segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Guilherme de Carmo no Alta definição!



Em dia do meu aniversário (já nem me lembrava... e por isso o meu muito obrigado a quem me felicitou, na minha página do facebook) ofereço-vos um excerto da entrevista que o Daniel Oliveira do Alta Definição me fez!
Fica aquela parte em que ele pergunta "o que é que gostas e o que é que não gostas" e eu acrescento... em contexto profissional.


Gosto de ter tempo para fazer com calma, aquilo que deve ser feito.

Não gosto da sensação de bloqueio em situações mais complexas.

Gosto das palavras "Bom dia" e "Obrigado"

Não gosto quando enfermeiros querem substituir o médico e quando enfermeiros se vêm obrigados a substituir o médico.

Gosto de sair às 8:30 da manhã e ver as pessoas ir para o trabalho e eu para a cama.

Não gosto quando tratam o doente por "oh meu amor" ou  "oh meu anjo".

Gosto do espírito de equipa.

Gosto de uma assistente operacional que se antecipe, que não seja necessário dizer-lhe o que é preciso fazer.

Não gosto de médicos indelicados ou arrogantes.

Não gosto daqueles que só se sabem queixar, mas que afinal de contas são uns verdadeiros calaceiros.

Gosto de ver uma boa liderança, no dia a dia e em situações de emergência.

Não gosto quando não se tem nenhum cuidado com reciclagem.

Não gosto de tricotomias

Gosto de trabalhar quando chove torrencialmente (excepto na área de trauma).

Não gosto quando as pessoas falam permanentemente alto, como se tivessem a falar para alguém que ouve mal.

Não gosto de comunicar por telefone, a morte de um doente, ao seu familiar.

Gosto de saber ter a capacidade de valorizar um bom trabalho.

Não gosto quando trocam uma fralda cheia de urina e não lavam a área.

Não gosto quando tenho que sugerir algo a um médico em benefício do doente e inconscientemente parece que estou a pedinchar algo... como se fosse para mim ou para os meus.


Guilherme o que é que dizem os teus olhos?

Dizem que não me pagam para ser enfermeiro.

E tu? Do que é que gostas e o que não gostas?

45 comentários:

  1. Eu enfermeira identifiquei me tanto com as suas palavras enquanto profissional como há muito tempo não acontecia. Muito obrigado

    ResponderEliminar
  2. ''Gosto de uma assistente operacional que se antecipe, que não seja necessário dizer-lhe o que é preciso fazer.

    Não gosto de médicos indelicados ou arrogantes.''

    Não haja duvida que foi uma estupidez dizer isto: isto é critar uma classe, podias dizer apenas que não gostas de pessoas indelicadas e arrogantes mas não são só os médicos que te fazem espécie.

    Como gostas de uma aauxiliar que se antecipe que não é função dela tambem os medicos gostam disso dos enfermeiros.

    Sou enfermeiro mas olhemos para nós não vamos criticar os outros

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. No inicio do post deves reparar que escrevi EM cCONTEXTO PROFISSIONAL e por isso nao faria mt sentido dizer que nao gosto de pessoas indelicadas. Disse-o especificando a classe medica porque infelizmente é a classe onde encontro mais pessoas arrogantes e indelicadas

      Eliminar
    2. Entao para ti uma auxiliar nao se pode antecipar??! Nao pode saber i que é necessario fazer sem termis que estar sempre a relembrar??! Para ti sao meros motores entao?? Quanto à estupidez ai doute razao.. Nos meus posts as vezes pretendo ser um pouco estupido.. Ha quem ache piada ha quem nao ache.. É mm assim.. Mas em uma hora ja tive ai uns 500 likes e algumas partilhas e comentarios.. Pode querer dizer alguma coisa

      Eliminar
    3. a assistente não é tua criada, como tu não és dos médicos. Faz parte da tua equipa e muitas poderão ter mais habilitaçoes que tu!

