terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Discussão sobre a futura carreira - Take 1 - Um Teatro no Museu


No passado dia 23 estive presente em Braga, no Museu D. Diogo de Sousa, num Plenário organizado pela Secção Regional Norte da Ordem dos Enfermeiros, naquele que se esperava que fosse um debate sobre as questões que envolvem a futura carreira de Enfermagem.

O que aconteceu foi tudo menos um debate, foi um espectáculo deplorável, foi um daqueles momentos que me deixou perplexo com o quão baixo algumas pessoas conseguem descer e me fez envergonhar por pertencer à mesma classe destas pessoas que estavam na plateia.
Como é possível estes enfermeiros e enfermeiras exigirem respeito e união, se logo à partida eles próprios rasgam essas premissas?

O que se esperava que fosse um encontro de (re)conciliação, discussão, partilha de ideias e acima de tudo, exposição de perspectivas e interpretação de todos os condicionalismos que envolvem a construção de uma carreira, acabou por ser um teatro bem encenado, marcado pelo achincalhamento, principalmente ao Presidente do SEP, José Carlos Martins (JCM). Acabou por ser, para ele e para o SEP, um presente envenenado, que decerto o deixou derrotado e possivelmente descrente.

Alguns dos intervenientes, ou artistas (acho que encaixa melhor) faziam transparecer que eram super enfermeiros e enfermeiras, que adoravam a profissão e adoravam as "suas equipas" e os "seus enfermeiros". Eu pergunto, será que se consegue ser assim tão bom, quando não se tem o básico - que é o respeito pelo outro? 
Pegavam no micro e começavam a disparar farpas, berravam e levantavam o dedo em riste, como se estivessem a repreender e confrontar um filho. 
Desafiavam até para a troca de cargos no imediato!! Eles e elas sim, iriam conseguir mudar o rumo da Enfermagem em Portugal!
Provocavam e ofendiam e no fim tiravam selfies com o auditório do Museu como pano de fundo, para pôr de troféu no Facebook, para os seus admiradores meterem o maior número de likes possível, tipo celebridade!

Fui para casa a pensar que é nestas alturas que o título deste Blog faz todo o sentido... Senti-me desmotivado e revoltado ao estar a assistir àquele circo, mas não poderemos valorizar apenas o que consideramos negativo, há o outro lado também na classe.

Acredito nas boas intenções do Presidente da Secção Norte, justificadas pela intervenção inicial onde apelou à união e ao bom senso dos intervenientes, "sem stresses" e que colocassem de lado toda a revolta evidente, mais notória nas redes sociais. Foi para mim, aliás, uma das poucas pessoas que esteve ao nível neste encontro entre Sindicatos/Ordem e individualidades famosas facebookianas.

JCM tentou numa fase inicial abordar questões que envolvem a construção de uma carreira, realçando o facto de esta não se circunscrever apenas a uma grelha salarial. Salientou outros domínios, nomeadamente a formação, as dotações seguras, a penosidade e o desenvolvimento profissional. Foi de facto (mal ou bem) o único sindicalista da mesa que falou da futura carreira em concreto, todos os outros apenas referiram o que já é sabido, que é a defesa de uma categoria de enfermeiro especialista.

JCM acabou por exacerbar o seu defeito, que até pode ser considerado uma virtude, tem de facto um raciocínio e discurso extremamente rápido, o que por vezes leva à incompreensão, como se verificou pela queixa de uma das intervenientes. Também é certo que essa senhora e a grande maioria presente não estava ali para ouvir JCM, estava para apupá-lo, interrompê-lo no raciocínio e prejudicá-lo no desenvolvimento do seu discurso.
Não é fácil falar para uma larga audiência, ainda pior o é quando se é vaiado.
JCM teve azar, pois tudo começou mal com a falha dos audiovisuais que lhe roubaram minutos preciosos para a sua exposição e depois andou a correr contra o tempo, falando demasiadamente rápido. Quis cumprir com o tempo que lhe deram, ao contrário de outros que não cumpriam e falavam e falavam mas nada de novo diziam.
Mas pelo menos falou da carreira, enquanto que o Presidente do SE manteve o seu discurso divagante, provocador e egocêntrico, centrado no passado e obcecado continuamente pela Enfª Maria Augusta, penúltima bastonária. A Presidente da ASPE e o Presidente da Sindepor, fizeram basicamente campanha pura, apelando às sindicalizações nos seus sindicatos recém-formados.
Este facto também é perfeitamente compreensível, porque vendo bem, eles foram responder às questões da moderadora do Plenário, que não foi capaz de conduzi-los para o que de facto interessava. Não estávamos ali para ouvir as diferenças que os novos sindicatos trazem, estávamos lá para ouvir novas perspectivas para a construção da futura carreira.

