segunda-feira, 11 de junho de 2012

ALERTO PARA O CONTEÚDO DA MENSAGEM DO BASTONÁRIO A PROPÓSITO DO 10 DE JUNHO

Por: Ana

"Está tudo doido?

Na mensagem do Bastonário para os enfermeiros da Diáspora (http://www.ordemenfermeiros.pt/comunicacao/Paginas/MensagemBastEnfermeirosDiaspora10junho2012.aspx) a propósito do dia 10 de junho de 2012 e falando da necessidade de empreendedorismo face ao problema do desemprego na Enfermagem apontando o exemplo da Enf.ª Isabel Santos Melo cita o Enf. Germano Couto mais um "curioso" exemplo:

"Têm surgido exemplos desses também em Portugal. Um deles em Miranda do Douro de duas jovens enfermeiras que resolveram transformar uma situação de desemprego numa oportunidade, trabalhando voluntariamente a troco de casa e alimentação. Não julgo que essa seja uma situação que se deva prolongar indefinidamente, mas reconheço o espírito de abnegação e empreendedorismo destas profissionais e que gostaria de destacar. Tenho esperança que esta situação precária venha a dar lugar a uma situação condigna."

Mas está tudo doido? Um exemplo de mendicidade em que 2 jovens Enfermeiras trabalham a troco de comida e roupa lavada é apontado como um exemplo de empreendedorismo???
Eu chamo a isto uma situação de desespero e nunca empreendedorismo. Quererá por ventura o Enf. Germano Couto mais exemplos destes???

É assim que se luta pela dignificação da Classe?

É reconhecendo como "normal" a mendicidade na Enfermagem e até "maquilhando" a mesma adjectivando-a pomposamente com palavras como "abnegação" e "empreendedorismo" que conseguiremos um reconhecimento e justa remuneração do nosso trabalho?

Vários têm sido os Colegas que se insurgem contra esta situação. E agora vemos o nosso Bastonário elogiar esta situação? Já ficaria descontente com a inexistência do repudiar desta situação mas vejo-me agora chocada com o ELOGIO que o Enf. Germano faz.

Passamos a ter uma situação de mendicidade (pois é disso mesmo que se trata) com o carimbo de aprovação, pasme-se, da Ordem dos Enfermeiros."

9 comentários:

  1. Obrigado Colega por publicar este meu grito de alerta. Votei no Enf. Germano por acreditar que ele poderia ser a mudança tão necessária à Enfermagem mas infelizmente começo a duvidar. Primeiro tivemos um spot "publicitário" (como se a Enfermagem fosse um "produto" a necessitar de publicidade) de gosto duvidoso e agora vejo isto. Começo a questionar o BOM SENSO da Ordem que elegemos.

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  2. Eu tive que ver pelo meus próprios olhos mas de facto é o que está escrito no discurso publicado no site da ordem. Isto é música para os ouvidos do Coelho, do Macedo e todos aqueles que querem explorar ainda mais os Enfermeiros. Qualquer dia somos pagos com senhas para ir comer à cantina do hospital.

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  3. Desculpem, mas... qual é a novidade?!?!
    Foi só agora que esta situação surgiu pela 1ª vez?!?!
    Desde pelo menos 2007 que colegas nossos trabalham pelo prato da comida (e isto é literalmente, não é exagero) num hospital público do vale do Ave e num particular da mesma zona ainda pagavam a deslocação. Chamavam-lhe estágio para não ofender a "dignidade" dos outros colegas assalariados. Ficavam assim 1 ano e no fim...RUA!

    Não percebo qual é a novidade e nada contra estas colegas, que exercem voluntariado, não estão subjugadas a horários nem a hierarquias. Não são trabalho escravo, nem estão a dar a ganhar directamente a nenhum desses colossos da Nova Saúde, que esses mesmo pagando, pagam mal e enriquecem com o trabalho dos enfermeiros.
    Este é um projecto com a duração de 3 meses e caso o projecto sem imponham pela sua relevância para a população e pelos ganhos em saúde (já sei que é muito pouco tempo, para isso é necessário alguns meses ou anos) irá ser apoiado pela autarquia.