      Eliminar
    4. Porque infelizmente estamos num país onde se dá valor às classes sociais tenho de concordar que como enfermeiro alguns médicos se acham o todo poderoso, não pertencendo a uma equipa multidisciplinar. .. cheguei a ser criticado porque numa opinião a uma sra doutora me esqueci de a tratar por Você! ?! Alguém ainda a terminar uma especialidade. Temos pena! Para mim numa equipa todos fazem falta e não há sistemas sociais. Há diferentes responsabilidades. Tenho pena de ter escolhido esta profissão tão nobre e apenas ser reconhecido como um número. Basta! Colegas não queriam fazer o trabalho dos médicos e não deixem que façam o vosso. Sim estou indignado porque tenho colegas preocupados com os esquecimentos dos senhores doutores em vez de ajudarem os colegas em vez de os criticar.

      Eliminar
    5. Mas qual a admiração de ser criticado pela Dra em relação a esse tratamento.. Acontece mais vezes quando o faço pelos meus pares que ficam escandalizados .
      Chegam muitas vezes ao ridículo d datas darem parecerd estúpidos até em termos de relacionamentos pesdoais entre médicos e enfermeiros. ...,
      Enfim como alguém
      Disse um dia ... Não se preocupem com as lutas dos enfermeiros pois acabam por se voltar uns contra os outros

      Eliminar
    6. Parabéns...Gostei da expozição.Na saúde tem de existir uma equipe ,entre todos os intervinientes. Senão nao funciona...Já foi dito quase tudo...Falando de médicos:nunca tive problemas de maior.Mas termino, dizendo;Ao fazer visita-médico- enfermeiro.Tinhamos de fazer as alterações dos medicamentos, isto, ainda nao estava o sistema informático em vigor..Lembro-tive de falar com um médico.Poiis prescreveu um medicamento,mal.Só podia ser administrado de 3 em 3 semanas.e, tinha escrito 3 vezes por semana..Resposta---Quanto vale ter uma enfermeira com Sentido Critico...

      Eliminar
    7. A verdadeira arrogância e prepotência está bem demonstrada na sua resposta das 21.55. Quanto ao resto, concordo que o que disse é o caminho a seguir por quem se diz ser profissional. (em qualquer área de atuação).

      Eliminar
    8. Sou assistente operacional e antecipo-me tantas vezes naquilo que sei, posso e devo fazer mediante a situação, e tenho orgulho nisso.
      Parabéns Guilherme
      MC

      Eliminar
  3. Boa Guilherme! Havias de mandar isso ao Daniel Oliveira, podia ser que pegasse ;) A única coisa sobre a qual devo falar é a última da qual não gostas: nunca sintas que estas a pedir algo para ti, se disseres concretamente o estado do utente, o agravamento e as tuas sugestões sobre os próximos passos será o bastante! Já deves conhecer, mas procura o TEAMSTEPPS abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim tens toda a razao e eu sei que deveria ser assim, mas muitas vezes vejo isso acontecer com colegas e comigo tambem.. Acontece quando do outro lado temos pessoas que sao pouco receptivas e q por vezes olham pra ti como se fosses o culpado do que está a acontecer.. Enfim.. Normalmente nao sou assim mas por vezes acontece

      Eliminar
    2. Como médica e cidadã portuguesa, concordo com a maioria das situações expostas, mas discordo de algumas. Gosto muito do que faço mas não da forma como tenho de o fazer. Quer pelo sistema, quer pelas medidas que estão a ser tomadas. Apesar de gostar muito da minha profissão, se podesse voltar atrás, teria enveredado por outra. Nem sempre posso fazer o que cientificamente melhor para o paciente, para além de que há situações em que deveríamos pensar mais no paciente e família do que na ciência. Alguns pacientes exigem o que não devem e/ou o que não podem. Refiro-me a exames, tratamentos, CIT... Porque devo passar um CIT a uma paciente que sei que pode e deve trabalhar e me diz que não consegue mesmo. PorquE hei-de passar um CIT a um paciente que recebe o rendimento mínimo, pq alguém o aconselhou a fazê-lo, como a assistente social. Pq hei-de passar um antibiótico a um paciente porque foi a farmácia, queixou-se que andava com tosse e rinorreia e acabaram por lhe vender o AB sem receita médica?