Aqui surge o que para mim foi o pior deste Encontro, que foi a moderadora, por sinal jornalista. 

Como é possível alguém que tem no seu código profissional o dever de isenção, ser completamente tendenciosa??! Como é possível, neste contexto alguém que vá moderar um evento desta índole, perguntar - "porque é que o SEP tem sempre a mesma cassete, está constantemente preso à geringonça política e não se une a outros sindicatos e se senta à mesma mesa negocial?!"
Foi ao JCM como poderia ter sido a qualquer outro líder sindical, que seria um absurdo e de uma provocação tamanha, tal pergunta.
A reacção na plateia e na mesa foi de estupefacção por um lado e de riso e escárnio por outro. Curioso também o facto desta senhora jornalista apenas ter provocado o dirigente do SEP, salvaguardando todos os outros.
Há quem diga já, que esta senhora jornalista é da confiança da Sr Enf Bastonária. Não sei se será ou não, mas que parecia haver alguma intimidade, lá isso parecia.
Curioso também o facto de apenas terem tido a oportunidade de intervir aqueles que estavam pela defesa da categoria de especialista e aqueles que eram anti-SEP. 
A moderadora foi incapaz ou não teve a habilidade de procurar alguém que defendia a outra perspectiva, mesmo quando vários dirigentes do SEP pediam para intervir. Quero acreditar que não tenha sido propositado, mas que foi lamentável, isso não tenho dúvidas.

A mensagem transmitida pela Sr Bastonária, foi a que já é conhecida. Temos uma Ordem que se inclina para matérias sindicais, justificando esse facto, pela procura daquilo que é o mais benéfico para os enfermeiros. Mantêm a pressão e a vontade incondicional da categoria de enfermeiro especialista e pretendem, tal como o MNEESMO estar presentes nas negociações como observadores. Em cada frase proferida por Ana Rita Cavaco (ARC), era uma euforia na plateia a fazer lembrar os concertos dos Beatles. Foi de tal forma intensa que a própria Bastonária pediu para se acalmarem os ânimos, senão não conseguia acabar o discurso previsto. Era uma plateia de extremos, ora vaiava quando o JCM abria a boca, ora aplaudia quando ARC juntava 3 palavras. O aspecto menos negativo que o SEP poderá retirar de tudo aquilo, é que provavelmente 3/4 da plateia eram ELOS da Ordem, ou simpatizantes e apoiantes incondicionais da Ordem.
Eu não tenho nada contra a Ordem, mas também não estou a favor, não me revejo nestas posturas e principalmente nestas formas e meios para atingir um fim.
Eu defendo uma Ordem que de facto se preocupe e manifeste pelas questões sindicais que envolvem os enfermeiros, mas também defendo uma Ordem que dê espaço aos Sindicatos. Ok... Querem ser observadores, tal como o MNESMO?! Que sejam! Analisando bem a situação, nem vejo grande mal, porque dessa forma, talvez comecem a perceber a complexidade de uma mesa negocial. Talvez comecem a perceber que por muito que se queira e exija, eles (Governo) é que têm a faca e o queijo na mão e impõe de um momento para o outro caso queiram. Talvez comecem a perceber o sentimento, quando eles (Governo) falham com o compromisso, falham com a palavra e dessa forma talvez deixem de atacar tanto os sindicatos (neste caso o SEP, que é o mais atacado) e passem a protegê-los, porque quer queiram, quer não, são eles que têm assento para a negociação.
Sobre a categoria de enfermeiro especialista eu compreendo perfeitamente os dois lados da barricada. Percebo o porquê de se querer uma categoria de especialista, mas também percebo os condicionalismos que daí advêm, com as implicações/limitações para a categoria de (apenas) enfermeiro, principalmente a nível remuneratório. Isso será matéria para o próximo post...

