sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O papel do enfermeiro-chefe nas novas realidades dos sistemas de saúde.


No penúltimo post surgiram alguns comentários sobre a importância (ou falta dela) dos enfermeiros-chefes. Tendo em conta que os comentários foram na sua totalidade negativos e dado a importância do tema, achei que deveria levantar a discussão aqui neste post.
O tema poderia ser: "O papel do enfermeiro-chefe nas novas realidades dos sistema de saúde.", parece o tema de um congresso, mas não é. Será que o enfermeiro-chefe é um inútil, como alguns referem no post referido? Será que é fundamental nas dinâmicas dos serviços?
Na minha opinião, se algum dia decidissem acabar com as chefias em enfermagem, seria um desastre para a enfermagem e para os sistemas de saúde, seria recuar dezenas de anos, não tenho dúvidas disso. Agora, claro que há enfermeiros-chefes que se acomodaram, que falam mais do que o que fazem, com preferidos, manipuladores, etc. Também há enfermeiro-chefes que mantêm essa categoria, mas que efectivamente não o são na prática,  o que eu não concordo de todo. Poderá ser para muito controversa esta minha ideia, mas para mim, quando alguém perde determinado estatuto, por qualquer motivo que seja, não pode continuar a ser remunerado, segundo um estatuto que não desempenha.
No lado oposto, temos enfermeiros-chefes que lutam diariamente pela melhoria nas equipas e nos serviços, que são líderes no verdadeiro sentido da palavra, que impulsionam e intervêm na formação em serviço, que são justos, dinâmicos e defensores das suas equipas e dos seus elementos (quando assim o exige).
Sintetizando, para mim, o papel do enfermeiro-chefe é fundamental nas dinâmicas das equipas, o segredo está em saber adaptar-se às novas realidades, conjugando o crescente totalitarismo das administrações hospitalares, com a autonomia da classe de enfermagem.

14 comentários:

  1. Bom eu até podia concordar com a bondade da proposta, mas não. Está fora de causa. Sugiro até, que por entidades independentes seja feita uma rigorosa auditoria, aos seus horários e às suas práticas e também, às suas atividades em terceiras instituições. Claro que admito que o justo esteja a pagar pelo pecador. Mas são demasiados pecados. Como aqui já foi referido, com tantos jovens no desemprego, como podem estes chefes (e coordenadores), ter três e quatro empregos?!. Pois é, como alguém diz “pimenta no olho do vizinho para mim é refresco”. Mas não estamos só a falar da inutilidade dos enfermeiros chefes! E os gestores de departamento?! E os administradores hospitalares?! Tenho dito.!

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  2. Seria um recuo, no processo em que deixaria de haver mais um na piramide institucional, seria uma situaçao em que a enfermagem nao teria os seus representantes altivos no seio de uma dinamica hospitalar, mas o problema é que ter alguem ao lado das tomadas de decisoes é ter alguem que defenda e represente os enfermeiros nos seus reais interesses. O que nao é o caso.
    Afinal quem estaria por detraz da criaçao de o enfermeiro chefe??? Os interesses das direcçoes hospitalares apoiam sem duvida o seu post, porque de facto é necessario haver um pastor entre os carneiros, que sigam cegamente o caminho traçado pelos poderes. O medo da represália sempre foi um obstaculo ás tomadas de decisoes e digo-lhe que se o papel dos enf.chefes fosse tao proactivo a enfermagem estaria num patamar muito mais superior, nao cabe a apenas um a decisao de um todo, ainda por cima quando nem sequer o "todo" tem poder de voto na materia.. O poder teorico do verdadeiro administrador reflecte-se num excelente lider....e afinal o que é um lider? e que tipo de lider os profissinais de enfermagem precisam? a mim parece-me que aqui o taylorismo rege..a sede de resultados sem pensar no trabalhador... mas podem-me acusar de nao apontar soluçoes e so criticar pois aqui vai:
    A soluçao passa pelo conflito...mais um tema das teorias da administraçao, mas so qd existe o conflito resultado do sonho é que o mundo dá um pulo e avança tal como dizia autor manuel freire. Existirá algum chefe que se desloca destas apreciaçoes? concerteza que sim... mas nao é um todo...e o "todo" resultado de uniao e dialogo sobrepoem-se a tudo, sendo capaz de travar batalhas,,,acredite que agora que tocou a todos, essas batalhas serao iniciadas, mas lutar pelo quê? migalhas?? vamos imaginar o enf.chefe como um representante de um sindicato interno, nao é ele que dinamiza e organiza?? Entao nao seriam eles os primeiros a incentivar a luta? nao sao eles os canalizadores dos interesses dos enfermeiros? o senhor sabe tao bem como eu porque nao o fazem...tamos em crise nao ha tempo para herois, até porque os herois nunca ficam para contar historia..fica sempre o povo. Desculpe o divagar.

