Já há muito que andava para publicar este comentário de um colega, sobre o absurdo que pagamos em quotas para a Ordem dos Enfermeiros. Eu já há muito que deixei de pagar quotas e só o farei ou no final de cada ano, ou quando precisar. Estou farto de andar a pagar para coisas inúteis
Aqui fica a ideia do colega:
Viva Guilherme. Parabens por este post, nada poderia ser mais oportuno.
Está na altura de pensarmos global (nacional) e agirmos local (individualmente).
Passo a explicar-me.
Tenho falado com alguns colegas e a grande maioria está de acordo com a necessidade de reduzir as cotas.
Eu e alguns colegas já o começamos a fazer. Desde o inicio do ano que colocamos num envelope o dinheiro da cota mensalmente. Se só pagarmos no final do ano (em Dezembro) isto vai implicar um estragulamento da Ordem em termos finaceiros e vai obriga-los a ir á bolsa do que já amealharam e repensar os gastos que têm tido.
Repara:
1º - Por mês entram na Ordem cerca de €10,00*41000 membros = €410.000,00.
O quê?!?!?!?! Cada mês em cotas são mais de €400.000????
Em qualquer banco a um juro de 3 a 4% (esta quantia permite negociar juros especiais de 4 a 5% ao ano) permitia um ganho mensal de €8.400,00 acumulado todos os meses com as cotas desse mês e dos meses seuintes. É só fazer as contas.
Por ano são 410.000/mês * 12 meses /ano = €4.920.000 (quase 5 milhões de euros/ano)?!?!?!?!!?
Agora perceberam como se compram antigos palacetes para sedes e delegações regionias?!?!?!
2º - imagina que todos os enfemeiros deixam de pagar mensalmente as cotas da ordem e só a pagam no final do ano. A torneira vai fechar e vai ajudar aquelas mentes a repensar o seu modo de vida.
Quando pagarmos a cotas todas no final do ano, vai ser uma enxurrada de dinheiro mas, até lá, já reformularam muitas das despesas e dos gastos.
Se pensarmos naquilo que podemos fazer individualmente mas com sentido colectivo, as coisas mudam mais rápido.
Proponho então o seguinte:
- De imediato deixar de pagar mensalmente as cotas da ordem e colocar esse dinheiro de reserva para no final do ano podermos pagar as cotas.
- Organizarmos-nos em grupos ou até em autocarro e irmos a Lisboa à votação da Assembleia da Ordem no dia 21 de Março. Podemos começar por nos organizarmos nos serviços e alargar aos serviços vizinhos ou com menos capacidade de mobilização, centros de saúde, clinicas, etc.
Vais ver que VAMOS CONSEGUIR.
Força
Podia ter sido um enfermeiro... mas não foi! Quiça o conceito de "inutilidade" passe também pelo conceito de "inércia". Parafraseando Carl Sagan Os professores e os agentes da autoridade estão a anos-luz dos enfermeiros no que respeita a luta, revolta e conquista de direitos. Só olhamos para o nosso umbigo,pagamos 1% do nosso vencimento a um Sindicato que nada faz mas tudo promete, pagamos as quotas 10 euros por mês... agora 9 euros (grande diferença!)duma Ordem que interventivamente nem se vê a defender os nossos direitos, apenas agindo como algozes da Santa Inquisição apelando às boas práticas. Boas práticas... ok! Compreende-se, mas... onde estão os meios, a motivação e o apoio a uma classe trabalhadora esquecida mas sempre presente nos momentos mais difíceis dum doente!? Eu vejo essa gente da Ordem a passear ao estrangeiro, carros novos, património de imóveis, mas onde está o apoio e o carinho aos enfermeiros!? Somos mesmo uns "fracos" e nada prestamos senão para ouvir, comer e calar!Onde está a voz da revolta, silenciada pelas greves onde o juramento de Hipócrates se sobrepõe aos cuidados mínimos e onde o trabalho nunca valorizado a todos os níveis hierárquicos é substituido pela qualidade dos números e onde os doentes são meros números esquecidos numa gaveta de secretária, numa reunião em que se discutem resultados e não a qualidade da vida profissional dos enfermeiros que diáriamente agoniza e estrangula inevitavelmente a vida pessoal. Onde está o Sindicato e a Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas... perdão...Enfermeiros perante o desconhecimento da grande maioria dos doentes internados e famílias para o conceito de enfermagem, carreira profissional de enfermagem, estilos de vida de um enfermeiro, ninguém sabe até ao momento em que é internado numa cama de Hospital, onde o enfermeiro, sempre presente serve de elo de comunicação com o médico, lhe alivia as dores 24/24 horas e está ali sempre presente para ouvir, partilhar e confidenciar. Somos mesmo uns inúteis, uns cobardes porque ninguém nos conhece, ninguém nos valoriza, não nos revoltamos, e aceitamos alegremente tudo o que nos impõem. 108 euros por ano em quotas sabe tão bem pagar tão pouco! Miguel Sousa Tavares tem razão até ao momento em que a revolta abalar os pilares da indignação e virarmos do avesso as escadarias do parlamento, sacudirmos a Ordem dos Enfermeiros, os Sindicatos, bloquearmos as frágeis engrenagens do SNS, o enfermeiro deixar de levar documentos ao Sr. Doutor. Aí sim deixaremos de ser uns inúteis! O jogo está nas nossas mãos, mas deixemos de olhar para o nosso umbigo e lutemos como uma equipa, uma classe outrora respeitada e amada!
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