Temos que ser realistas, a tão desejada união, o entendimento entre sindicatos, nestas condições é impossível, infelizmente.
Como querem ir para uma mesa negocial em conjunto com o governo, se há interpretações divergentes?! Se não há propostas e projectos comuns?! Isto não torna logo à partida, inviável a união sindical??
Sejamos pragmáticos e justos. Se o SEP defende uma perspectiva, ninguém os pode obrigar a alterá-la apenas para que haja o tal consenso sindical que muitos falam, para todos se sentarem à mesma mesa.

Muitos poderão acreditar que é com este estilo da provocação, ofensa por um lado e populismo por outro, que chegaremos a algum lado. Eu não acredito, mas se assim for, que seja.

5 comentários:

  1. CONCORDO. É LAMENTÁVEL ESTA POSTURA DOS ENFERMEIROS. PODEMOS NAO CONCORDAR UNS COM OS OUTROS, MAS DEVE DE HAVER ELEVAÇÃO QUANDO ESTÁ EM CAUSA ASSUNTOS DE UMA CLASSE PROFISSIONAL. NÃO CONCORDO COM MUITA COISA DO SEP NEM DO SE, NO ENTANTO RESPEITO AS SUAS POSIÇÕES, POIS SAO ELES QUE ESTÃO NO TERRENO E EU NAO ESTOU EM CONDIÇÕES DE OS SUBSTITUIR, PELO QUE APENAS ME SINTO NO DEVER DE CRITICAR CONSTRUTIVAMENTE E RESPEITAR!!!

    TAMBÉM CONCORDO QUE HÁ UMA PREOCUPAÇÃO MUKTO GRANDE COM OS ESPECIALISTAS, ESQUECEM-SE, NO ENTANTO QUE A MAIORIA NAO SAO ESPECIALISTAS E SE NAO REIVINDICAREM PARA OS GENERALISTAS A LUTA VAI PARAR!!!

    POR ISSO SEMPRE FUI A FAVOR DE SE NEGOCIAR UMA CARREIRA ONDE PARA O EXERCICIO PROFISSIONAL SÓ PODERIA SER PARA ESPECIALISTAS, OU S4JA O ACESSO À PROFISSÃO, TAL COMO NA PRÁTICA FAZEM PARA OS MÉDICOS. DEVERIAM NO INICIO PASSAR AQUELS QUE POR EX4MPLO TEM MAIS DE 10 ANOS DE PROFISSAO A ESPECIALISTAS, PORQUE NA VERDADE QUA?QUER ENFERMEIRO QUE EXERÇA HÁ MAIS DE 10 ANOS JÁ É ESPECIALISTA NA SUA ÁREA DE INTERVENÇÃO. REFORMULAR ASSIM AS ESPECIALIDADES, E DAR FORMAÇÃO A ESSES ENFERMEIROS E OS PROXIMOS FARIAM O INTERNATO PARA ESPECIALISTAS E PODEREM 4XERCER A PROFISSAO, FOI ASSIM COM OS MÉDICOS, POR ISSO QUANDO TÊM QUE IR PARA A LUTA VAO TODOS, NÃO HÁ MEDICOS DE 1 E 2 .

    COM OS ENFERMEIROS A CONTINUAR ASSIM VAMOS TER ENFERMEIROS DE 1 E DE SEGUNDA .....INFELIZMENTE JÁ SE COMEÇA A VER AO FUNDO DO TÚNEL TAL COISA....ATE O MINISTRO NEGOCEIA DANDO QUA!QUER COISA AOS ESPECIALISTAS E PRONTO O RESTO FICA COMO ESTÁ, ATE PORQUE OS DE CUIDADOS GERAIS ESTAO CANSADOS E ACEITAM FICAR COMO ESTÃO.....

    POR TUDO ISTO É QUE EU DIGO: porque deixei de ser enfermeiro....e pelo andar da carruagem não estou arrependido, mas fico triste ao ver a enfermagem chegar a esta situação, pois sei muito bem o valor que têm os enfermeiros,e serei s4mpres enfermeiro no coração.

