quinta-feira, 29 de julho de 2010

A erosão nos hospitais

Alcoolismo, burnout, problemas psíquicos, envelhecimento precoce, etc, etc, foram e são alguns dos problemas que me preocupam e sobre os quais dediquei já alguma reflexão aqui no pddse. E não foi porque fica bem falar nestes problemas num blog que pretende abordar alguns assuntos sérios relacionados com a saúde dos doentes e profissionais.
É porque de facto isto assusta-me.
Assusta-me o que vejo.
Assusta-me o desgaste psicológico que vejo em profissionais cada vez mais jovens.
Assustam-me os problemas de saúde graves de alguns profissionais de saúde.
Assusta-me a velhice que já aparentam em idade pré-reforma.
Assusta-me a pressão que é exercida… e que desgasta.
Assusta-me o meu, o nosso futuro.

Será que me imagino enfermeiro com 65 anos anos? Não me imagino e não imagino muitos de vós… Não há condições para desempenhar de forma saudável, pelo menos em quem se preocupa e incomoda com as merdas que acontecem. Ou o segredo está em não te preocupares?! Será esse “O segredo” da Rhonda Byrne?! Não sei, nem saberei tão cedo porque nunca tive lá muita curiosidade em lê-lo, mas isso também em nada interessa.

Sabem o que interessa?? É saber porque raio os enfermeiros têm de responder por toda a merda que acontece num hospital??!
Um doente teve mais de uma hora à espera para ser visto pelo médico, as coisas deram pró torto, Quem é apontado? O enfermeiro.
O doente caiu da maca, o enfermeiro estava na outra ponta a tratar um dos 30 que tinha à responsabilidade, de quem é a culpa? Do enfermeiro
O doente demorou a ser triado, porque há mais 10 em espera à frente, calhou de enfartar, correu mal, quem é o responsável? O mesmo

E não me venham com merdas de vitimização, enfermeiros “coitadinhos, só se sabem queixar”, de “é o vosso trabalho!”, “são as vossas responsabilidades!”.
Temos responsabilidades, assumimos responsabilidades, mas não podemos responder por aquilo que as ultrapassa por falta de condições.
Abram os olhos e vejam senhores administradores, vejam as condições de trabalho dos profissionais, visitem o serviço de urgência durante umas 6 horitas, não peço mais. Aproveitem e visitem agora, no tempo de Verão e deixem de apontar dedos e responsabilizar quem "faz das tripas coração".
Avaliem antes de julgar, pensem antes de apontar.

E é isto que desgasta e é isto que me assusta.
É isto a erosão nos hospitais

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O melro e as mensagens subliminares


No último post, recebi o seguinte comentário do meu fiél seguidor CAPITÃO:
"Os melros competem com os melros, embora tenham de ter muito cuidado com os gatos!" Tal como prometido e do mesmo jeito subliminar, dedico-lhe esta fabulosa ode de Guerra Junqueiro... Deliciem-se e aprendam

O melro, eu conheci-o:
Era negro, vibrante, luzidio,
Madrugador, jovial;
Logo de manhã cedo
Começava a soltar, dentre o arvoredo,
Verdadeiras risadas de cristal.
E assim que o padre-cura abria a porta
Que dá para o passal,
Repicando umas finas ironias,
O melro; dentre a horta,
Dizia-lhe: "Bons dias!"
E o velho padre-cura
não gostava daquelas cortesias.

O cura era um velhote conservado,
Malicioso, alegre, prazenteiro;
Não tinha pombas brancas no telhado,
Nem rosas no canteiro:
Andava às lebres pelo monte, a pé,
Livre de reumatismos,
Graças a Deus, e graças a Noé.
O melro desprezava os exorcismos
Que o padre lhe dizia:
Cantava, assobiava alegremente;
Até que ultimamente
O velho disse um dia:

"Nada, já não tem jeito!, este ladrão
Dá cabo dos trigais!
Qual seria a razão
Por que Deus fez os melros e os pardais?!"

E o melro entretanto,
Honesto como um santo,
Mal vinha no oriente
A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário.

Que grande tolo o padre confessor!