      Eliminar
  4. Adorei :) Talvez como Enfermeira não consiga ser imparcial pois identifico-me.. ainda que a minha experiência profissional ainda seja reduzida.. Cumprimentos, de alguém que como o Guilherme, se preocupa ;)
    *

    ResponderEliminar
  5. Não gosto de depois de 3 dias seguidos com 17hr, fazer o meu melhor com os recursos que tenho e ainda ouvir:"não sei porque se queixam (os enfermeiros) afinal sou eu (com os meus desconto) que vos pago o charudo ordenado"
    Gosto da diferença que gestos simples, como OUVIR, fazem toda a diferença
    Não gosto de estar ausente em datas especiais
    Gosto de sentir, mesmo que de quando em vez, vale a pena
    Não gosto de correr contra o relógio, e ainda assim sentir que muito ficou por fazer
    Gosto de sentir que mesmo que não o consiga com todos, marquei diferença na vida de alguém
    Não gosto de querer estar com familia e amigos, e não conseguir por horários constantemente contrários
    Gosto de GOSTAR DO QUE FAÇO...mas NÃO GOSTO NADA de sentir o que me vai na alma e que pode deitar por terra a vontade de ser ENFERMEIRA...
    e sim, não me pagam para ser Enfermeira.....

    ResponderEliminar
  6. Eu gosto de pessoas façam o seu trabalho de acordo com as suas competências. Não gosto de pessoas que criticam os outros mas não fazem uma reflexão profunda sobre o seu Eu... é mais fácil ter uma palavra negativa sobre os outros que uma positiva... Como Enfermeiro penso que todos temos o nosso trabalho, devemos lutar por ele mas também devemos saber lutar pela dignidade de cada uma das profissões. E se te preocupas com a reciclagem, devias fazer uma reflexão profunda sobre a situação e não criticar os outros sobre o que são e como são, porque todos temos defeitos.
    Em relação à reciclagem antigamente existia profissionais para o efeito. Neste momento, andamos nós a separar os lixos para as empresas terem lucros (hospitais, todos tipo de empresas), no entanto não há nenhum prémio no ordenado por o fazermos. É de reflectir...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não me pagam para reciclar, mas sem dúvida que é um "hábito" que todos deveriamos ter independentemente se estamos em casa ou no nosso local de trabalho. Não devemos ser fundamentalistas a este ponto, pois se todos soubermos reciclar estamos apenas a contribuir para um mundo melhor - nao para nós claro (que ja nao estaremos cá para sofrer as consequencias ambientais) mas para os nossos netos e bisnetos e afins... Além disso os hospitais nao têm lucro porque nós reciclamos, pelo contrário, pagam cada kilo de lixo que fazemos. Prémio por reciclar? Entao e um premio pela dedicação? Um prémio por todas as preocupações e correrias de um turno daqueles? Pagam te para isso? Pagam-te pelos danos cerebrais de fazer turnos rotativos??
      Não sejamos hipocritas. Sem dúvida que é de refletir que o sentido crítico e o bom senso são fundamentais nos enfermeiros (e em todas as pessoas). Antes de nos começarem a pagar por "reciclarmos" acho que devemos preocuparmo-nos com assuntos realmente importantes.

      Eliminar
  7. Ai de mim se eu não coloco isto no placard do meu serviço.... Tens razão em tanta coisa.... Mas a frase que mais gostei foi aquela das 8.30 da manhã quando estamos a ir para a cama e os outros a sair para o trabalho....
    Quanto aos auxiliares se anteciparem... claro que sim ... trabalho num bloco operatório e como enfermeira de anestesia sei olhar para um plano cirúrgico e ver que preciso de preparar propofol, fentanil, midazolan, etc... como enfermeira circulante sei se vou precisar de perneiras, se a doente vai precisar de tricotomia, se preciso de um troley de laparoscopia... e as minhas colegas instrumentistas sabem também quais os kits que vão precisar, sabem qual será o instrumental cirurgico necessário.... ora porque é que quando uma assitente técnica operacional olha para o mesmo plano cirúrgico não consegue decifrar algumas destas coisas que são funções delas?
    Toda a semana é preciso dizer a mesma coisa, pedir a mesma coisa... Há uma coisa que se chama aprender... e da mesma forma que eu aprendi a olhar com olhos de ver para um plano cirúrgico elas tb o deviam fazer da mesma forma...
    É só um desabafo malta...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Começo a não gostar daquilo que faço. Não gosto deste comentário. Se não sabe a categoria da assistente operacional está desatenta, tire-lhe "técnica" porque de facto não é técnica. Diga-me quais são as funções da assistente operacional num bloco operatório? Depois, talvez passe a gostar do seu comentário. Não gosto que digam mal de quem não se consegue defender.