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  3. Pois é... pena que não sejam levados em conta outros padrões legitimamente exigíveis para ocupar cargos de chefia: isenção, justiça, capacidade de liderança...
    Muitas vezes, o que vemos (e falo da minha realidade!)é que geralmente essas qualidades são relegadas para segundo plano e a gestão dos recursos é feita segundo critérios de denúncias avulsas e manipuladoras de terceiros que apenas querem cair em graça e conseguir usufruir de "pequenas benesses" à custa disso!
    É voz corrente que no SU do nosso hospital, por exemplo, existe um auxiliar que fotografa "situações" para depois as apresentar ao enfermeiro-chefe ou coordenador...
    O pior é que os elementos visados na fotografia, são posteriormente penalizados de qualquer jeito...
    Quando existem chefes assim!!!
    Não sou da classe, mas estou sempre atenta!!!

    Funcionária Pública insatisfeita

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  4. A estória da enfermagem no HSL e HCB nalguns atos.
    A fraqueza da enfermagem é hoje mais que evidente, mas não é de agora e resulta essencialmente de clivagens da procura e dos encostos ao poder. Para os mais novos deixo aqui a estória, que os mais velhos facilmente percebem. Há mais de dez anos quando os enfermeiros iam a votos no HCB, S. Francisco saltou na Ponte e apanhou o trono. Desgraça total. A rainha ainda hoje é venerada e não só por enfermeiros. São Francisco perdeu os devotos. Ali ao lado no HSL, onde as fações eram mais marcantes, com o enfermeiro centavo, a dona arr(anha) e a dona alta, a guerra dá-se entre dois mimosos, tendo ganho a mimosa. A sua dinastia foi um fracasso, para as expectativas que os colegas tinham. Entretanto, inicia-se a dinastia morena com a dona arr(anha) a comandar as tropas. Aqui nem é bom falar. Mas no meio disto havia e há um general manhoso, que se dedica à estratégia de guerra com minas e armadilhas. Entra a dona alta. Nesta dinastia começa a guerra entre um capitão e um cadete, com o general manhoso ao meio. Depois de muitas peripécias vence o cadete. O capitão da velha guarda desistiu e foi embora. O general manhoso mantinha-se estrategicamente. O enfermeiro centavo que já tinha passado pela cavalaria e montaria, resolveu então ir para academia, onde foi chumbado por incompetência pela dona arr(anha) mas já noutra dinastia. Da dinastia da dona alta também não há boas recordações, que o digam particularmente os chefes. Entretanto chega a dinastia do reinado celestial. Estamos no paraíso não é?

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    1. ahahahahahahahahaha

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    2. Apesar dos códigos para bom entendedor meia palavra basta.
      Está uma estória muito resumida mas sem falhas.
      Parabéns pela tua capacidade de síntese e de expor a nossa história nesta estória.

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    3. Volta sta Nela, que estás perdoada... e canonizada

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  5. Pela parte que me toca só posso dizer, beijinho querida. Muito fizeste pelo HCB, pelos enfermeiros(as) e por Ponte de Lima.

