sábado, 29 de janeiro de 2011

Reconhecimento

Há dias no programa 30 minutos da RTP, fizeram uma reportagem sobre as visitas domiciliárias de uma equipa de enfermagem às diferentes famílias de uma comunidade. Mostraram o quão é importante o apoio, a ajuda do enfermeiro para aquelas pessoas. Mostraram os laços que se criam nas duras realidades que se encontram. Qualquer um de nós certamente sentiu orgulho por estarem a reconhecer aquela que é a nossa profissão.
Também nesse mesmo programa, mas já há mais tempo, relevaram o dia a dia de uma enfermeira que acompanha mães adolescentes. Mais uma vez senti orgulho pelo justo reconhecimento que fizeram à colega. Senti orgulho, porque mais uma vez estavam a elogiar o nosso trabalho.
Mas querem que vos diga uma coisa e os mais sensíveis que me perdoem a frontalidade, quero que se foda este reconhecimento, já estou farto que me digam que enfermagem é uma profissão bela e digna!
Quero é que esses bandalhos que estão no governo nos reconheçam como licenciados, quer a nível de carreira, quer a nível monetário! Quero é que esses bandalhos nos reconheçam como profissão de risco, com alta penosidade! Quero é que esses bandalhos respeitem os meus colegas que estão no desemprego e criem soluções, porque efectivamente há trabalho para grande parte deles! Quero é que esses bandalhos resolvam de uma vez por todas o excessivo número de vagas abertas para o curso de enfermagem! Quero é que esses bandalhos fechem escolas de enfermagem que abriram, como cogumelos!

18 comentários:

  1. Olá Colega! Fico alegre por perceber que alguém, de modo aberto, reflecte e partilha este tipo de questões, a meu ver tão esquecidas entre os enfermeiros. Também tive oportunidade de ver o referido programa e congratulo as colegas por duas razões: primeiro, por simplesmente terem aparecido, segundo por permitirem o reconhecimento por um dos aspectos importantes da Enfermagem.

    Ao ler o seu post e as palavras "Mostraram o quão é importante o apoio, a ajuda do enfermeiro para aquelas pessoas. Mostraram os laços que se criam nas duras realidades que se encontram. Qualquer um de nós certamente sentiu orgulho por estarem a reconhecer aquela que é a nossa profissão.", posso dizer que concordo e discordo! :)

    Isto porque, infelizmente (e daqui não posso tecer qualquer comentário às colegas,dado não saber o que disseram e o que foi aproveitado para a reportagem), acho que fomos mal retratados na reportagem, a sério. Se por um lado é fundamental manifestar a importância da relação que se estabelece com os utentes e o apoio que é manifestado a este e sua família, a verdade é que somos retratados SEMPRE assim. E tem algum mal? Eu acho que sim. Já somos, a meu ver, valorizados pela componente humana do nosso trabalho, e somos de facto reconhecidos pelas capacidades humanas "acima da média" das outras profissões. Não somos, no entanto, retratados pelo que é importante e condiciona o que tanto preocupa o colega: de facto, o enfermeiro não foi e NÃO É tendencialmente mostrado como um profissional competente, inteligente, capacitado para desenvolver raciocínio crítico. Ainda hoje vigora (e a meu ver essa reportagem na maioria do tempo o faz) o pensamento do enfermeiro "bonzinho" e "angélico" que é a mão e o apoio dos mais desamparados. Fazemos isso e muito mais. O que as pessoas não vêm e deviam ter visto (e ouvido), é a abrangência destes cuidados à população, os ganhos efectivos que os utentes têm com estes cuidados e a consciência de que sem estes cuidados as pessoas adoecerão mais frequentemente e terão um percurso de saúde/doença muito pior. Ora foi isto que faltou e é isto que falta. Num País em que o enfermeiro ainda é visto como empregado do médico, que dá injecções, faz penso, sem qualquer raciocínio e poder decisório, é natural que as pessoas não lhe atribuam uma importância central e não reconheçam o valor dos seus cuidados. Só quando formos vistos e ouvidos nos media como profissionais com as características que descrevi acima, poderão as pessoas entender que beneficiam muito mais com a nossa presença e, na sociedade em geral, se poderá gerar uma pressão em torno de mais e melhores cuidados de enfermagem aos cidadãos. Ora enfermeiros muito bonzinhos e que sempre quiseram ser enfermeiros porque foram doentes quando eram crianças e souberam que queriam ajudar os outros é importante, mas não é o fundamental, nem o que nos fará valer o VERDADEIRO reconhecimento social do que somos e fazemos. Resta por isso manter estas iniciativas, desenvolver novas e frequentes abordagens à sociedade através de diálogo e relação constante com os media e ainda reflectir e transmitir no nosso discurso o verdadeiro valor dos nossos cuidados. Ser "bonzinho" não chega. Cabe a quem? A TODOS nós, a cada um fazer este "exercício" muitas vezes!