      Eliminar
    2. Para esta senhora enfermeira. o auxiliar é um numero, não somos contabilizados como categoria profissional portanto eu falo por mim e digo e repito só faço o que me compete o resto os senhores enf. que trabalham.

      Eliminar
  8. Gostei. Podemos não concordar com este ou aquele aspeto. Contudo, é a opinião de uma pessoa que nos obriga a refletir sobre a nossa realidade. Depois de ler esta "Alta Definição" cresci mais um pouco como profissional e pessoa. Obrigado Guilherme.

    ResponderEliminar
  9. Sou auxiliar e não concordo com algumas coisas que escreveu.
    Nós auxiliares a maioria das vezes fazemos mais que podemos e temos iniciativa e depois acabamos por ouvir na cabeça
    por isso nada como dar a reconhecer ao enfermeiro o que vamos fazer.
    quanto ao resto concordo.
    cumprimentos

    ResponderEliminar
  10. Parabéns pelo aniversário e pela apresentação das notícias em HD...um verdadeiro avanço tecnológico, numa entrevista em que se evidencia que os problemas são MEO e de NÓS (não estou a fazer publicidade)...
    Muito bem: o Que gosto e o que não gosto ? (em contexto de trabalho e casado num regime de comunhão geral de bens com a Enfermagem.Apesar das traições a que me tem sujeitado nos últimos anos a nossa paixão manteve-nos unidos mas sinto que há feridas abertas e insanáveis provocadas pelas falsas e pretensiosas amantes que de nós se aproximaram...é ver o despudor com que tratam uma parte dos meus irmãos e irmãs e, a continuar assim vou começar a pensar no divórcio na esperança que os meus netos unidos se revoltem e arrumem o actual estado da arte), ora aqui vai:

    Gosto que os enfermeiros tenham tempo para fazer com calma, aquilo que deve ser bem feito.

    Não gosto de ver desperdiçar tempo e ouvir dizer "não tive tempo"

    Gosto de sentir que dei tudo de mim nas situações mais complexas.

    Não gosto de "empatas" e irresolutos nas tomadas difíceis de decisão.

    Gosto das palavras "Bom dia" , "Como estão as coisas", " Precisas de ajuda" e "Obrigado"

    Não gosto que me ignorem , fingindo que não me estão a ver e se esqueçam das minhas funções.

    Gosto de trabalhar com enfermeiros, médicos e assistentes operacionais num espírito inter e multidisciplinar, no respeito de competências e funções.

    Não gosto quando enfermeiros, médicos e assistentes operacionais querem ou se vêm obrigados, ou obrigam a substituir-se em funções para as quais não estão qualificados nem mandatados.

    Gosto de ouvir e sentir respeito e educação no tratamento entre os diferentes grupos profissionais.

    Não gosto de arrogâncias nem manias de superioridade seja de quem for.

    Não gosto de ouvir "eu é que tenho de andar a fazer o seu trabalho" especialmente dito na frente de utentes.

    Gosto de entrar e sair nas horas estipuladas pelas escalas.

    Não gosto de ver "fugas" ao serviço, incumprimento de escalas nem turnos continuados na impossibilidade de substituição de alguém por carência de recursos.

    Não gosto quando tratam o doente por "oh meu amor" ou "oh meu anjo", ou quando dizem"vá-se queixar a...",
    "não há pessoal", "não há roupa", "cale-se, para fazer o filho não gritou assim" e detesto quando pura e simplesmente ouvem o doente a chamar e pura e simplesmente fingem não ouvir, viram as costas e ignoram.

    Não gosto dos calaceiros que passam a vida a queixar-se quando está nas mãos deles parte da resolução dos problemas.

    Gosto de ver uma boa liderança.

    Não gosto de hierarquias prepotentes nem de compadrios oportunistas.

    Gosto de respeitar as hierarquias quando se dão ao respeito.

