terça-feira, 26 de agosto de 2014

Greve de enfermagem na ULSAM - O que achas?



Que eu tenha memória, penso que será algo inédito.
Dia 28 e 29 deste mês, todos os enfermeiros de toda a Unidade Local de Saúde do Alto-Minho (ULSAM), terão oportunidade de se fazerem ouvir, terão oportunidade de manifestar toda a sua indignação e sentimento de injustiça e desconsideração.

Achei oportuno abrir este espaço para discussão.
Concordas com o formato desta greve? Quais as expectativas?
O que estás disposto a fazer?
Aderes à greve?

Quantio a mim, concordo plenamente com o formato desta greve, as expectativas não são altas, mas esta greves que se têm vindo a fazer de norte a sul, já estão a ter grande eco na opinião pública.
Eu estou disposto, como sempre, a lutar pela dignidade da nossa profissão, pela justiça relativamente a questões monetárias e acima de tudo pela segurança e qualidade de cuidados.
Aderir à greve? Sempre! Enquanto não achar que estejamos onde deveríamos estar, ou seja, enquanto não nos reconhecerem como licenciados.

4 comentários:

  1. Não concordo com a greve porque vai prejudicar os utentes e quem necessita dos cuidados de enfermagem. Há outras formas de luta, sem afectar o normal funcionamento das instituições. Portugal esta perto da banca rota e esta não é altura certa de fazer exigencias. Temos que nos unir e lutar por um Portugal melhor. Era mais positivo trabalharem com uma faixa negra no braço.

    ResponderEliminar
  2. Gostava que o comentador anterior nos enumerasse outras formas de luta, que não tenham impacto na saude dos utentes.

    ResponderEliminar
  3. eu trabalho com varias faixas negras, nos braços e ás vezes na boca. Sou enfermeira e custa-me acreditar que os utentes ainda não se tenham apercebido da falta de segurança e dos riscos que correm, ao serem consultados/atendidos por enfermeiros completamente exaustos, e muitas vezes sózinhos nos serviços. é uma pressao muito grande, diariamente. Nao é a greve que prejudica os utentes, mas sim o modo como as instituições estao a diminuir a segurança dos cidadaos/contribuintes, nos cuidados de enfermagem.

    ResponderEliminar
  4. E também ajudava a evitar a banca rota se trabalhássemos de graça (como as freiras), podiam as enfermeiras ser proibidas de ter filhos (podiam engravidar mas as crianças eram dadas para adopção) e de constituir família a assim dedicar-se em exclusivo ao país.
    E se não comêssemos evitávamos importar alimentos.
    E se andássemos a pé não importávamos petróleo.
    E se não fossem realizados exames Complem. de Diagnóstico as pessoas morriam sem saber de quê e poupava-se imenso em internamentos, cuidados de saúde e até imagine-se em ordenados de enfermeiros.
    Tudo isto iria ajudar o estado a evitara banca rota.
    Mas tenho outras ideias.
    Sem enfermeiros não haveria quem vigiasse os doentes, quem monitoriza-se, quem administra-se medicação, quem supervisiona-se as suas actividades, quem os posicionasse e massajasse com consumos de materiais, quem os aspirasse e permitissem que respirassem, quem lhes presta-se cuidados de higiene e conforto, etc. Tudo actividades que consomem materiais em grande quantidade (alguns caros) caros. Nisto quanto não se pouparia.
    E se não se investisse em educação, se não estudássemos, se não lêssemos, poderíamos ter mais tempo para trabalhar de graça, mas… ficaríamos a pensar como tu.
    Tudo o que nós pouparmos não é para as pessoas como tu e eu, é para o BES e associados.

    Aconselho a leitura de um poema de Bertold Brecht com o título “Analfabeto Político”

    ResponderEliminar