    aquele abraço

    essenciasdaenfermagem.blogspot.com

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  2. Ola! Tambem concordo e discordo com o que dizes. Discordo porque senão ouviste o que os colegas disseram nao poderás dizer que fomos mal retratados. Eu ouvi e de facto nao me caiu muito bem quando uma colega insistiu muito no lado maternal da enfermagem. Se nao passou a mensagem daquilo que enfermagem é na realidade nao tera sido por culpa do jornalista, penso eu.
    Quanto a tudo o resto que dizes concordo inteiramente.
    Abraço!!
    Robin dos Hospitais

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  3. O reconhecimento tem de ser feito na prática.
    1 - Enfermeiros a receber o mesmo que técnicos superiores de saúde (licenciatura);
    2 - Enfermeiros nas FA devem ser oficiais e não sargentos (licenciatura);
    3 - A Gestão nos ACES deve também passar por enfermeiros (têm uma cadeira de gestão durante a licenciatura e médicos não, para além disso muitos já têm mestrados em gestão e só não estão a gerir os ACES por serem enfermeiros);
    4 - Quem trabalha diariamente junto de pessoas que estão doentes (à cabeceira) tem de ter um subsídio de risco (poderá eventualmente ser um seguro que garante 100% do ordenado em caso de doença, pago pela entidade patronal), pois estamos sujeitos a todo o tipo de situações de risco.
    Tenho dito.

    Abraço

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  4. Eu estou incrédulo com aquilo que acabei de aqui ler. Será que a minha miopia aumentou ou eu li que vocês concordam que se fechem muitas das nossas escolas de enfermagem? Bem,é porque se li só há uma coisa que eu consigo detectar por aqui... Muita falta de humildade e de espírito altruísta por aqui pairam. Nem imaginam o que me vai custar dizer isto, eu que sempre defendi a classe de enfermagem com unhas e dentes, mas aqui vai: Mas vocês passaram-se todos desses vossos neurónios, ou ficaram infectados pelo vírus da estupidez e egocêntrismo que abunda no sangue de muitos médicos? Epahh eu sabia que trabalhar com médicos, mais tarde ou mais cedo iria dar mau resultado. Quer dizer, os senhores e senhoras que já têm o curso nas mãos tudo muito bem, mas quem sonha uma vida inteira em seguir enfermagem não pode só porque fecharam uma parte das escolas de enfermagem. CAMBADA DE EGOÍSTAS! Vocês por acaso sabem o que é uma pessoa ter um sonho? sonhar em querer ser enfermeiro e no fim não pode devido a essa imbecilidade? Por favor, ganhem um bocadinho mais de sensatez. Nunca esperei ver a classe de enfermagem defender esta horrenda medida, digna de um país quase fascista e que falta muita massa cinzenta aos governantes para arranjarem medidas um tanto ou quanto mais inteligentes. Como diz a minha professora de Física e Química, nós não devemos de seguir a nossa profissão de sonho só por não haver emprego, porque o estrangeiro pode e DEVE ser uma solução e, fiquem sabendo que países como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e muitos outros têm uma carência enorme de enfermeiros, já para não falar que um enfermeiro nos Estados Unidos ganha 4/5 vezes mais que um enfermeiro português (cerca de 5000 euros/mês). Realmente, isso de vocês trabalharem tantas horas seguidas e receber um mísero ordenado anda-vos definitivamente a fritar o cérebro todo...
    Outra coisa que gostava de deixar aqui assente... Portugal com muitos enfermeiros? Ora isso só pode ser para rir. De facto Portugal têm muitos enfermeiros no desemprego mas, também é certo que existe muita carência de enfermeiros em diversos serviços. O racio de paciente por enfermeiro em alguns serviços chega a ser assustador e criminoso e isto porquê? Porque o Estado não se quer dar ao trabalho de pagar os ordenados dos enfermeiros, sai-lhes muito caro do bolso e como é lógico, se isso acontecesse, os "coitadinhos" dos nossos governantes ficavam sem todos aqueles jantares, as trocas de automóveis topo de gama como quem troca de cuecas entre outros luxos, e isso é que não pode ser. Seria gravíssimo!... Isto é triste, mas não deixa de ser a realidade.
    Eu adoro visitar este blog, mas se isto continuar com estes tópicos insensatos, vou ter que diminuir as minhas visitas aqui, porque com a quantidade de catecolaminas que isto me liberta, deixa-me completamente desvairado e enervado!
    Um pouco mais de sensatez, PRECISA-SE E COM URGÊNCIA!