    Não gosto de pessoas que dizem coisas antagónicas em diferentes contextos, quer dizer não gosto de pessoas mentirosas.

    Gosto de gerir conflitos retirando deles o melhor para a dignidade do relacionamento e para humanização das práticas.

    Não gosto de ver o incumprimento das regras básicas de triagem de resíduos.

    Não gosto quando as pessoas falam alto, excepto quando para alguém que ouve mal.

    Não gosto de dar más notícias.

    Gosto de receber elogios relacionados com a minha comunicação, desempenho, apresentação e organização.

    Não gosto quando trocam uma fralda cheia de urina e não lavam a área detesto ver pessoas com fralda só por comodismo funcional porque não há pessoal suficiente para um atendimento humanizado. Detesto ouvir dizer "faça na fralda" a pessoas capazes de utilizar um urinol ou arrastadeira se lha chegassem.

    Não gosto de "favores" porque as coisas devem funcionar dentro das competências profissionais num ambiente e espírito de partilha e colaboração profissional.

    O que é que dizem os meus olhos?

    Dizem que estou momentaneamente infeliz pela forma como somos tratados pelo poder mas ainda tenho a esperança de ver dias melhores.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bravo! Isto seria mais engraçado ainda se as pessoas se identificassem e depois eu faria uma compilação de tudo de todos os "gostos e não gostos".. mesmo assim acho que é o que vou fazer num futuro post
      Fico feliz por ver esta participação, é sempre bom ver que as pessoas tiveram um momento de introspeção com algo que escreves

      Eliminar
  11. Não vou deixar dr comentar um assunto ha aqui abordado em comentários anteriores. Tb sou enfermeira e identifico me na maioria dos acontecimentos que o Guilherme escreveu. Mais lamentável em haver médicos insensíveis/arrogantes é termos alguns nossos colegas enfermeiros que criticam e menosprezam a própria classe e os nós, colegas, como já o li em cima, por o Guilherme ter dado a sua opinião. Temos é de nos apoiar uns aos outros! Unir nos, lutarmos e sermos unânimes! Ou não será tb por isso que somos das classes profissionais mais desvalorizadas?! E porque como já temos um sindicato que em pouco nos defende e uma Ordem em que somos obrigados a descontar para ter como único objectivo a defesa do doente...então está na hora de nos valorizarmos uns aos outros, não adoptar posturas de superioridades, em que eu trabalho mais q o Manel ou sou melhor q a maria... não julgar nunca um colega enfermeiro, pq para isso estão cá todos os outros!
    Parabéns Guilherme pelo que escreveste.
    Sara

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. isto deveria ter um sitio pra por um like!
      obrigado! E obrigado a todos que tal como tu, escrevem verdades inconvenientes

      Eliminar
  12. Não sou enfermeira, não sou médica, não sou auxiliar.... sou mãe de enfermeira, e utente de serviços de saúde, neste país !!!

    Li, reli e confirmei que não era a minha filha que estava atrás destas palavras !!! E como as conheço!!!...

    Adoro ser mãe de uma enfermeira que do meu ponto de vista, tem ética, é profissional, é exigente no seu trabalho, o qual ama e ao qual se dedica de corpo inteiro... pelo que tem empenhamento , isenção e total dedicação ...

    Os meus olhos dizem, que não é justo quebrar os sonhos aos jovens como ela, e o meu coração sangra, quando a oiço dizer: "vou ter que deixar o meu país ... "

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa Noite Guilherme,

      Espelhei exactamente no seu testemunho o que dizem e sentem os meus olhos e por isso ao fim de 23 anos deixei de trabalhar como enfermeira, não por não gostar da minha (nossa) profissão mas porque ser enfermeiro em Portugal apenas se trabalha por amor à camisola, cansei!!! Enquanto trabalhei para o estado deparava-me diariamente com uma população necessidade de cuidados e pouco tínhamos para dar (a não ser o dito amor à camisola), mais tarde fui directora técnica numa empresa de cuidados domiciliarias e aí sim criei uma rede de cuidados que dispunha de tudo e de todos para satisfazer ao mais alto nível todas as necessidades de vida dos utentes e nesta altura depare-mo com com outro problema, a necessidade de dinheiro para pagar os ditos cuidados... Foi então que caí em mim e decidi...Não se consegue ser enfermeiro em Portugal! Paula Gois

      Eliminar
  13. Caro Guilherme do Carmo,
    subscrevo quase inteiramente as palavras do colega.
    No entanto tenho algumas coisas a acrescentar:

    Não gosto que as chefias sejam as principais culpadas dos principais problemas que se vão passando nos serviços,

    Não gosto de pensar que, além das chefias, pessoas que acham também que mandam no serviço vão causando conflitos com disses que disses e vão hostilizando os demais elementos da equipa, como bullying se tratasse.

