quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O inquérito obrigatório

Depois de uns dias de ausência, onde ocupei o meu tempo livre a tentar perceber (com ajuda), as potencialidades de um blog e funcionalidades até aqui desconhecidas, com o intuito de o tornar mais dinâmico (ainda não está como quero!), regresso com a promessa de abordar temas escaldantes!
Devo agradecer à colega Helena Neves que autorizou a publicação do seu inquérito sobre "Assédio Moral" aqui no nosso blog, pois foi assim que finalmente percebi como colocar um documento numa pagina web.. de facto a internet é uma coisa maravilhosa, é um dos acontecimentos do século.
Num dos posts anteriores foram abordados os temas "Agressão/Assédio Moral", nessa altura o Assédio moral ficou em 2º plano (para perceberem o porquê, leiam-no).

Tudo começou quando chega à minha caixa de correio um pedido para responder ao tal inquérito, de imediato o fiz, aproveitando claro para guardar o email desta colega, para ser mais um na minha ainda curta lista de destinatários para divulgação do blog.
Assim mantivemos um contacto, através do qual faz o seguinte comentário:

"Caro colega,efectivamente o assedio moral é uma praga que assola a enfermagem e que tem consequências devastadoras para quem é assediado. Interessante verificar que quem assedia mais os enfermeiros são os seus chefes, também enfermeiros. Despotismo destes e falta de consciência de quem é assediado nos seus mais básicos direitos humanos,leva a que se torne urgente DENUNCIAR, DENUNCIAR, DENUNCIAR todas as situações para acabar com a praga do século XXI.Helena Neves"

esta conclusão interessante e polémica, advém do seu trabalho de investigação.
Neste âmbito, podemos subdividir a AGRESSÃO em duas: a física e a moral. Agressão moral ou Assédio moral é uma forma de condicionamento, de repressão, de opressão, de discriminação em ambiente de trabalho.
Para a percebermos melhor, convido-vos, finalmente, a visitar:
este link
Além de ser oportuno e cativante, deu-me uma trabalheira criá-lo, por isso leiam e vejam se são vítimas de assédio moral.

Recentemente caracterizei o perfil do Guilherme de Carmo, referindo ser "ouvido atento". Principalmente agora, nada me escapa, por isso constato que enumeros são os colegas que por isso ou por aquilo, se queixam dos seus chefes.
O problema começa com o próprio conceito. Consultei o dicionário e reparei na definição de chefe: "o principal entre outros; o encarregado de dirigir um serviço; comandante; cabecilha; capitão; caudilho"
Sempre tive a conotação de que chefe é alguém que pode, quer e manda e que a sua ideia prevaleçe sempre.
De facto alguns levam à risca esta definição e conotoção, impondo as suas "políticas" sem diálogo, criando desagrado com o autoritarismo e arrogância.
Agora nesta nova reformulação da carreira deveriamos apelar à Ordem para mudar o "chefe" para Enf. coordenador ou Enf. motivador, sei lá.. sugiram!!
Temos bons e maus chefes assim com temos bons e maus enfermeiros.
É difícil, de facto, agradar a todos..
Agora ser justo e agir de igual forma com todos os elementos da equipa é fundamental, mas grande parte não o faz, na minha opinião.
Decididamente, não é surpresa a conclusão do trabalho de investigação da colega Helena...

Como nota final devo realçar a honra que foi receber um comentário do famoso administrador do blog "doutor enfermeiro". É gratificante perceber que o blog está a ser divulgado não apenas por mim. Não percebi foi o que ele quis dizer: "Ex.mo colega,a liberdade do outro acaba onde a deixar-mos acabar." Porém vou finalmente visitar o seu blog e ter a oportunidade de lhe perguntar.
Assim me despeço, com o desejo de vos ver por cá

7 comentários:

  1. Caro colega, há mais vianenses do que imagina nestas andanças...

    ResponderEliminar
  2. Ex.mo colega,
    antes de mais agradeço o coemntário que me teceu.
    "A liberdade do outro acaba onde a deixar-mos acabar" significa tão só e simplesmente que os Médicos "agridem verbalmente/maltratam" os Enfermeiros, fazem-no porque os próprios Enfermeiros o permitem.
    Dou-lhe, humildemente, o meu exemplo pessoal: NUNCA um médico me faltou ao respeito de qualquer forma, seja objectivamente ou de cariz dissimulatório. Nunca o permiti. Sempre nivelei a importância dos Enfermeiros com a dos Médicos, e é assim que ajo com naturalidade com as dezenas de Médicos que contacto diariamente. O tratamento é sempre semelhante: os poucos que me ousam tratar por tu (vulgarmente os mais velhos), também os trato por tu. (este será apenas um exemplo entre muitos). Mas deixo-o com esta reflexão.
    Deixei o link do seu blog no "Doutor Enfermeiro". Espero que não tome a mal a minha iniciativa.
    Continuarei a lê-lo.
    Bom trabalho. Cumprimentos.
    DE

    ResponderEliminar
  3. Concordo em pleno.Basta não o permitir. Depende muito da destreza mental, auto-estima, auto-confiança e educaçao de cada um.
    Mas mais grave ainda é, segundo o trabalho da colega H. Neves, serem os enf. chefes aqueles que moralmente agridem mais
    Agora percebi e agradeço o comentário.
    É obvio que não tomo a mal a sua iniciativa, pelo contrário é um prazer..
    Fico feliz por continuar a cá vir, é benvindo

    ResponderEliminar
  4. Vamos criar um movimento unico de união na enfermagem em torno da luta por uma nova carreira de enfermagem. Estou saturado de me sentir Humilhado. Apelo a uma greve por tempo indeterminado. Já somos muitos os enfermeiros a pensar como eu,vamos mostrar o nosso desagrado... Greve por tempo indeterminado ainda este mês...

