os recursos humanos e não renova as infraestruturas, preferindo canalizar o dinheiro para, por exemplo, salvar bancos