    Leiam a noticia na integra que vêm no jornal "Público" no link http://publico.pt/1547806

    Elas realmente prestam cuidados de enfermagem e dignificam a profissão naquilo que ela representa para o ser humano (a chamada RELAÇÃO DE AJUDA, se é que ainda nos lembramos do que isso é). Não andam a fazer coisas de outros profissionais ou a fazer aquilo que outros não querem ou a trabalhar para outros profissionais.
    É mais digno trabalhar voluntariamente do que trabalhar como escravo, sem condições de segurança para nós e para o doente, a trabalhar sem apoio de outros profissionais como acontece em muitos privados, que quando a coisa complica, nem médico, nem equipa de reanimação, só mesmo o INEM e quando vem a tempo...

    O Sr. Bastonário, esse anda muito frenético a querer mostrar trabalho e muito depressa. E quando se fala muito, por vezes não se acerta. Pior quando se anda mal assessorado.
    Não votei nele, mas vamos dar-lhe tempo para assentar a poeira e ele se adaptar ao cargo. Disparates, como foi o caso, todos os dizemos (mas não foi nada comparado com os dos nossos governantes - Coelho, Relvas, Borges)

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  4. Estará o Enf. Germano Couto a "piscar o olho" a uma carreira política? Se sim, é gravíssimo pois teremos um bastonário (sim, vai mesmo com minúscula) a parasitar a Ordem e os Enfermeiros apenas para entrar nesse "clube" e não para desempenhar as funções que se esperam de um Bastonário.

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  5. Boas...

    À semelhança do Anónimo (12 de Junho 22:15), também eu tive curiosidade e li a mensagem do Sr. Bastonário, no site da OE.

    Admito, como opinião pessoal, que o exemplo de "empreendedorismo" apresentado, manifestando aqui um enorme respeito pelas colegas que se sujeitam a fazer algo para "sobreviver", foi infelizmente conseguido, para não o adjetivar de outra forma e não cair na tentação de fazer comparações.
    Chamar empreendedorismo a um ato puro de necessidade e de resignação (casa e alimentação - leia-se), é no mínimo depreciar uma situação gravíssima que atravessamos e que, em última instância, colide com uma base de valores que se diluiu nos últimos anos, como é a dignificação do trabalho e a sua remuneração (justa!). E aqui, não temos dúvida que, a "profissão" teve culpa no cartório.

    Mas quando efetuei a leitura da mensagem, há outro pequeno pormenor que "salta à vista".
    É uma impressão pessoal ou não vejo explanada qualquer palavra ou ideologia, com o intuito de resolução do problema chamado desemprego na classe!
    Mas sim um refúgio, à semelhança do proferido há algum tempo pelo nosso PM, do desenvolvimento profissional no estrangeiro.
    É que todo o discurso foi orientado nesse sentido.
    A certa altura até a expressão... "Apelo aos colegas que continuem a dignificar a profissão, a fazer ouvir o nome de Portugal por boas razões e que continuem a inspirar os que permanecem no país com o vosso espírito empreendedor", me parece um apelo a que os que ainda cá estão (nas condições que sabemos e a serem pagos como sabemos) deviam também emigrar e a serem empreendedores, porque cá... também não se vão safar!! (digo eu).

    Indignação é no mínimo o que sinto quando leio algumas coisas que se escrevem.
    Sr. Bastonário e colega Enf. Germano, por este caminho... não me parece que vamos bem!