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  2. Neste momento vive a enfermagem em águas estagnadas à superfície mas turbulentas e turvas na profundidade dos gabinetes onde grupos de interesses vários estão organizados e activos na manipulação dos bastidores e das massas de enfermeiros prestadores de cuidados.
    Enfermeiros, esses, exaustos pela falta de condições e resignados a cumprir ordens das chefias e direcções e a tentar aguentar o próximo embate com que vão levar.
    Massas de enfermeiros sem capacidade de reflectir e sem compreensão do que lhes está a acontecer, seja por falta de tempo para parar e pensar, seja por falta de conhecimento do que está em jogo ou desconhecimento dos jogos nos quais estão envolvidos sem saber.

    Há perguntas que têm de ser feitas:
    Porquê de tantos novos sindicatos, agora que a nível europeu existe um enfraquecimento do movimento sindical, quando já há anos que os sindicatos têm dificuldade em angariar dirigentes e delegados?
    Quais são as novas ideias deste “novos” sindicatos?
    Dividir para reinar? Em vez de melhorar o que existe, enfraquece-lo?

    Porquê de tantas reuniões marcadas à pressa pela Ordem para Lisboa para criar nova figurar na enfermagem como o enfermeiro com Competência Acrescida Avançada em Gestão?
    Assembleia Geral dos Enfermeiros com 0,1% de presenças, convocada com 48h de antecedência, às 17h de 1 de Janeiro (feriado).
    O que esconde a Ordem?!?!?!
    Porque se esconde?
    Para dar resposta às clientelas instaladas de enfermeiros "gestores" de modo a que a nova carreira os reconheça como supra-sumos da enfermagem e assim se crie mais uma divisão/clivagem numa enfermagem de 1ª e outra de 2ª e de 3ª.
    Não acreditam?!?!?! Consultem os links.
    http://www.aenfermagemeasleis.pt/2018/01/30/regulamento-da-competencia-acrescida-avancada-em-gestao-ordem-dos-enfermeiros/
    https://www.tsf.pt/lusa/interior/associacao-de-diretores-de-enfermagem-quer-criacao-de-carreira-de-enfermeiro-gestor-9093348.html

    Onde estão as novas especialidades que tanta falta faz? A Ordem não as deveria ter já em campo?
    Onde está a criação da competência acrescida diferenciada (para enfermeiros de cuidados gerais) e avançada (para enfermeiros especialistas).
    Onde estão as criadas as especialidades de Enfermagem Paliativa, Enfermagem Perioperatória e Saúde Familiar.
    Claro que urgente é manter os enfermeiros atrapalhados e sem tempo para observar e meditar no que se passa à sua volta.

    E a Acreditação da Idoneidade Formativa dos Contextos de Prática Clínica? Isso não é urgente?
    Continuam os alunos a pairar nos serviço, considerados como "estorvos" ou como mais uns para ajudar a substituir os enfermeiros em falta?

    Porquê tanta pressa em avaliar os enfermeiros (prestadores de cuidados), quando há 4 e 5 anos as chefias se recusaram receber Relatórios Críticos de Desempenho de alguns enfermeiros?
    Preocuparam-se com os enfermeiros assim tão de repente? Ou querem é ter avaliação positiva e para isso têm de obrigatoriamente avaliar os enfermeiros?

    Se antes éramos manipulados pelo medo e pela ignorância, agora somos manipulados pelo excesso de informação e pela incapacidade de a compreender e saber qual o seu real objectivo. E nisto a exaustão, a falta de tempo e o facebook ajudam imenso.

    O fulcro da enfermagem deixou de ser a pessoa e passou a ser a organização e as necessidades desta. Vamos deixar de ter tempo para ouvir as pessoas/famílias, mas vamos realizar cliques e registar Gigabytes de informação sem utilidade, vamos ser meros executores de procedimentos para dar resposta à cadeia de produção de GDH's, vamos realizar todas as técnicas que os médicos não quiserem e no final vamos ganhar mais um enfermeiro Competência Acrescida Avançada em Gestão,
    E menos um onde faz falta, a cuidar de doentes.