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  6. Leio estes comentários e lembro a canção do Pedro Abrunhosa “É preciso ter calma, Não dar o corpo pela alma…” vivemos tempos de desespero! cada vez mais se impõe discernimento e sabedoria.
    Os tempos são difíceis, muitas mudanças nos esperam e a um ritmo cada vez mais acelerado…
    É importante olhar o passado e reconhecer os erros, e não enveredar pela raiva, pelo ódio fácil, que nos pões uns contra os outros… quem lucra com as nossas guerrinhas!? Não sabemos, mas sabemos quem perde...
    É preciso definir, com clareza, as prioridades, aprender com os erros. Aprender a ouvir os outros, esclarecer, unir e mobilizar. Deixemos o insulto e a má língua, faço votos para que 2013 saibamos eleger os nossos ideais humanistas e acreditemos que é possível lutar, todos unidos, pelo que vale a pena…

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    1. “É preciso ter calma, Não dar o corpo pela alma…”
      Calma…, já tivemos em demasia e durante muuuuitos anos. Aliás, não foi calma, foi passividade, incapacidade de acção e medo. Ao longo destes anos o que nos fizeram foi amedrontar, criar clivagens, promover intrigas e desunião.

      "vivemos tempos de desespero!"
      Está um pouco enganado. Não começamos a viver desesperados só agora. Já vivemos assim há muitos anos, mas não deve ter reparado porque nesse tempo vivia muito bem. Horário Acrescido (HTA), turnos da tarde bem pagos e alguns ainda tentaram (sem sucesso) fazer noites para dormir no gabinete. Havia pelo menos duas enfermeiras que viviam um pouco melhor (entre 2003/2004 até 2005). Estas duas enfermeiras tinham Horário de Tempo Acrescido (HTA), trabalhavam horas extraordinárias até às 20h00' (TODOS OS DIAS!!!) e ainda ficavam (pelo menos uma ficava) em Regime de Chamada à noite. Todos os meses ganhava €10.000.
      Não perceberam?!?!?!
      Vou explicar melhor: Enquanto reduziam o nº de enfermeiros nos serviços, os que cuidavam e que zelavam pela vida dos doentes; enquanto mobilizavam os enfermeiros de um serviço para outro só para cumprir o nº mínimo de enfermeiros para não chamarem um enfermeiro desse serviço para trabalhar a horas extraordinárias, mesmo que o enfermeiro mobilizado não percebesse nada do que ia fazer; enquanto degradavam as condições de segurança para a prestação de cuidados. Quem implementava estas “medidas de poupança” VERGONHOSAS, MEDONHAS E PERIGOSAS PARA OS DOENTES, ganhava por mês €10.000 (DEZ MIL EUROS).
      Claro que outros HTA acalmaram as outras consciências. Como o HTA acabou, agora começam a desesperar.


      "Os tempos são difíceis, muitas mudanças nos esperam e a um ritmo cada vez mais acelerado…"
      Parece que sim. Já começou na Qualidade... Se houver tempo (uma vez que estão a tentar trama-la),ainda vai alastrar a outras áreas.

      "É preciso definir, com clareza, as prioridades, aprender com os erros. Aprender a ouvir os outros, esclarecer, unir e mobilizar."
      Pelos vistos em ALGUNS serviços a prática das chefias é a contrária. Não transmitir com CLAREZA as indicações da Enf.ª Directora (nalguns casos nem as cumprir). Não ouvir a opinião dos enfermeiros, e até reagir contra ela. Persistir nos erros e até ocultar as suas más práticas à Enf.ª Directora.

      Para 2013?!?!?!?
      Sem idealismos: desejo LIDERANÇA PELO EXEMPLO (lema dos republicanos).
      Para a enfermagem isso basta.

      Desejos de saúde para o Guilherme e um abraço.

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    2. Caro Colega

      O Shrek não podia estar mais de acordo...
      Para que conste... não sou chefe! e concordo com o colega, realmente estes são os grandes culpados. Generalizar é sempre arriscado, pois podemos ser injustos... Mas os nossos lideres deixam muito a desejar (Sindicatos, Ordem...) e pelos erros destes, pagamos todos não é!? Quanto aos nossos chefes, enfim... nem me apetece comentar... cambada de incompetentes, que vivem bem fazendo mal a quem a quem podem...
      (por agora fico por aqui)
      abraço
      Shrek

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  7. sempre gostei do shrek, este parece que tem conversa de chefe!

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  8. Não se pode generalizar,há chefes e chefes. Já a minha não faz muito mais do que os horários (tarde e mal), lança a discórdia e o descontentamento na equipe, está presente de 2ª a 5ª(às vezes nem isso), ameaça sempre que se vai embora e teima em ficar...

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  9. Se me disserem onde há um competente peço transferencia

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