Foi para a eira o trigo;
E, armando uns espantalhos,
Disse o abade consigo:
"Acabaram-se as penas e os trabalhos."
Mas logo de manhã, maldito espanto!
O abade, inda na cama,
Ouvindo do melro o costumado canto,
Ficou ardendo em chama;
Pega na caçadeira,
Levanta-se dum salto,
E vê o melro, a assobiar, na eira,
Em cima do seu velho chapéu alto!

Chegou a coisa a termo
Que o bom do padre-cura andava enfermo;
Não falava nem ria,
Minado por tão íntimo desgosto;
E o vermelho oleoso do seu rosto
Tornava-se amarelo dia a dia.
E foi tal a paixão, a desventura
(Muito embora o leitor não me acredite),
Que o bom do padre-cura
Perdera o apetite!

Andando no quintal, um certo dia,
Lendo em voz alta o Velho Testamento,
Enxergou por acaso (que alegria!,
Que ditoso momento!)
Um ninho com seis melros, escondido
Entre uma carvalheira.

E ao vê-los exclamou enfurecido:

"A mãe comeu o fruto proibido;
Esse fruto era minha sementeira:
Era o pão, e era o milho;
Transmitiu-se o pecado.
E, se a mãe não pagou, que pague o filho.
É doutrina da Igreja. Estou vingado!"

E, engaiolando os pobres passaritos,
Soltava exclamações:
"É uma praga. Malditos!
Dão me cabo de tudo esses ladrões!
Raios os partam! Andai lá que enfim"

E deixando a gaiola pendurada,
Continuou a ler o seu latim,
Fungando uma pitada.

Vinha tombando a noite silenciosa;
E caía por sobre a natureza
Uma serena paz religiosa,
Uma bela tristeza
Harmónica, viril, indefinida.
A luz crepuscular
Infiltra-nos na alma dorida
Um misticismo heróico e salutar.
As árvores, de luz inda douradas,
Sobre os montes longínquos, solitários,
Tinham tomado as formas rendilhadas
Das plantas dos herbários.
Recolhiam-se a casa os lavradores.
Dormiam virginais as coisas mansas:
Os rebanhos e as flores,
As aves e as crianças.

Ia subindo a escada o velho abade;
A sua negra, atlética figura,
Destacava na frouxa claridade,
Como uma nódoa escura.
E, introduzindo a chave no portal,
Murmurou entre dentes:

"Tal e qual tal e qual!
Guisados com arroz são excelentes."

* * * * * *
Nasceu a Lua. As folhas dos arbustos
Tinham o brilho meigo, aveludado,
Do sorriso dos mártires, dos justos.
Um eflúvio dormente e perfumado
Embebedava as seivas luxuriantes.
Todas as forças vivas da matéria
Murmuravam diálogos gigantes
Pela amplidão etérea.
São precisos silêncios virginais,
Disposições simpáticas, nervosas,
Para ouvir falar estas falas silenciosas
Dos mundos vegetais.
As orvalhadas, frescas espessuras,
Pressentiam-se quase a germinar.
Desmaiavam-se as cândidas verduras
Nos magnetismos brancos do luar.
..................................................
..................................................

E nisto o melro foi direito ao ninho.
Para o agasalhar, andou buscando
Umas penugens doces como arminho,
Um feltrozito acetinado e brando.
Chegou lá, e viu tudo.
Partiu como uma frecha; e, louco e mudo,
Correu por todo o matagal; em vão!
Mas eis que solta de repente um grito
Indo encontrar os filhos na prisão.

"Quem vos meteu aqui?!" O mais velho,
Todo tremente, murmurou então:

"Foi aquele homem negro. Quando veio,
Chamei, chamei Andavas tu na horta
Ai que susto, que susto!, ele é tão feio!
Tive-lhe tanto medo! Abre esta porta
E esconde-nos debaixo da tua asa!
Olha, já vão florindo as açucenas;
Vamos a construir a nossa casa
Num bonito lugar
Ai! quem me dera, minha mãe, ter penas
Para voar, voar!"

