quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cultura machista nos assistentes operacionais

Ser assistente operacional ou melhor, ser uma boa assistente operacional não é nada fácil. Elas trabalham que se fartam. Reparem que estou a realçar o sexo feminino, porque também há assistentes operacionais masculinos.
No fundo pertencem todos a mesma carreira e todos têm ou deveriam ter os mesmos deveres funcionais, no entanto elas aspiram e limpam o chão, limpam armários, bancas e WC´s. Aquecem, preparam e dão refeições aos doentes. Vestem, despem e lavam doentes. Desinfectam e fazem camas. Transportam o que for necessário, inclusivamente macas. Colaboram nos diferentes cuidados médicos e de enfermagem como p.e. algaliações, entubações, aspirações, punções, posicionamentos, banhos na cama etc. Têm responsabilidades na esterilização, roupa de doentes e fardas de enfermeiros. Lavam e desinfectam material e repõem caso seja necessário. Transportam e colocam arrastadeiras e urinóis, limpam vómitos, reúnem o lixo, mudam os sacos de lixo, etc etc..
Os assistentes operacionais homens transportam macas e um ou outro tipo de material e repõem material (a maioria contrariado... dizem que não faz parte dos seus deveres). Quando um toma a iniciativa de fazer algo que está "subentendido" ser função da assistente operacional mulher, é criticado pelos seus colegas homens.
A culpa não será deles, a culpa é de quem instituiu ao longo dos anos uma certa cultura machista dos assistentes operacionais  homens ("maqueiros") e de quem é responsável pela gestão e formação de recursos humanos. Conheço alguns hospitais, principalmente da zona norte onde esta cultura não existe. Assistentes operacionais são todos, com as mesmas funções, independentemente do sexo. Se um assistente operacional homem tiver que mudar uma fralda fá-lo, tal como a assistente operacional mulher o faz.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O funcionário ausente

O funcionário ausente é aquele que recebe o vencimento por trabalhos não prestados.
Por outras palavras é pago, mas não trabalha… nem sequer põe os pés no trabalho… não faz um corno, népia, zero, rien.

E perguntam vocês como é isso possível? Também quero!
Então metam-se na política e no sindicato e adquiram uma licença de dispensa vitalícia…

Crise? Qual crise? Este é o pais do xico esperto e dos xicos burros que permitem este tipo de vergonha.
Eu tinha vergonha na cara…

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Desabafo urgente

Caro Guilherme e restantes colegas do SU do HSL (ULSAM). Por momentos achei que já tinhamos batido no fundo e era impossivel piorar, enganei-me. Aquilo que era desrespeito pela dignidade profissional dos enfermeiros transformou-se em violação da dignidade humana das pessoas que exercem enfermagem naquele serviço. Acontece que agora já sou mais cauteloso quando me questiono se será ainda possivel piorar mais, pois acredito que embora díficil basta pensar um pouco para encontrar uma ideia manhosa para tapar mais um buraco.

Outra questão que me coloco é até quando isto irá continuar?
Obviamente que não consigo responder. Todos os meus anteriores prognósticos foram totalmente erróneos.
A equipa de enfermagem está totalmente fraccionada e desgastada, que nem para lutar consegue arranjar forças, torna-se facilmente manipulável. A maior parte dos colegas perdeu o respeito por si próprios.

Reconheço que mesmo nestas condições parte significativas dos colegas conseguem manter um nível de qualidade e profissionalismo magnificos. Agora peço-vos um esforço mental para imaginar enfermagem de urgencia/emergência se se cumprissem algumas metas fundamenais:

- racios seguros;
- horários normais (35h/semana);
- formação em serviço;
- supervisão clinica em enfermagem;
- organização dos medicamentos e material de consumo clinico;
- integração e acompanhamento dos elementos recém-chegados;
- equipa de transferência de doente crítico;
- reuniões de serviço para aferir formas de actuação, resolver confiltos e estabelecer objectivos alcansáveis;
- manutenção adequados dos equipamentos;
- dotação de Assistentes Operacionais adequadas;
- orientação desses mesmos Assistentes Operacionais sobre estratégias de trabalho e objectivos a atingir;
- Reuniões multiprofissionais para construir objectivos e estratégias comuns (respeito efectivos pelas várias classes profissionais, nomeadamente os menos diferenciados, porque como seres humanos são iguais ao director de serviço ou ao primeiro ministro)
...
.....

Ops, desculpem estava a sonhar!
Voltando à realidade.
Este comentário serve apenas para desabafar. Não vai trazer qualquer mais-valia. Tem o valor que lhe os leitores lhe queiram dar. Para mim ajudou a fazer um pouco se psicoterapia.

Não me identifico por razões óbvias.
Perguntarão vocês porquê? E eu repondo... Já vi coisas que pensei não serem possiveis.