    Não gosto que a televisão, e em especialmente numa determinada telenovela em horário nobre, dá a imagem de enfermeiros fornicadores com médicos/ enfermeiros maus como às cobras, prontos a lixar o próximo, devido ás suas frustrações, quiçá;

    Não gosto de saber que colegas licenciados em enfermagem, mas nunca enfermeiros porque ainda não tiveram a oportunidade de o serem estejam a pagar 10 euros de cotas mensais;

    Não gosto, não... detesto pensar que eles têm apenas oportunidades fora do país... e quando as têm, têm a certeza que Portugal é um destino de férias;

    Não gosto que ostracizem colegas, que tal como eu, já não querem ser mais enfermeiros, como se de Judas nos tratássemos;

    Não gosto que ainda haja a mentalidade tacanha popular do que o enfermeiro não passa de um mero empregado do médico.

    Não gosto do "ai não gostas das condições que te damos? Olha que há gente que não se importava nada de estar no teu lugar!"

    Não gosto de ter noção que passámos quatro anos num curso com cadeiras "da treta" em vez de adquirir bases bem mais consolidadas em cadeiras bem mais importantes.

    O que dizem os meus olhos?
    Pessimismo...

    ResponderEliminar
  14. Boa Noite Guilherme,

    Espelhei exactamente no seu testemunho o que dizem e sentem os meus olhos e por isso ao fim de 23 anos deixei de trabalhar como enfermeira, não por não gostar da minha (nossa) profissão mas porque ser enfermeiro em Portugal apenas se trabalha por amor à camisola, cansei!!! Enquanto trabalhei para o estado deparava-me diariamente com uma população necessidade de cuidados e pouco tínhamos para dar (a não ser o dito amor à camisola), mais tarde fui directora técnica numa empresa de cuidados domiciliarias e aí sim criei uma rede de cuidados que dispunha de tudo e de todos para satisfazer ao mais alto nível todas as necessidades de vida dos utentes e nesta altura depare-mo com com outro problema, a necessidade de dinheiro para pagar os ditos cuidados... Foi então que caí em mim e decidi...Não se consegue ser enfermeiro em Portugal! Paula Gois

    ResponderEliminar
  15. para te dares ao respeito, porque é que não publicas todos os comentários?

    ResponderEliminar
  16. Não sou enfermeira nem médica, sou uma mera cidadã com vontade de contribuir com a minha opinião. De facto a vossa profissão e a do médico têm sofrido com a crise e não só. No entanto acrescento que Portugal não priviligia qualquer profissão e por isso, os nossos conterrâneos têm procurado lá fora novas oportunidades, para que sejam reconhecidos...e são. Os portugueses, regra geral, são muito bem vistos lá fora. Acrescento que como se tem visto na saúde e na educação, algo que conseguimos o direito a elas com muito esforço, têm vindo a ser hiper penalizadas. Também é verdade, para concluir a minha ideia anterior, existem bons e maus profissionais em todo o lado. Assim como pessoas com boa ou má índole.
    Enquanto socióloga infelizmente também nunca consegui trabalhar como tal, apesar de tudo não desisto mas também me desiludo. Bem hajam os enfermeiros e os médicos que presam e respeitam a profissão, e desejo as maiores felicidades para os mesmos mas que não conseguem porque não lhes dão oportunidade.
    Também àqueles que têm outras profissões e que, tal como eu, apesar de tanto ou menos estudo, não conseguem atingir qualuer realização profissional.
    Agora digo, tenho 3 filhos que aconselho todos os dias a estudar e a ter boas notas, pergunto-me, para quê? Será que vai valer a pena? Será que a profissão que escolherem vai fazê-los felizes? Enfim imensas questões surgem... uma coisa tenho a certeza quero que sejam felizes e sobretudo vou tentar mentaliza-los que, apesar de terem que estudar, podem um dia não conseguir aplicar o que estudaram. Enfim, espero que até as políticas tenham evoluído para melhor e que a crise tenha passado.
    Um abraço a todos.