    ResponderEliminar
  5. Caro anónimo, ainda existe muito medo e falta de união.. enquanto que as manif. de professores atingem vários milhares, as nossas atingem algumas centenas. em dia de greve apenas se juntaram 2500 enf em Lisboa. Quanto à greve por tempo indeterminado não poderia deixar de concordar contigo.. mas ainda não é o momento oportuno, provavelmente encaminhámo-nos para isso.. abraço

    ResponderEliminar
  6. Li este artigo no site do SINDICATO DOS ENFERMEIROS.
    Não sei se muita gente tem conhecimento, mas acho que é muito importante todos os enfermeiros ficarem a saber disto.

    Leiam e divulguem.

    Progressão (mudança de escalão)
    20-Oct-2008
    Surgem interpretações díspares acerca da progressão nos escalões, porque, entretanto, se estipulou que os Enfermeiros podiam esperar e, por que não (?) tentar ver se caía no esquecimento o débito relativo ao descongelamento.

    Deixamos aqui um exemplo de estudo de caso, que se repete.

    1 — A progressão dos Enfermeiros hospitalares faz-se ao fim de 3 anos, de acordo com o art.º 17º, do DL nº 437/91, de 08/11:

    "A mudança de escalão dentro de cada categoria verifica-se após a permanência de três anos no escalão anterior e avaliação de desempenho de Satisfaz.".



    2 — A progressão dos Enfermeiros de cuidados de saúde primários, faz-se ao fim de dois anos e meio, de acordo com o nº2, do art.º 59º, do DL nº437/91, 08/11:

    "2 — O tempo de serviço prestado em estabelecimento da área dos cuidados de saúde primários determinará, em cada ano, a redução de dois meses para mudança de escalão.".



    3 — O nº1, art.º 1º, da Lei nº 43/2005, de 29/08, "Progressões", diz:

    "1 — O tempo de serviço prestado pelos funcionários, agentes e outros trabalhadores da administração pública central, regional e local e pelos demais servidores do Estado entre a data de entrada em vigor da presente lei e 31 de Dezembro de 2006 não é contado, para efeitos de progressão, em todas as carreiras, cargos e categorias, incluindo as integradas em corpos especiais.".



    4 — O tempo de serviço prestado entre 01/09/05 e 31/12/06, extensivo a 31/12/07, não é contado, para efeitos de progressão...
    Entretanto:

    4.1 — Não existe qualquer referência ao tempo de serviço prestado entre a última progressão e o dia 31 de Agosto de 2005, o que significa que será contado, acrescentando-lhe o tempo de serviço prestado a partir de 01/01/08, desde que totalize três anos ou dois anos e meio, os enfermeiros têm direito a progredir para o escalão seguinte;

    4.2 — Os artº's 17º e 59º, do DL nº437/91, de 08/11, não foram revogados pela Lei nº 12-A/2008, de 27/02, significanto que o processo de progressão dos enfermeiros se mantém em vigor, enquanto não for cumprido o disposto no nº1, do art.º 101º, embora tenham decorrido os 180 dias, aí citados, período estabelecido para rever as carreiras de regime especial e os corpos especiais;

    4.3 — A avaliação de desempenho dos enfermeiros é feita de acordo com os artº's 43º a 53º, do DL nº 437/91, de 08/11 e o Despacho nº 2/93 com as alterações introduzidas pelo Despacho nº2/94, que regulamentam o processo;

    4.4 — O facto de não contar o tempo de serviço entre 01/09/05 e 31/12/07, por razão de congelamento, a avaliação de desempenho manteve-se e um enfermeiro pode mudar de escalão no fim do mês de Janeiro, desde que detivesse 35 meses de serviço no escalão em 31 de Agosto de 2005, sem ter de esperar pela avaliação de desempenho relativa ao ano de 2007, como refere o citado "parecer jurídico";

    4.5 — Isto porque o nº2, do art.º 44º do DL n~412/98, de 30/12, que introduziu alterações ao DL nº437/91, de 08/11, refere:

    "2 — A menção qualitativa atribuída nos termos do número anterior é relevante, para todos os efeitos legais, até à atribuição de nova menção.".

    4.6 — E o nº1, diz exactamente:

    "1 — A menção qualitativa da avaliação do desempenho é obrigatoriamente considerada na progressão e promoção na carreira.".

    5 — Todos os enfermeiros que, somando o tempo de serviço prestado antes do dia 1 de Setembro de 2005 com o tempo de serviço prestado a partir de 1 de Janeiro de 2008, completem 3 anos de serviço, devem mudar de escalão de acordo com o art.º 17º ou 2,5 anos de serviço, de acordo com o art.º 59º, do DL nº 437/91, de 08/11.

    6 — De salientar que a avaliação do desempenho dos enfermeiros é feita por períodos de três anos, conforme a alínea b), do nº1, do art.º 46º, do DL nº437/91, de 08/11, processo que decorreu normalmente e se alguma anomalia existiu, foi o congelamento da progressão dos escalões e consequente não contagem do tempo de serviço no período compreendido entre 01/09/05 e 31/12/07, para efeitos de progressão, mas os enfermeiros não podem ser penalizados duplamente se o fim do triénio não coincidir com o 31/12/07.



    Cordiais Saudações Sindicais,

    A Direcção do SE.

    ResponderEliminar
  7. Uma boa iniciativa que continuo a acompanhar dos Pirinéus

    ResponderEliminar