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  5. Olá gosto deste blog, considerando os assuntos tratados e a frontalidade com que são tratados... (o colega deve ser cá dos meus, do norte xD) claro que devemos ter cuidado com as palavras, mas quando as mesmas tentam transmitir sentimentos, compreendo que seja complicado... Concordo com a parte de fechar as escolas (sabendo que é impossível devido às actuais politicas - pelo menos diminuir o numero de vagas e não aumentar), mas se houvesse tantas escolas de medicina como de enfermagem certamente que se viveria o mesmo dilema na classe médica (a titulo de exemplo. (colega Henrique) Agora não pense que isto de ser um sonho ser enfermeiro futuramente vai ser fácil, porque com a entrada do novo modelo de desenvolvimento profissional vai haver muitas restrições (e deverá existir ainda mais precariedade devido a essa situação). As escolas de enfermagem não têm disciplinas de inglês incluídas no plano de estudos (nem Bolonha o indica), penso que talvez não seja o seu objectivo formar enfermeiros para ir para Inglaterra- ex.) Concordo que existem muitos profissionais de enfermagem, mesmo faltando muitos elementos no efectivo. Não é preciso ir muito longe, basta ver a quantidade de enfermeiros que por ano migram... E o tempo que se perde para se obter emprego, e os condicionalismos que isso acarreta.... E emigrar pode ser positivo para quem vai (mas quer sempre voltar às origens e depois?!), mas não creio que seja positivo para o país, só demonstra que muita coisa vai mal no país...

    É a minha opinião...

