terça-feira, 4 de agosto de 2009

Crónicas estapafúrdias Vol. VIII - O Cunólogo


As luzes do corredor já tinham sido desligadas, a urgência já andava a meio gás. Pouco passava das 4h da manhã, hora de relativa paz, quando um jovem nos visita com uma ferida feia. Tinha-se zangado com a namorada e decidiu concentrar a sua fúria num copo, partindo-o com a mão. Dr.Q, ortopedista (não sei se se recordam) foi chamado, pois o flexor tinha sido atingido. Acompanhado pelo Dr. J, assiste o jovem azarado. Mais fo#$-se , menos ca%&lho, a história foi mais ou menos assim,
Dr.Q - Então, ca#$lho! Que é que você faz aqui a estas horas?! Questiona enfurecido.
Jovem azarado - Ahh.. Doutor, responde acanhado, Parti um copo com a mão.
Dr. Q - Fo#&da-se... e que é andavas a fazer com o copo, ca&$lho?!
Jovem azarado - Zanguei-me com a namorada.

Dr.J, explorava a ferida, enquanto Dr.Q continuava o interrogatório, cada vez mais minucioso. A revolta de ter sido acordado tinha-se atenuado devido aos contornos interessantes do infeliz episódio.

Dr. Q - A tua namorada deve ser fo%$da! O que é que ela faz?

Jovem azarado - Ahh... Tem um estabelecimento em Valença...

Dr. Q - Um estabelecimento em Valença?! Não me digas que tem uma casa de putas?!

Dr. J e o enfermeiro hesitaram entre a gargalhada e o silêncio, mas não aguentaram. Até o próprio interrogado esboça um sorriso, talvez fosse melhor não levar a mal, afinal de contas era a sua mão que estava em jogo. Responde, por fim, após a risota geral,

Jovem azarado - Ahh.. não.. É uma casa de meninas.

Dr. Q - Meninas... pois. Então o que é que tu fazes lá?

Jovem Azarado - Humm... estou lá...

Dr. Q - Estás lá?! returque pouco convencido. Não me digas que és o cunólogo.

E a gargalhada foi ainda maior... e a história fica por aqui... é melhor

5 comentários:

  1. apesar de ser mto pouco etico (nada mesmo)...teve piada :D

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  2. Benvindo de volta guilherme.
    Infelizmente o desrespeito é prática comum nos nossos serviços de saude. O abuso cometido pelos profissionais de saude só ocorre porque a população que servimos é pouco instruida. Faltam reclamações no livro. Não consigo rir nem um pouco deste triste episódeo. Já dizia a minha avó que a educação não se vai buscar à faculdade.
    Mas não acontece apenas com os médicos. O complexo de superioridade atinge muitos dos que vestem de branco, perante uma pessoa fragilizada em situação de doença. A um nivel menos grave, deixo o exemplo com o qual me deparo diariamente, e que me faz confusão, que é muitos colegas tratarem os doentes por "tu".
    Relativamente ao post, deixo no ar as questões: no consultório privado o médico teria este discurso?
    Então esta postura não será fruto de uma politica intitucional que protege a má prática?
    Continua com o bom trabalho, Guilherme.
    Um abraço.

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  3. Boas!
    O problema não é a falta de reclamações no livro. É a falta de reclamações bem construidas e fundamentadas. Isto de facto deve-se à falta de instruão da população. Tenho a noção que reclamaões não faltam, umas com razão, mas grande parte sem razão ou fundamento. Lamentavelmente também temos as reclamaçoes que fazem todo o sentido, mas não vemos medidas a ser tomadas.
    Claro que este episodio não é pra rir. mas confesso que não pude evitar.
    Se fosse numa clinica particular?! talvez andassem com o doente ao colo se fosse preciso... eles ate saem do hospital em horario de trabalho, para ir para o privado.... isso para mim é que ainda é mais grave... mas isso é outra historia... talvez tema para um post futuro.
    quanto a colegas trartarem doentes por tu, também acho mal... principalmente adultos e idosos,como tambem ja vi... mas acho q são raros os casos
    obrigado
    Abraço

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  4. Foooogggooo. Até dói. Tanto a mão como o médico! Só isso e tratarem doentes por TU como se fossem amigos de longa data.
    Grandes crónicas ;)

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  5. Está divinal...Pouco ético mas divinal...Esmiuçado até ao caralho! Parabéns pelo blog. Adorei

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