quarta-feira, 19 de novembro de 2008

(Dis)Stress em Enfermagem



Nota prévia: CAROS COLEGAS INTERVENIENTES! Gostaria de apelar à vossa imaginação! Se não se quiserem identificar, encontrem uma personagem como o Melga, CSI Viana, Guilherme, Soldado raso, Glosa, Shadow chronicle, etc.. torna tudo muito mais aliciante, curioso e organizado, como calculam.


Há dias, num jantar de amigos, estivemos a ver umas fotos dos tempos do curso. Reparei que uma razoável parte dos colegas estavam hoje mais magros, retirei-me e anotei a constatação no meu bloco virtual:"Enfermagem emagrece... exemplo: fotos do curso", já a pensar num futuro post. Magiquei sobre o assunto e associei este emagrecimento com o stress do dia a dia de trabalho.
Após discussão com a minha colaboradora especial, depressa exclui esta associação, ou seja, não posso generalizar. Todos temos as mais variadíssimas respostas fisiológicas ao impacto do stress, uns perdem o apetite, consequentemente o peso; outros comem desalmadamente logo dão trabalho à balança.
Poderíamos enumerar uma lista infindável das nossas formas de reagir ao stress. Pode ser um desafio interessante, enfrentem os vossos medos e confidenciem-se, (não! não sou pároco, condutor espiritual ou um ávido curioso, apenas alguém que às vezes tem ideias que podem ajudar). Eu começo: O (dis)stress provoca-me perda de apetite, torna-me menos paciente, por vezes áspero; o (dis)stress limita os meus movimentos, os meus pensamentos, aumenta negativamente a minha carga emocional. E a vós?

A expressão ajuda à emancipação!

Para complementar e finalizar deixo-vos com um interessantíssimo trabalho de investigação da Psicóloga Susana Cabanelas, cliquem aqui e garanto-vos que não vão perder o vosso tempo. Trata-se de uma síntese em power point, de rápida leitura, mas suficientemente esclarecedora. Apresento-vos apenas algumas conclusões do seu estudo: Stress ocupacional em profissionais de saúde: Um estudo com enfermeiros portugueses

"Elevada experiência de mal-estar e pressão profissional afectam percentagem significativa de trabalhadores"
Factores negativos:
  • Níveis elevados de stress e exaustão emocional.
  • Tomar decisões onde os erros podem ter consequências graves e a incompetência e/ou inflexibilidade dos superiores hierárquicos são os problemas que mais geram stress.

Factores positivos:

  • Baixos níveis de despersonalização
  • Elevado sentimento de competência e realização profissional
    Baixo desejo de abandonarem a profissão
  • A maioria dos enfermeiros voltaria a optar pelo mesmo curso

Como muito se tem discutido por cá, está provada então a nociva pressão que os nossos "chefes", sejam eles enfermeiros ou não, podem exercer. Portanto encaminhem este estudo para a caixa correio dos vossos chefes, pode ser que se mudem atitudes...

....para fugir um pouco ao stress recomendo este magnífico video, deixem passar cerca de 1 minuto e meio e disfrutem, clicando aqui


Cá estarei...Abraço!!

9 comentários:

  1. Parabéns Guilherme!!!
    Uma tematica bastante pertinente e que sem duvida nos leva à reflexão....

    Vou fazer uma introspeção!!!
    Darei no noticias
    BJS

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  2. As Chefias, As Direcções de Enfermagem ao lerem isto o que fizeram? Se é que leram!

    Eu ao ler isto, após uma breve introspecção, concluí que não me arrependo de ser enfermeiro, nunca me arrependi, apenas penso que se calhar me arrependi de não rumar para outros paises onde as condições €€€ e outras serão melhores.

    Porque não tb encaminhar para os Sindicatos e para a OE e suas respectivas secções?

    Há tb que dar valor aos chefes, embora poucos, que se esforçam por ir de encontro ás necesidades dos seus enfermeiros, sabendo exigir e sabendo dar! A esses tb, que tambem os há, Um BEM HAJA!

    Saudações
    Shadow Cronicles

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  3. olá guilherme!

    E tu ja mandaste para o/a teu/tua chefe?gostava que partilhasses connosco qual a sua opinião!