    Cumprimentos,

    Vítor Oliveira

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  6. Henrique, de facto vê-se que não és enfermeiro porque não estás dentro da realidade enfermagem em Portugal.
    Ninguém está contra o sonho de alguém ser enfermeiro, longe disso. Estou contra a realidade do pesadelo de ser enfermeiro desempregado, ou enfermeiro emigrante (porque podemos exercer em qualquer lado do mundo mas é sempre dificil estar longe de casa)
    E qual a principal razão de haver enfermeiros no desemprego??
    1. como dizes e bem, porque o Estado não percebe que há carência e que se conseguiam mais e melhores resultados se colocassem mais enfermeiros a trabalhar
    2. Nos ultimos 10 anos terem aberto exponencialmente escolas de enfermagem ( e olha que coincidência!! foi quando se começou a verificar o declinio da enfermagem, com o desemprego a aumentar quando antes os hospitais vinham buscar enfermeiros as escolas). Não estou contra a abertura de escolas, estou claramente contra a abertura desmesurada e insensata de escolas, como aconteceu (isto sim é uma imbecilidade e medida horrenda). Não tenhas a menor duvida que se perguntares a todos os enfermeiros do pais se acharam bem abrir tantas escolas, a maior parte deles, para não dizer quase todos, te respondiam que achavam mal, porque são pessoas sensatas.
    Não se trata de ser egoista, trata-se sim de ser sensato,ou és da opinião que se deve formar mesmo que não haja saidas?
    A questao é chegar a um meio termo, nem chegar ao ponto do absolutismo da medicina nem chegar ao ponto da anarquia que é hoje a enfermagem e disso nao tenhas a menor duvida
    Agora ficares incredulo por eu dar a minha opiniao, chamares cambada de egoistas no plural quando fui eu e so eu que escrevi este post é que não é muito correcto.
    Este blog pelo que entendo foi criado para debate de ideias, esta é a minha ideia a minha opinião. Aceito que discordem, mas pelo menos que respeitem.
    E espero que não vá ser por não concordares com uma opinião que aqui é dita, que vás deixar de vir ao blog. Desculpa la mas isso não faz nenhum sentido e ate parece uma atitude um pouco infantil. Se não concordas com as ideias mais uma razao para visitares e contra-argumentares.
    E de facto, nisso estamos de acordo, sensatez precisa-se mesmo com urgência

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  7. Desde já, acho que devo um grande pedido de desculpas ao criador deste blog e, consequentemente, deste post. Reconheço que me excedi e quero deixar aqui bem claro que adoro este blog, adoro a forma como o G escreve os posts e o seu espirito irónico e sarcástico das coisas, que acaba por dar um sentido mais profundo e ao mesmo tempo engraçado do tema em questão. Este meu comentário foi primeiramente escrito no blog doutor enfermeiro integralmente como está aqui, daí a ter feito um comentário um tanto ou quanto mais "agressivo" pois lá insultaram-me por eu dizer "há quem sonhe em ser enfermeiro". Peço desculpa pelo meu comentário, acho que desci um pouco abaixo de qualquer limiar de ética e quero também deixar bem esclarecido que respeito a sua opinião, posso não concordar, mas respeito. Como disse, e muito bem, não sou enfermeiro, sou um estudante do ensino secundário com um GRANDE SONHO. Ser ENFERMEIRO. Já sofri muito por causa desta minha escolha, mas como costumo dizer, enquanto for vivo, hei-de lutar por este meu sonho, só paro quando morrer ou algo de força maior me impeça. Não há-de ser o facto de terem diminuído o número de vagas ou encerrado escolas de enfermagem que me vai impedir, como digo e continuo dizer, não acho justo cortar assim as pernas às pessoas entende? No que se trata à emigração, como é lógico sou totalmente de acordo. Como diz a minha professora de Física e Química, nós não devemos de deixar de seguir o nosso sonho só por não haver emprego, porque quando nós trabalhamos numa área que não gostamos e desistimos de um sonho por isso, concerteza que vamos ser infelizes para o resto da vida e contribuir para o consumo de anti-depressivos no nosso país. Reparem, na minha turma várias pessoas querem ser investigadoras na área da saúde, como sabemos em Portugal não há muita oportunidade de emprego, há, mas não é assim tanta a oferta. Vão estas pessoas desistir de um sonho só por não terem emprego aqui? Concerteza que não, podem e devem procurar o estrangeiro e o mesmo se passa com os enfermeiros. Isso de nós termos espírito patriota fica muito bonito, muito bonito, mas é um sentimento que nós devemos ignorar, eu próprio estou deserto para fugir deste país. Nesta miséria, ninguém tem futuro muito menos os enfermeiros. Ou acham que é lá por fecharem as escolas de enfermagem, a classe de enfermagem vai ser mais respeitada e valorizada? Meus amigos, pelo andar da carruagem, hei-de eu ter 80 anos (se lá chegar claro) e andar de bengalinha e os enfermeiros neste país vão continuar a ser vistos como os "limpa-cus" e os "técnicos de hallibut". É triste, mas não passa da realidade. Nem sei como é que alguém pode dizer "porque podemos exercer em qualquer lado do mundo mas é sempre dificil estar longe de casa". Os enfermeiros são mal pagos, muito mesmo para o trabalho que fazem, são desrespeitados e desprestigiados perante uma enormidade de "pseudo-pessoas", trabalham que se farta, estão sujeitos a uma quantidade de stress inimaginável constantemente o que os deixa susceptíveis a uma infinidade de doenças e andam sempre com a cabeça enfiada na me**da que os outros profissionais de saúde fazem. Sim porque quem é que tem a culpa? É o enfermeiro, porque este é sempre o alvo a abater e o elo mais fraco (ninguem neste país se digna a defende-los), enquanto a ordem dos médicos? com um caraças, à mínima coisa que meta a classe médica comprometida ou atacada, mostram logo aqueles dentes dignos de um rottweiler, até mete medo ao susto. Portanto com todas estas desvantagens que ser enfermeiro neste país traz, só um "masoquista" é que gosta de trabalhar neste país. vá lá o senhor para os EUA e ver o que é ser enfermeiro lá.
    P.S.: Apesar de não ser enfermeiro, acredite que conheço razoavelmente a situação de enfermagem. Tenho vários amigos e familiares enfermeiros, e sou um doente crónico, o que me obriga a recorrer muitas vezes às urgências, e aquilo que os olhos vêm, o coração sente!