    ResponderEliminar
  17. Não sou enfermeiro...mas pergunto? O que é que o vosso sindicato e a ordem fez por vocês pra além de mamar o guito todos os anos para pagar os tachos dos que lá estão?

    ResponderEliminar
  18. Como é que uma classe como a vossa não tem mais força... depois vemos pilotos da aviação comercial com sindicatos que se mexem. Façam greve como fizeram na Suécia. Toda a classe junta, mas sem excepção...não sou enfermeiro nem pertenço á saúde...mas custa me bastante ver uma classe que sempre trabalhou e fez a base de nações...crucial em momentos de epidemias e guerras mundiais, ser enxovalhada assim...e os Sr políticos mudam de frota regularmente.

    ResponderEliminar
  19. Este post é um bom exercício de catarse e de reflexão.
    Aproveito a tua ideia para expressar o que gosto e não gosto quando estou a trabalhar:

    Gosto de um sorriso sincero como gratificação de alguém a quem disse “em que posso ajudar?” “Bom dia, sou o seu enfermeiro durante as próximas 8 horas, disponha…”; “A sua filha ligou e mandou-lhe um beijinho”; …
    Gosto mais de fazer, mais do que mandar fazer;
    Não gosto do egoísmo e do facilitismo;
    Não gosto de pó, manchas e lixos nos cantos e brechas;
    Gosto do material arrumado;
    Não gosto de fios, cabos e sondas entrançados;
    Gosto de falar baixo e ser ouvido e que me falem baixo.
    Gosto de perceber o porquê de tomadas de decisão.
    Não gosto de quem fala muito, mas não faz nada;
    Não gosto da área da psiquiatria
    Não gosto de horas extraordinárias programadas!
    Gosto de quem ensina dando um bom exemplo
    Não gosto de vassalagem;
    Não gosto de errar, mas erro…
    Gosto de uma morte tranquila;
    Gosto da alegria de uma visita fora de horas
    Não gosto da dor, do pânico e da solidão;
    Gosto da firmeza das decisões;
    Não gosto da indiferença à pessoa (doente/família/colaborador)
    Não gosto de por “bolinhas” em centenas de intervenções;
    Não gosto de leite branco e achocolatado nas ceias, e do pão duro;

    ResponderEliminar
    Respostas

    1. Gosto de pessoas que compreendem os momentos de maior fragilidade de quem está doente.
      Não gosto de ver "cegueira" no cumprimento de procedimentos.
      Gosto de pessoas que tomam os procedimentos como meios para atingir os objectivos e não como fins em si mesmo.
      Gosto de hierarquias que convivem com as bases.
      Não gosto de hierarquias que acham que nunca podem vir a ser abalroadas.
      Gosto de ouvir os mensageiros das "más notícias".
      Não gosto de chefias que abafam aqueles mensageiros para ficarem a ouvir apenas o que acham que lhes interessa ouvir.
      Gosto de pessoas que cumprem integralmente as suas funções mesmo nos locais mais ermos onde sabem que ninguém os está a ver.
      Não gosto de pessoas bem comportadinhas só porque estão próximos do Big Brother.
      Gosto de pessoas que se consideram em aprendizagem permanente.
      Não gosto de pessoas que acham que sabem tudo e não têm nada para aprender.
      Gosto que me tratem com dignidade e respeito.
      Não gosto que me tratem como objecto ao serviço do cumprimento exclusivo de objectivos alheios.
      Não gosto de pessoas que me atiram "cascas de banana" usando "má-fé"
      Gosto de pessoas com coragem para aceitar os factos como eles são.
      Não gosto da cobardia daqueles que receiam confrontar as autoridades institucionais com os verdadeiros factos.
      Gosto de pessoas como o Abel e há muitas mais como ele.
      Não gosto de enfermeiros arrogantes que se servem da razão da força sem saber usar a força da razão.

