segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Todos os anos a mesma história... época de férias, época de exploração.

Por um anónimo.

O maior "roubo" do hospital de Viana e Ponte de Lima prende-se com o que está a acontecer no departamento de medicina. Existem profissionais a aguardar renovação do contrato há mais de dois meses e os serviços sem capacidade para satisfazer as necessidades de cuidados necessários para os doentes que continuam a ser internados. Todos os responsáveis têm conhecimento mas até agora nada fizeram. Não estou a falar dos responsáveis mais próximos das equipas,na sua maior parte têm-se desdobrado para conseguirem as soluções possíveis ajudando as equipas e permanecendo junto das mesmas. Existem muitas outras pessoas a quem cabe a tomada de decisão, mas nem sequer aparecem para explicar o que está a acontecer, depois de tanta asneira junta.....essas pessoas ainda lá continuam e nunca são responsabilizadas por nada...e a culpa continua sempre a ser dos outros. Existem horários com débitos de mais de 1000 horas de cuidados e com trabalho extra programado que se depararam em plena época de férias com a espera da renovação dos contratos.....e a solução está sempre a ser imputada aos mesmos, àquelas equipas que dão o seu melhor para cuidar dos doentes que continuam a ser internados. É uma VERGONHA o que está a contecer, nunca se verificou um tão grande desrespeito pela cultura organizacional como agora. Desrespeito pelos profissionais e pelos doentes...e não estou a falar do contexto do nosso país...a culpa não é da crise.....a culpa nesta situação tem rosto e nome.

6 comentários:

  1. As férias só agravaram um problema que em muitos serviços se verifica desde janeiro de 2012.
    constantemente horários com débitos, com trabalho extra programado. Horários de amamentação com excesso de carga horária... Agora a espera da renovação dos contratos é a gota de àgua.
    E assim a Medicina continua a ser o parente pobre da instituição e os profissionais cada vez mais desgastados. É triste aquilo que está a acontecer.Por parte dos responsáveis (CA) é um silêncio e uma tamanha inércia...todos caladinhos à espera que o problema se resolva, que não haja muito ruído, para não estragar a fotografia, e neste entretanto as equipas e os enfermeiros chefes/ departamento que resolvam o problema.

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    1. Como profissional, o meu desânimo e desgaste físico e psíquico é tão grande, que nem força tenho para arranjar palavras que descrevam o que estou a passar há meses, devido ao excesso de carga horária...
      Simplesmente, neste momento, não tenho vida pessoal...
      Amo a minha profissão, mas penso todos os dias, e cada vez mais tenho a certeza que um dia deixarei de ser enfermeiro...

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    2. as enfºs chefes deveriam ter atribuidos utentes; afinal neste momento não fazem estatistica, os pedidos de farmacia são através de sistema informático...Todas tem especialidades que não utilizam, ficam nos gabinetes a fazer horários?...não concordo. Os serviços precisam de enf chefe, mas tem de ser melhor aproveitados e colaborar com equipas.O CA aguarda o fim da silly season e depois no final do ano vai acelerar, porque termina o mandato...??' por esse motivo vem nos jornais as nomeações partidárias, mas com os actuais foi a mesma coisa; roda o palco...

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  2. Não saberia explicar melhor. As férias não são as únicas responsáveis embora ajudem. As horas em débito são cada vez mais e NINGUÉM se preocupa com isso. É muito bem receber as horas extras mas e o desgaste que elas provocam? O desgaste físico por que as folgas são escassas e o desgaste psicológico porque tal situação faz-nos pensar em muita coisa. As injustiças nos horários, as folgas que precisamos e não nos podem dar,ect. A renovação dos contratos é mesmo algo vergonhoso e que NINGUÉM se preocupa pois o "trabalho" aparece feito e BEM FEITO. A culpa é de TODOS NÓS que nos sujeitamos a isso enertes. E já nem falo nos suplementos que injustamente não nos são pagos de igual modo. E, espero estar enganada, mas poucos são o que vão fazer algo. O respeito por nós é cada vez menos.

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  3. Olá colegas, claro que estou de acordo com o que aqui fica dito. A enfermagem anda de pernas para o ar no hospital na ulsam. Sem norte e sem rumo. Já alguém pensou nas prateleiras dos enfermeiros do piso oito que andam à boa vida? Davam para assegurar alguns turnos em desfalque. A pouca vergonha chega ao ponto de à hora do almoço saírem de mochila às costas e voltarem passado horas em perfeito clima de provocação. Mas pergunto eu não è lá que está a administração a acreditação e a gestão? Ao que sei junto o que se diz por ai já lá não mora ninguém.

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  4. O mal maior, são os senhores gestores de departamento, que a única coisa que sabem, e mal, é controlar os horários de funcionários, mas de alguns. Aparecem com aquelas caras angélicas a dizerem que não pode ser assim e que o serviço tem que ter X número de funcionários e mais nada. Eu pergunto, o que é que esse pessoal faz. Como é possível ser gestor de tantos serviços em simultâneo? É uma pouca vergonha, já agora qual é o vencimento desses/dessas parasitas? Procuram, sempre, imputar responsabilidades a terceiros, pois comigo não é nada. Acabem com essa chulisse e ponham esse pessoal a trabalhar para o hospital e não contra quem trabalha com dedicação. Para alguns/algumas é vê-los/las a hora que entram e a hora que saem. Sabem ameaçar, mas não sabem resolver, pois isto é que é da sua responsabilidade. Procuram empurrar o boneco para a cara do touro; eles fogem. Se os/as analisarem a única coisa que sentem é sede de mandar.

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