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  8. Ola Henrique,
    Desculpas aceites.
    Um dos meus grandes amigos tentou durante anos entrar para enfermagem. Penso que foram 5 vezes, até que conseguiu. Hoje é um enfermeiro reconhecido pelos colegas, bom profissional e que investe na sua formação enquanto enfermeiro.
    Por isso desejo que tu também consigas atingir o sonho de ser enfermeiro, mas acima de tudo Henrique e reforço bem isto, desejo que sejas um enfermeiro com emprego. E no nosso pais, por se terem aberto Escolas de enfermagem desmesuradamente entre outros motivos, isso é muito improvável.
    Esperava convencer-te que essa medida, foi uma das medidas que contribui para a ruina de enfermagem. Não sou eu que o digo, é a grande maioria dos enfermeiros e pelos vistos no blog doutor enfermeiro, que é o maior blog de opinião de enfermagem, se diz o mesmo, como dizes. Por isso Henrique não se trata de ser egoista, nada disso. É apenas uma visão a meu ver realista e sensata.
    Dou-te um exemplo (que não será muito preciso porque não tenho certezas): há cerca de 10 anos havia no Minho 2 escolas de enfermagem, cada uma abria anualmente 40 a 60 vagas (alguém que me corrija se estiver a dizer um grande disparate). Eram poucas vagas possivelmente, é um facto. Mas também era um facto que todos tinham emprego.
    Hoje penso que há 5 escolas de enfermgem na mesma região e cada uma delas aumentou o numero de vagas para cerca do dobro. Agora faz as contas e pensa a quantidade de enfemeiros que saem de mãos a abanar para o mundo de trabalho no nosso pais. É mesmo um dos males deste portugalzinho, gostar de formar a fartazana, ainda hoje o Socrates se vangloriava por sermos cada vez mais licenciados. Ok! é bom... e o trabalho?? E o dinheiro??
    Por ultimo só não percebo porque estranhas eu dizer "porque podemos exercer em qualquer lado do mundo mas é sempre dificil estar longe de casa"

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  9. pois é amiguito... não te esqueças que há cerca de dez anos atrás (como referes) os mesmos enfermeiros tinham 2 a 3 empregos. E hoje continuam...penso que o número de vagas para a Enfermagem é excessiva ... mas também penso que existem muitos colegas que já deveriam estar na reforma e não estarem a exercer em varias instituições ao mesmo tempo, comprometendo os cuidados de saúde. Infelizmente estamos num país que só as excelências que estudam nas escolas públicas são Enfermeiros ...os que estudaram nas escolas privadas são Licenciados de segunda...Enfim

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  10. Essa do amiguito soa um pouco a depreciativo, como que a discordar do que disse (o que é perfeitamente legítimo), quando estás a levantar outro problema completamente diferente, que nada tem a ver com o aumento do numero de escolas de enfermagem, a meu ver..