E o melro alucinado
Clamou:

"Senhor! senhor!
É porventura crime ou é pecado
Que eu tenha muito amor
A estes inocentes?!
Ó natureza, ó Deus, como consentes
Que me roubem assim os meus filhinhos,
Os filhos que eu criei!
Quanta dor, quanto amor, quantos carinhos,
Quanta noite perdida
Nem eu sei...
E tudo, tudo em vão!
Filhos da minha vida
Filhos do coração!!!
Não bastaria a natureza inteira,
Não bastaria o Céu par voardes,
E prendem-vos assim desta maneira!
Covardes!
A luz, a luz, o movimento insano,
Eis o aguilhão, a fé que nos abrasa
Encarcerar a asa
É encarcerar o pensamento humano.
A culpa tive-a eu! Quase à noitinha
Parti, deixei-os sós
A culpa tive-a eu, a culpa é minha,
De mais ninguém! Que atroz!
E eu devia sabê-lo!
Eu tinha obrigação de adivinhar
Remorso eterno! eterno pesadelo!
.................................................

Falta-me a luz e o ar! Oh, quem me dera
Ser abutre ou fera
Para partir o cárcere maldito!
E como a noite é límpida e formosa!
Nem um ai, nem um grito
Que noite triste!, oh, noite silenciosa!"

E a natureza fresca, omnipotente,
Sorria castamente
Com o sorriso alegre dos heróis.
Nas sebes orvalhadas,
Entre folhas luzentes como espadas,
Cantavam rouxinóis.

Os vegetais felizes
Mergulhavam as sôfregas raízes
A procurar na terra as seivas boas,
Com a avidez e as raivas tenebrosas
Das pequeninas feras vigorosas
Sugando à noite os peitos das leoas.
A lua triste, a Lua merencória,
Desdémona marmórea,
Rolava pelo azul da imensidade,
Imersa numa luz serena e fria,
Branca como a harmonia,
Pura como a verdade.
E entre a luz do luar e os sons das flores,
Na atonia cruel das grandes dores,
O melro solitário
Jazia inerte, exânime, sereno,
Bem como outrora o Nazareno
Na noite do calvário!

Segundo o seu costume habitual,
Logo de madrugada
O padre-cura foi para o quintal,
Levando a Bíblia e sobraçando a enxada.
Antes de dizer missa,
O velho abade inevitavelmente
Tratava da hortaliça
E rezava a Deus-Padre Omnipotente
Vários trechos latinos,
Salvando desta forma, juntamente,
As ervilhas, as almas e os pepinos.

E já de longe ia bradando:

"Olé!
Dormiram bem? Estimo
Eu lhes darei o mimo,
Canalha vil, grandíssima ralé!
Então vocês, seus almas do Diabo,
Julgam que isto que era só dar cabo
Da horta e do pomar,
E o bico alegre e estômago contente,
E o camelo do cura que se aguente,
Que engrole o seu latim e vá bugiar!
Grandes larápios! Era o que faltava
Vocês irem ao milho,
E a mim mandar-me à fava!
Pois muito bem, agora que vos pilho
Eu vos ensinarei, meus safardanas!
Vocês são mariolões, são ratazanas,
Têm bico, é certo, mas não têm tonsura
E, nas manhas, um melro nunca chega
Às manhas naturais de um padre-cura.
O melhor vinho que encontrar na adega
É para hoje, olé! Que bambochata!
Que petisqueira! Melros com chouriço!
E então a Fortunata
Que tem um dedo e jeito para isso!
Hei-de comer-vos todos um a um,
Lambendo os beiços, com tal gana enfim,
Que comendo-vos todos, mesmo assim
Eu fico ainda quase em jejum!
E depois de vos ter dentro da pança,
Depois de vos jantar,
Vocês verão como o velhote dança,
Como ele é melro e sabe assobiar!"