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  6. Ontem o Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) apresentou o seu relatório primavera 2012 intitulado "Crise e Saúde - Um país em sofrimento ". Um relatório que é muito crítico das políticas do governo para a àrea da Saúde, alerta-se para condicionamento no acesso dos doentes aos Cuidados de Saúde, é referido que existem indícios de racionamento implícito nos serviços públicos de saúde, situações em que há doentes não isentos que, por carência económica, abandonam os tratamentos e avisam que o SNS está em risco de degradação.
    No mesmo dia a TSF no seu programa "Forum TSF" pega no tema e abre o debate público deste relatório que demonstra bem a destruição do SNS. No programa participaram não só o Secretário de Estado Fernando Leal da Costa que tentou desacreditar o relatório e negar as evidência que estão à vista de todos nós. Mas também participaram o Enf. José Carlos Martins do SEP e o José Manuel Silva que denunciaram situações concretas que provam o que é afirmado pelo relatório do OPSS. Estranhamente e perante uma situação tão pertinente para defender o SNS, o Enf. Germano Couto não estava disponível para participar do Fórum. Teremos um Bastonário "part-time"? Será que para a OE este tema não é importante? Ou será que o Enf. Germano Couto prefere não enfrentar o Ministro, ser um "Yes Man", o menino bonito do Sr. Ministro? Faz-me lembrar os tempos da Enf Maria Augusta e da Ana Jorge, e toda a gente sabe no que isso deu, não é verdade?
    Temos que defender o SNS! Temos que defender a Enfermagem! Temos que defender a Saúde dos Portugueses!

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  7. . Falta saber se foi mesmo convidado.. acredito que tenha sido..Se nao estava disponivel, é grave.. mas que o discurso dele está muito politico é verdade. Ate hoje vi uma medida mais ou menos positiva.. solicitou o corte de 10% de vagas... mas a meu ver devia ter pedido 20 ou 30

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  8. Antes de mais para que não pensem que sou anti-Enf. Germano Couto, deixem-me dizer que votei nele nas eleições pois acreditava e ainda quero acreditar que ele pode trazer a mudança e a justiça tão necessárias à Enfermagem. Agora o que não quero, não posso nem podemos todos nós admitir é que a direcção da Ordem se torne num projecto vazio de conteúdos que vive apenas de marketing, de frases soltas mas sem acções concretas.

    Para responder ao colega das 23:27 do dia 15: sim, o Enf. Germano Couto e a Ordem dos Enfermeiros foi convidada mas NINGUÉM, seja o Bastonário seja outro dos membros da Direcção estava disponível para comentar o relatório do OPSS!!!!

    Para os mais incrédulos podem ouvir o programa em http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=2608118&tag=F%F3rum%20TSF e constatar na 2ªParte do Programa que
    - intervém o José Manuel Silva da OM que arranjou tempo para falar à TSF apesar de estar numa visita ao Hospital do Barreiro;

    - por volta do minuto 8:45 o jornalista refere que "importa também explicar ao ouvintes que obviamente convidamos a Ordem dos Enfermeiros mas a Ordem dos Enfermeiros não encontro disponibilidade para sabermos como a Ordem dos Enfermeiros Portugueses olha para a situação, que diagnóstico traça do estado da Saúde...."

    Agora pergunto: não há ninguém que tenha arranjado 5 minutos para falar num dos mais ouvidos programas de rádio? Ou será que não queriam arranjar disponibilidade para não serem incómodos? ( já a Maria Augusta fazia o mesmo com a Ana Jorge e toda a gente sabe quais foram os resultados para a Classe)

    - já o Enf. José Carlos Martins do SEP parece conseguir arranjar disponibilidade e podemos ouvir a sua intervenção a partir do minuto 13 até ao minuto 20;

    Quanto ao facto de ter solicitado um corte de 10% do número de vagas (o que aliás fez numa reunião que teve com o Ministro Nuno Crato) convém saber se esta medida é para todos os Cursos de Enfermagem ou se é só para os do Ensino Público (não nos podemos esquecer que há tantas ou até mais Escolas Privadas do que Públicas) e também convêm sublinhar que na AG de Coimbra foi dito que uma Auditoria às diferentes Escolas de Enfermagem seria só em 2015!!! É por estas e por outras que eu afirmo que parece-me que se está a adoptar uma postura de muito marketing e de frases soltas que soam muito bem, que nos são agradáveis de ouvir mas que podem constituir uma enorme frustração se não forem acompanhadas de medidas, de acções que visam a resolução dos problemas.

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  9. Esta do "empreendedorismo" faz-me lembrar o pasteis de nata do outro. Não fossemos estar a falar de coisas sérias, até teríamos uma boa anedota

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