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  11. eu quando disse: "Nem sei como é que alguém pode dizer "porque podemos exercer em qualquer lado do mundo mas é sempre dificil estar longe de casa" queria dizer que, a enfermagem, na minha opinião, é uma das profissões mais bonitas do mundo, mas em Portugal, a classe de enfermagem é um tanto ou quanto denegrida pelas mais diversas pessoas e/ou entidades, mas eu também sou um bocado suspeito, tendo em conta que eu não gosto nada de Portugal e quanto mais rápido for embora deste país, melhor! Repare, já o disse e volto a dizer, sabe quanto é o salário médio de um enfermeiro nos Estados Unidos? 5000 euros, isto para um enfermeiro do E.R. (serviço de urgência) porque se for um enfermeiro anestesista ganha em média 12 000 euros, já para não falar que os Estados Unidos enfrenta uma das maiores carências de enfermeiros de sempre (até 2012 vai haver falta de 1 milhão de enfermeiros nesse país).
    Com isto não quero dizer que não seja dificil param um enfermeiro trabalhar a milhares de quilómetros de distância de casa, mas nós temos que pensar nas nossas perspectivas de vida, na nossa qualidade de vida e sobretudo trabalharmos num sitio onde tenhamos um bom ambiente de trabalho, coisa que em portugal, os profissionais de enfermagem não têm, e muito dificilmente vão conseguir atingir, INFELIZMENTE!

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  12. realidade versus sonho, isto é um jogo de interesses e está a por a Enfermagem na rua da amargura. A maioria das escolas privadas é para alimentar chulos. Bem vindos ao mundo das novas oportunidades.

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  13. Na passada segunda-feira fiquei estarrecido com a notícia que passou na TVI. O incêndio nas Caldas da Rainha que matou 3 pessoas e feriu umas quantas, algumas com gravidade. A questão é que o jornalista ao apresentar a notícia disse: "Os médicos do INEM fizeram tudo por tudo para salvar as vidas"... É sempre a mesma coisa! Os enfermeiros, os bombeiros, os TAE os psicólogos são sempre ignorados e espezinhados pela comunicação social e demais pseudo-pessoas com complexos de superioridade e rebaixam desalmadamente os enfermeiros e bombeiros. Classes por sinal que deveriam de ter o máximo de respeito por todos nós. Já quando foi a notícia sobre o desastroso acidente que ocorreu na A25 no verão passado foi o mesmo. "dezenas de médicos acorreram ao acidente para salvar vidas" disse o iluminado jornalista da TVI, sem mencionar o número de bombeiros, o número de TAE's, o número de enfermeiros, o nº de psicólogos, e até as os civis leigos que arriscaram as suas vidas para salvar a dos outros. Eu ainda estou para perceber porque razão este país vê nos médicos a figura divina. Aliás, que tal promoverem os médicos a representantes de Deus em vez dos padres? Até poderiam andar com um crucifixo escarrapachado nas suas batas e tudo! Fica lançada a questão! ;)
    P.S.: Gostaria de perguntar ao responsável deste blogue se não existe nenhuma forma de alertar a comunicação social para que situações como estas não se voltem a repetir ou até de os chamar à atenção para esta situação. Poderia até, publicar um post sobre esta situação. É que esta forma de jornalismo que a TVI pratica já me mete um bocado de nojo!