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  4. Após uma pequena reflexão, não consigo ver-me como uma pessoa com stress.. Será que não consigo fazer uma auto-avaliação correcta??
    Mas consigo enumerar vários factores que me irritam... E por vezes nessas situações sou pouco assertiva a falar tanto com os meus superiores como com os meus pares... Distress penso que não sofro disso... Quando existem coisas com o qual eu não concordo ou desgosto falo directamente com quem de direito.E dessa forma consigo que esses factores não interfiram com o meu desempenho...
    Passo a enumerar algumas coisas que me irritam no dia-a-dia:
    * Falta de material;
    * Falta de equipamentos;
    * Equipamentos avariados meses a fio;
    * Stocks nas lonas;
    * Cinismo das pessoas;
    * Discursos de moralidade (das pessoas que nao são verdadeiras com os colegas);
    * As "guerras" entre serviços e colegas de profissão;
    * A pacificidade de alguns enfermeiros perante as alterações da nossa profissão;
    * As limitações que criam aos enfermeiros contratados (como plano de férias, trocas de férias, suplementos...);
    * A falta de união....

    Mas,apesar de tudo isto, tal como o estudo que apresentas-te Guilherme eu também "voltaria a optar pelo mesmo curso"... Faço o que gosto embora muitas vezes sinta que o nosso trabalho não é valorizado.. O que me da ânimo são as palavras de apresso que recebo de alguns utentes... e aí sim, vejo que vale a pena!!!
    bjs ate breve

    PS: Estou mesmo a gostar deste blog

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  5. Só recentemente tomei conhecimento deste Blog e ADORO-O, mas temo ser obrigado a deixar de o visitar...
    É que ao ler alguns posts sobre o CHAM-SA/CHAM-EPE/ULSAM-EPE (tanta mudança de nome e a M£%$@ é sempre a mesma, ou cada vez pior) fico frequentemente com tendências suicidas/homicidas, para já não dizer coprolálico :)
    Guilherme, continua o bom trabalho

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  6. Sofro atualmente da referida doença.DISTRESS...caramba. está sendo dificil levar adiante tudo o que idealizei e agora 16 anos após , me sinto naquela encruzilhada.

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    1. Entendo perfeitamente, tenho 12 anos de trabalho e 14 anos de formada, me preparo para largar tudo e ir em busca da minha felicidade, a vida passa rápido demais e não quero passar a vida insatisfeita.

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  7. Poucos são os chefes que podem fazer alguma coisa, principalmente se estes estão na condição de enfermeiros e são quase ou tanto quanto subordinados como você. Na minha realidade a gerente carrega o cargo, não é inconveniente, nunca recusa me atender, diz que vai solicionar o problema, mas fica só no diz ... infelizmente a instituição manda e todos obedecem, a antiga gerencia ao querer se impor foi afastada, e é esta minha realidade, baixo salário, duas pós engavetadas, pouca ou nenhuma valorização, o hospital antes de caridade hoje virou empresa e como empresa visa lucros, custe a quem custar, doa a quem doer, além de agir hironicamente pregando a humanização mas tratando os seus de forma desumana. Muitos cargos criados, e nenhuma valorização dos cargos verdadeiramente necessários. Minha cidade tem 2 hospitais o que um faz o outro copia, algumas clínicas particulares pequenas com poucas oportunidades, onde trabalho enfermeiro é visto como serviçal de médico, triste realidade ... se você não quer tem milhares de currículos de recém formados para te substituir (3 faculdades de enfermagem na cidade) e como aqui só se visa lucro recém formado sai bem mais barato ... atualmente preciso trabalhar para me sustentar, estudo para tentar medicina mas se não conseguir apelo para veterinária, enfermagem tornou-se um sonho ruim.

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  8. Bom dia! Me formei a pouco tempo, nao tinha experiência nenhuma na área, não fui auxiliar e nem técnica, a profissão é difícil, desgastante mas o meu principal problema é a equipe!
    A enfermagem tem um leque enorme e acredito q ainda não me encontrei na área exata! Queria saber se para vocês tbm foi difícil no começo???
    Se vcs largaram o primeiro emprego e foram em busca do q lhes deixavam realmente felizes, dentro da enfermagem msm?
    Se a relação com os outros enfermeiros tbm foi difícil? Se esse sentimento passa

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