      Eliminar
  20. Gostava que os governantes deste pais valoriza-se a profissão de enfermeiros dando o devio valor nomeadamente em questões monetárias.Os enfermeiros são imprescindíveis! Atenção não sou enfermeiro !

    ResponderEliminar
  21. Olá, o que diria a uma pessoa (como eu) que tirou o 1º ano de licenciatura em Enfermagem mas que, graças a tudo o que se tem passado e à vergonha de país que temos que não dá a devida atenção aos Enfermeiros, parou um ano para pensar se quer continuar nesse curso ou mudar para outro que dê mais garantias no futuro?? Gostava muito que me respondesse pois estou mesmo sem saber o que fazer.
    Obrigada :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ola! primeiro pensar se a area da saude te interessa. Tens um conhecimento curto do que é que te pode esperar, mas 1 ano já dá algumas ideias. Enfermagem tem a vantagem de ter diversas áreas, o problema é que nem sempre consegues ir para aquela que desejas, mas acredito que o futuro traga boas novidades. O problema é que tambem se mudares de curso não tens também grande saida, tudo está mal em Portugal ( anivel de ensino superior.. e não so). Enfermagem sempre te dá uma boa possibilidade de emigrares, tirando um simples curso de linguas as coisas simplificam-se.. mas nao é facil claro deixar o que cá tens, mas lá fora somos muito mais reconhecidos, muito melhor pagos e ao que tenho visto, são dadas várias condiçoes, mas como alguem dizia, a torneira esta a fechar para alguns paises. Resumindo, eu acho que continuaria.

      Eliminar
    2. Claro que sou enfermeiro...o que te diria eu? (Não sou o Guilherme) Se acreditas nos teus sonhos, se esse é o teu desejo, se queres ser diferente contigo e com os outros, se te imaginas a sofrer por ti e pelos outros...faz o curso porque isso é fazeres-te a ti como pessoa e o curso forma "gente que cuida de gente" onde tu te incluis...mas abre o coração e a vida para o desencanto, para a pouca atenção que os "superiores"e governantes te vão dar, esqueçe garantias de futuro e aproveita tão só as oportunidades que a vida te dá...se queres ser ENFERMEIRO SÊ-O! ...esta é sem dúvida uma opinião modesta, injustiçado, enganado, desiludido, revoltado mas preciso de pessoas que me acompanhem sempre nesta luta sem tréguas porque ainda não perdi as esperanças de ver a ENFERMAGEM com outros olhos.

      Eliminar
    3. Muito obrigada pelas respostas. Tenho a certeza que as vossas palavras me vão fazer pensar e ajudar!

      Eliminar
  22. Identifico-me em grande parte das coisas ditas!!!!sou enfermeiro, emigrado, e por vezes penso e acho que felizmente!!!!Para além da quantidade de recursos a que tenho acesso diariamente, uma grande diferença que senti, pelos dois países onde tive a oportunidade de trabalhar, relativamente a Portugal, é a extraordinaria relaçao que temos com os medicos!!!! Onde tenho trabalhado, eles fazem parte da equipa multidisciplinar, mas nao se sentem, nem se comportam como mais que ninguem!!! Em Portugal ainda ha este mau habito do "sr. Doutor", e é assim que tem de ser tratado, muitas vezes dentro da mesma equipa, e com um contacto diario!!!
    Parabens pelo que escreves-te!!!
    Abraço

    ResponderEliminar
  23. Boas
    Pergunto: Como é que é possível, haver funcionários da ULSAM, com a categoria de Assistente Operacional, a trabalhar na referida instituirão, por exemplo, na Farmácia e no Arquivo, a transitarem para Assistente Administrativo, para o quadro da UlSAM? Não é que eu tenho alguma coisa contra os referidos funcionários, pois até são boas pessoas, mas esta "promoção" será correta quando, por exemplo, conheço um funcionário, a desempenhar funções administrativas à mais de 15 anos, sem que alguém lhe tenha dado a oportunidade de ser Assistente Administrativo? Que terá este funcionário de fazer/dar, para ver justiça na sua carreira? Responda quem souber.....

    ResponderEliminar