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  14. olá Henrique!
    grande comentário o teu. Tenho a mesma opinião. Por coincidência tenho aqui em rascunho um post que ia preparar em que a pergunta de partida seria: Por que razao o carro de emergencia(vmer), tem la escrito MÉDICO e não tem ENFERMEIRO. O enfermeiro será o choffeur?
    A nossa forma de alertar poderá ser pelo blogue. Posso gabar-me de já ter recebido mensagens e convites da comunicação social. É sinal que estão atentos o que obviamente me motiva.
    Vou aproveitar a tua sugestão e até mesmo que não sugerisses, achava que o teu comentário seria um bom post. Alias já não é a primeira vez que crio posts com opiniões de visitantes. Convido-te a dar-lhe uns retoques se assim o entenderes e pergunto-te se queres publicar como anónimo ou não. Caso aceites, pergunto-te se posso lá inserir esta questão da vmer.
    Aguardo resposta
    Obrigado e abraço

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  15. Boa tarde Guilherme de Carmo,
    Respondendo à sua proposta, aceito e com todo o gosto o seu convite e respondo igualmente sim à questão da vmer. Aliás, seria mais do que pertinente colocar a questão da vmer, pois o facto de todas elas dizerem única e exclusivamente médico, é uma discriminação pura contra os enfermeiros. Porque não dizem emergência médica? Ou SAV? ou pura e simplesmente VMER ou médico/enfermeiro? Temos de acabar com esta discriminação contra os enfermeiros, temos que lutar pela igualdade entre todos, temos de deixar de ser uns cidadãos apáticos em relação a todas estas formas explicitas e claras de discriminação para com os outros profissionais de saúde. Aliás, a vmer deveria ter mesmo lá escrita o nome enfermeiro, para vir se de uma vez por todas as pessoas entendem que a vmer é da competência dos enfermeiros e médicos, exclusivamente. Já não são uma nem duas vezes que vejo bombeiros e TAS/TAE a afirmarem que os enfermeiros deveriam ser todos substituídos por TAS nas vmer. Temos que acabar com este tipo de facilitismo em prol de mais €€€ euros que podem cair na conta bancária dos governantes à custa da saúde e da qualidade do socorro aos portugueses. Qualquer dia até vemos TAS's a drenarem pneumotoráx's e a fazerem traqueostomias...
    Em relação ao anonimato, bem isso deixo ao critério do Guilherme de Carmo. Eu em todos os comentários que aqui faço e até no blogue doutor enfermeiro coloco sempre o meu nome, mas se o senhor quiser colocar como anónimo, fica a seu critério...
    P.S.: Referiu que já recebeu várias propostas da comunicação social. Ainda bem, pois nem toda a comunicação social tem esta atitude de quererem "beatificar" os médicos heróicos desprezando os demais profissionais de saúde, mas a TVI é constantemente! E a forma de jornalismo desta estação televisiva, já me anda a causar uma certa urticaria.

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  16. OLÁ,SR.H.MARTINHO!
    VOU AJUDÁ-LO A OBTER UMA RESPOSTA.
    JÁ FIZ ESTE COMENTÁRIO EM OUTRO POST.
    O DR. É O MAIS IMPORTANTE!
    SRS.JORNALISTAS:QUEM SAO OS SRS.DRS, SEM OS SRS.ENFERMEIROS, BOMBEIROS, MAQUEIROS, TAS, TAE, ETC,ETC...??? NINGUÉM!!!
    HAJA HONESTIDADE E RESPEITO, POR TODOS!
    TENHO DITO!
    CUMPRIMENTOS;
    L.F.P

    GUILHERME;
    ABRAÇO!

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  17. Como enfermeira apenas gostaria de dizer, que para expressar aquilo que nos vai na alma, o devemos fazer de forma educada, evitando termos que em nada dignificam a nossa classe profissional.

    Obrigado.

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  18. Ana, por vezes é preciso ser rude para passar uma mensagem. Só dessa forma é que as pessoas dão alguma atenção, prova disso foram os vários comentários que suscitou o post. Não deixas de ter razão, mas este assunto irrita-me ao ponto de abordá-lo desta forma. Já não se vai lá com falinhas mansas

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