quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mesmo com a mais que conhecida falta de enfermeiros, eles estão a ser mandados para casa.



Nesses "tantos outros" que este documento refere, inclui-se a ULSAM.
Por todo o país, em vários serviços de saúde, cada vez se fala mais em enfermeiros despedidos ou em risco eminente de despedimento, isto quando a Ordem, sindicatos e o próprio Ministério da saúde, assumem desde há muito tempo, que há uma considerável falta de enfermeiros no SNS.
Este facto está mais que comprovado, basta ver o instrumento que foi criado para a classificação de doentes, que nos demonstrava, clara e inequivocamente, que eram necessárias muitas mais horas para que os doentes tivessem cuidados de qualidade. Essas muitas mais horas só poderiam ser atingidas com mais enfermeiros, como é óbvio.
Não conheço a realidade nas outras Unidades de saúde, mas pelo menos na nossa (ULSAM), tenho alguma percepção do que é que se está a passar. E o que está a passar cá para fora é que o "factor C" continua a ser determinante. Vêem-se coisas incríveis, do género: ser renovado rapidamente o contrato de um assistente operacional, que por acaso é filho de uma funcionária do hospital, enquanto que vários enfermeiros encontram-se numa situação extremamente delicada e problemática. Alguns já foram mandados para casa e continuam com a incerteza do regresso, outros em actividade, estão em ameaça de não renovação de contratos.
Um destes exemplos encontra-se no meu serviço (SU), onde o gestor do serviço precisa de muito jogo de cintura para fazer os horários, isto devido à falta de pessoal de enfermagem. Havendo falta de pessoal, há um elevado acréscimo de horas para a equipa, com a agravante do possível não pagamento de horas extraordinárias. (isso é outro grave problema)
Mesmo assim, com a falta de pessoal no meu serviço, um casal de enfermeiros encontra-se actualmente em risco de não renovação de contrato. Estes dois elementos, que constituem uma mais valia para o serviço, correm o risco de perder o emprego, isto após há cerca de um ano, terem decidido sair de um outro hospital, onde tinham um contrato sem termo.
Chegámos ao absurdo de frequentemente ter que andar a ligar para casa de enfermeiros a pedir para virem trabalhar, porque não há pessoal suficiente para os turnos. Chegámos ao absurdo do enfermeiro chefe sistematicamente ter que integrar as equipas de prestação, porque não há pessoal suficiente para os turnos e... na fase em que aguardávamos a chegada de novos enfermeiros, eis que surge a notícia de que dois poderão sair. Como é isso possível, perguntarão, não sei meus amigos, não sei onde é que isto vai parar.

Nota: quando falei do contrato renovado do assistente operacional, devo referir que existe igualmente uma elevada falta de assistentes. Não ponho em causa esta renovação específica, ponho sim a não renovação de contratos de enfermeiros.

5 comentários:

  1. Obrigando assim as pessoas a emigrar (como ja diz o Passos Coelho)... quer dizer gastamos o nosso dinheiro em tanta educacao e formacao, para depois mandar mao de obra especializada para outros paises. Ta certo... Como dizia o outro> porreio, pah!

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  2. A mim já nada me admira...com muitos ou poucos as coisas de turno para turno ficam sempre feitas....é claro que só nos é que nos queixamos da falta de colegas...mais ninguém da conta deste facto porque somos nos próprios a fazer o trabalho de dois ou três....quando o deixar-mos de fazer e isso acarretar consequências, talvez se lembrem que faltam enfermeiros

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  3. haverá aqui uma janela de oportunidade para explorarem mao de obra dos coitados dos alunos??? será que eles ja andam fiados nessa?

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  4. Desejo-te um feliz Natal, junto de quem mais amas e estimas. Tudo de bom!
    Beijinhos *

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  5. O Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo, informou há instantes a Ordem dos Enfermeiros acerca da aprovação, na reunião do Conselho de Ministros de hoje, de uma norma no quadro da execução orçamental que garante:

    1 - A prorrogação dos Contratos a Termo Resolutivo para os Cuidados de Saúde Primários enquanto vigorar o Programa de Estabilidade Financeira.

    2 – Esta prorrogação incide sobre os vários profissionais de saúde (enfermeiros, médicos, técnicos superiores, técnicos de diagnóstico e terapêutica), assim como sobre administrativos e auxiliares.

    Foi ainda reafirmado que no que se refere aos hospitais, todos os contratos que as instituições fundamentem como necessários ao normal funcionamento dos serviços serão positivamente despachados.

    A Ordem dos Enfermeiros reitera o que no contacto realizado manifestou ao Sr. Ministro da Saúde:

    - Esta é uma medida positiva para dar resposta à emergência das situações de ruptura com que muitas unidades de saúde se veriam confrontadas, as quais teriam efectivas implicações nos cuidados de saúde prestados aos cidadãos e na segurança da prestação de cuidados para os profissionais em geral – e para os enfermeiros em particular.

    - É necessário criar urgentemente um quadro jurídico que solucione a contratação e gestão de Recursos Humanos na Saúde. Esse quadro deverá reforçar a capacidade de resposta das unidades de saúde, evitando entrar numa nova espiral de soluções que não são compagináveis com as respostas a necessidades permanentes das quais dependem a qualidade e segurança dos cuidados.

    A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros
    Enf.ª Maria Augusta Sousa

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