Mas nisto o padre-cura, titubeante,
Quase desfalecendo,
Atónito de horror, parou diante
Deste drama estupendo:

O melro, ao ver aproximar o abade,
Despertou da atonia,
Lançando-se furioso contra a grade
Do cárcere. Torcia,
Para os partir os ferros da prisão,
Crispando as unhas convulsivamente
Com a fúria dum leão.
Batalha inútil, desespero ardente!
Quebrou as garras, depenou as asas
E alucinado, exangue,
Os olhos como brasas,
Herói febril, a gotejar em sangue,
Partiu num voo arrebatado e louco,
Trazendo, dentro em pouco,
Preso do bico, um ramo de veneno.
E belo e grande e trágico e sereno,
Disse:
"Meus filhos, a existência é boa
Só quando é livre. A liberdade é a lei,
Prende-se a asa mas a alma voa
Ó filhos, voemos pelo azul! Comei!" -

E mais sublime do que Cristo, quando
Morreu na Cruz, maior do que Catão,
Matou os quatro filhos, trespassando
Quatro vezes o próprio coração!
Soltou, fitando o abade, uma pungente
Gargalhada de lágrima, de dor,
E partiu pelo espaço heroicamente,
Indo cair, já morto, de repente
Num carcavão com silveiras em flor.

E o velho abade, lívido d'espanto,
Exclamou afinal:
"Tudo o que existe é imaculado e é santo!
Há em toda a miséria o mesmo pranto
E em todo o coração há um grito igual.
Deus semeou d'almas o universo todo.
Tudo que o vive ri e canta e chora
Tudo foi feito com o mesmo lodo,
Purificado com a mesma aurora.
Ó mistério sagrado da existência,
Só hoje te adivinho,
Ao ver que a alma tem a mesma essência,
Pela dor, pelo amor, pela inocência,
Quer guarde um berço, quer proteja um ninho!
Só hoje sei que em toda a criatura,
Desde a mais bela até à mais impura,
Ou numa pomba ou numa fera brava,
Deus habita, Deus sonha, Deus murmura!
............................................................
Ah, Deus é bem maior do que eu julgava"

E quedou silencioso. O velho mundo,
Das suas crenças antigas, num momento,
Viu-o sumir exausto, moribundo,
Nos abismos sem fundo
Do temeroso mar do Pensamento.
E chorou e chorou A Igreja, a Crença,
Rude montanha, pavorosa, escura,
Que enchia o globo com a sombra imensa
Dos seus setenta séculos d'altura;
O Himalaia de dogmas triunfantes,
Mais eternos que o bronze e que o granito,
Onde aos profetas Deus falava dantes,
Entre raios e nuvens trovejantes,
Lá dos confins sidérios do infinito;
Esse colosso enorme, em dois instantes
Viu-o tremer, fender-se e desabar
Numa ruína espantosa,
Só de tocar-lhe a asa vaporosa
Duma avezinha trémula, a expirar!
.................................................
.................................................
E, arremessando a Bíblia, o velho abade
Murmurou:
"Há mais fé e há mais verdade,
Há mais Deus concerteza
Nos cardos secos dum rochedo nu
Que nessa Bíblia antiga Ó Natureza,
A única Bíblia verdadeira és tu!..."

Guerra Junqueiro

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Irrrrra!

Muito trabalho, muito calor e muita desinspiraçao. Só passo mesmo por aqui para apontar mais algumas coisas que me tiram do sério sobre a classe.. Só pra me relembrar de nunca ser assim.
Irritam-me enfermeiros graxistas lambe-botas dos chefes.
Irritam-me enfermeiros que gostam de se armar em médicos.
Irritam-me enfermeiros que criticam persistentemente os senhores doutores, dizendo que não fazem um corno, mas depois são capazes de ocupar o seu curto tempo a executar técnicas que são da competência dos médicos.
Irritam-me enfermeiros que criticam os atrasos e demoras dos colegas, mas depois são os primeiros a atrasar-se e a demorar.
Irritam-me os enfermeiros que tratam doentes idosos por "Ó santinho(a)!". (bless you
Irritam-me os enfermeiros (e não só) que dizem "Aquele doente está todo mijado e cagado". (esta já tinha falado, mas é sempre de bom tom relembrar)
Irritam-me os enfermeiros que não sabem merda nenhuma e agem que se fossem os reis da sapiência.
Irritam-me os enfermeiros que defendem a merda da CIPE.
Irritam-me os enfermeiros que se contorcem para orientar alunos e depois lançam-nos às feras e nem se incomodam em investir na preparação da formação.
Irritam-me os enfermeiros que dizem que as especialidades são um absurdo.
Irritam-me os enfermeiros que dizem que a licenciatura foi um absurdo.
Irritam-me os enfermeiros que criticam sindicatos, mas que nunca fizeram um corno para lutar pela classe e nem sequer são sindicalizados.
Irritam-me os enfermeiros que pisam a classe, os colegas, para animar administrações e assim subir no poleiro. Tipo dispensar enfermeiros de turno, para manter rácios saudáveis para as administrações.
Irritam-me enfermeiros políticos.
Irritam-me enfermeiros que têm 127 empregos.
Irritam-me enfermeiros que tratam auxiliares da mesma forma que alguns lacaios médicos tratam enfermeiros.
Enfim, irrita-me muita merda, mas não sou um gajo irritado.
Só para terminar, irrita-me quem critique este post... agora foi para descomprimir, critiquem à vontade. E já agora, contem lá o que vos irrita. Mas não se irritem!!!