    Precisamos de parar e pensar o que estes senhores querem DE NÓS (enfermeiros).
    Precisamos de parar e pensar o que estes senhores querem PARA NÓS (enfermeiros).

    Mas nós, cansados e resignados, só queremos mais uma folga, um fim-de-semana livre ou menos um turno, ou menos uma noite, e até mais um adicional.

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  3. SOU CONTRA A DIVISÃO DA PROFISSÃO EM CATEGORIAS.
    EXERÇAM AS FUNÇÕES DE GESTÃO EM COMISSÃO DE SERVIÇO (POR CONCURSO) E COM LIMITAÇÃO DE MANDATOS (4 BIÉNIOS SUJEITOS A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 360º = 2+2+2+2).
    NÃO PRIVILEGIEM AS FUNÇÕES DE GESTÃO DE RH/UNIDADES EM DETRIMENTO DAS FUNÇÕES DE PRESTAÇÃO/GESTÃO DE CUIDADOS. BEM SEI QUE A PRESTAÇÃO/GESTÃO DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM É MUITO COMPLEXA, EXIGENTE, PENOSA E DE RISCO. É A ESSÊNCIA DA NOSSA PROFISSÃO.
    "De todos os hábitos a que nos entregamos, um reina sobre todos os outros no que se refere a malefícios quanto ao mundo futuro. É o hábito de ter chefes. O medo das responsabilidades, o gosto de se encostar aos outros, o jeito mais fácil de não ter que decidir os caminhos fizeram que a cada instante lancemos os olhos à nossa volta em busca do sinal que nos sirva de guia. Quando surge uma dificuldade de carácter colectivo, a primeira ideia é a de que devia surgir um homem que tomasse sobre os seus ombros o áspero martírio de ser chefe. Pois bem: pode ser que isto tenha trazido grandes benefícios em outras crises da História; nem vale por outro lado a pena saber o que teria sido a dita História se outras se tivessem apresentado as circunstâncias. Mas, na presente, a verdadeira salvação só virá no dia em que cada homem se convencer de que tem que ser ele o seu chefe" (Agostinho da Silva). Sejamos, numa só categoria e carreira, Enfermeiros prestadores e/ou gestores/tutores/formadores/auditores/investigadores, com a mesma dignidade, autonomia/responsabilidade técnico-científica e valor social/reconhecimento em todos os contextos em que tenhamos de dar o nosso contributo. A hierarquização da carreira, DIFERENCIADA por categorias e a nível remuneratório, é altamente obnóxia ao progresso da profissão e à paz/coesão socioprofissional interna.

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  4. Muito boa noite,
    Na minha humilde opinião, está-se a falar aqui de uma coisa que cada vez mais se nota entre uma classe profissional (que inequivocamente tem muitas competências, e que faz toda a diferença quer seja em contexto hospitalar, quer seja em contexto comunitário)... e que é o respeito. Problemas sempre existiram... Aspetos que não concordamos também... mas primeiro que tudo, escutar todas as partes é essencial... Ao longo da minha "carreira" pela enfermagem, nunca "nos" vi (leiamos enfermeiros) como actualmente estamos... Existe essencialmente uma falta de respeito de uns para com os outros, que para mim ultrapassa os limites do aceitável... Enfermeiros grevistas que não rendem não grevistas (e com isto digamos colegas de serviço, que podem não ter os mesmos ideais, as mesmas opiniões... e aqui reina o bom-senso de cada um, ou a falta dele)... E quando oiço colegas a gritar em corredores hospitalares a dizer palavrões e ofender tudo e todos, na presença de doentes, familiares, colegas e outros profissionais... (aproveitando greves para lançar escarpas em todas as direções)... É assim que defendemos a nossa classe profissional? É assim que nos defendemos a nós (enfermeiros e também utentes)? É este tipo de situações que me deixa triste na nossa classe profissional... E como referiram num outro tópico deste blog... é como se todos se estivessem a afogar, e um enfermeiro ainda tentando colocar mais para baixo... É triste, mas é a (infeliz) realidade a que chegamos e que se vive em alguns locais... É assim que atingimos a união? Quando os valores e princípios mais básicos se perderam? Apenas uma reflexão.
    Cumprimentos

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