sábado, 10 de julho de 2010

A Novela do Sr Salomão


Recentemente enviaram, para um post antigo do blog, um "comentário", que tudo leva a querer que seja mais uma das façanhas incríveis do nosso sistema (laboral e judicial), embora não compreenda alguns lançes, que o autor poderá explicar posteriormente. Pelo seu conteúdo achei que seria importante dar-vos a conhecer. O Sr Salomão faz então a seguinte queixa:

"NENHUM FUNCIONARIO PUBLICO, ESTÁ LIVRE DE PASSAR POR UMA NOVELA COMO A MINHA.
ULSAM+ACSS+ESTADO NÃO QUEREM ASSUMIR ERRO DA LEI 53/2006 E TENTAM ENCOBRIR.
DURANTE 23 MESES ESTIVE ENGANADO NA MOBILIDADE ESPECIAL,SEM ME PAGAREM ORDENADO E A LEI A QUE ESTAVA AFECTO, NÃO ME PERMITIA TRABALHAR PARA O PRIVADO E SEM SUBSIDIOS.
QUEREM ABAFAR O ERRO
E AGORA QUEM PAGA O ERRO?

Sou funcionário público do ministério de saúde (ULSAM), estive em mobilidade especial (lei53/2206) involuntariamente, durante 23 meses. A secretaria-geral nunca me pagou nada, dizendo que o meu processo se encontrava em análise, a lei a que estava afecto (53/2006) não me permitia trabalhar para empresas privadas. Puseram-me na miséria total, vendi tudo para sobreviver e estou endividado, perdi a minha casa, pedi comida a porta do GAF, no meio de toxicodependentes e alcoólicos para marcar a vez de chegada, debaixo de chuva e frio, tinha que fazer 3 km por dia a pé para alimentar a minha família. No fim a secretaria-geral do ministério de saúde ( Dra. Sandra Cavaca) decretou nulidade, remetendo-me para a unidade local de saúde do alto Minho (hospital de Viana do Castelo) onde eu era auxiliar de apoio e vigilância, e todas os direitos de indemnização teriam que ser feitos ao hospital, que cometeu o erro de me enviar e publicação no diário da republica, a minha colocação em sme. Por sua vez o presidente da ULSAM Dr. Martins Alves, não assume o erro descartando-se de que o erro é cometido por a administração central do serviço de saúde (ACSS). Ando em tribunal administrativo de Braga e nada se resolve, está agendada nova audiència para dia 16 Novembro de 2010, que tenho que provar que passei fome, que vendi tudo para sobreviver e que estou cheio de dividas de prestaçoes que não pude cumprir e estou com medo que ainda vou perder o processo com o estado,em suma passei de funcionário publico a miserável. Fui admitido de urgência novamente no hospital e ao fim de 16 anos de quadro da função pública ganho 485 euros e ainda estou no 1º nível e estou com o ordenado penhorado em 320 euro mês, tudo por um engano que não foi meu, eu só queria regressar ao trabalho. Em 2600 casos em mobilidade especial, eu fui o unico desgraçado, tenho vergonha do meu país.
Bem hajam
Atenciosamente
Salomão Mário d'Almeida Santos e Vasconcelos Mendes
tlm 916346420
B.I. Português
Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga
PS: durante este periodo enviei vário emails a pedir ajuda ao Exmo sr Primeiro ministro José Socrates,e a Ministra da saúde