Há uns tempos atrás, nos meus apontamentos, tinha anotado um tema que cada vez mais me parece tabu. Escândalos e notícias tristes depressa se propagam neste hospital e, vendo bem, em qualquer local de trabalho no nosso país. As boas notícias, excluindo o aumento de vencimentos, demoram mais um pouco a alcançar um destino, nesta corrente de propagação de informação.
Depois foi lançada a já tão badalada bomba pelo Sr. Tasqueiro (quem desconhece, recomendo consultar os comentários ao post “Crónicas estapafúrdias vol. IV – Ruídos”).
Pensei que seria o momento oportuno para abordar o tal tema tabu, o alcoolismo em profissionais de saúde.
Para ter um suporte científico, comecei por pesquisar no Google académico, trabalhos sobre o tema. Surpreendentemente encontrei zero. Inseri “alcoolismo em profissionais de saúde” no motor de busca e as centenas de trabalhos de investigação/artigos que surgiram, incidiam sobre alcoolismo numa amostra aleatória de pessoas e enfatizavam o papel dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, no combate ao problema.
Outros trabalhos direccionavam-se para burnout. Duas premissas importantes: o burnout pode conduzir ao alcoolismo; Os profissionais de saúde são das classes mais propícias a desenvolver burnout. Associando-as, facilmente concluímos que os profissionais de saúde correm algum risco de consumir álcool em excesso. Porque é que não encontro então, estudos sobre isso??! Se calhar sou um nabo a pesquisar.
Ser profissional de saúde, tem as suas recompensas, as suas amarguras. Há um vasto leque de vantagens e inconvenientes, já por demais conhecidos. Lidar com o insucesso, fadiga, stress, sofrimento dos outros, problemas familiares associados à ausência ou não, etc, pode levar a angústia, depressão e por possível sucessão, a vícios, onde o álcool assume posições de liderança.
É problemático ser alcoólico, é ainda mais problemático ser um profissional de saúde alcoólico. Porém, na minha opinião, é muito mais que problemático, é gravíssimo, é ultra-condenável, permitir que estes profissionais estejam em trabalho, sem que haja vigilância, acompanhamento e tratamento.
Em grandes locais de trabalho como Portucel e Estaleiros Navais, onde os trabalhadores desempenham cargos de alta responsabilidade, há vigilância rigorosa dos níveis de alcoolemia nos trabalhadores. No nosso hospital, onde evidentemente os trabalhadores desempenham cargos de ainda maior responsabilidade, já vi testes de alcoolemia, mas foram aqueles que a GNR vem fazer aos traumatizados em acidentes de viação. Agora em funcionários??! Nunca vi, nem nunca ouvi falar. Posso estar enganado, mesmo que esteja, é impossível que este controle seja eficaz. O Sr. Tasqueiro lançou a bomba que toda a gente tem conhecimento, mas que finge não ter. É um problema de saúde pública, é um problema nosso, dos nossos gestores e responsáveis pelos departamentos de medicina no trabalho. Acordem senhores, qualquer dia pode ser tarde. Enfrentem o problema, não discriminem, encontrem saídas.
G.
Depois foi lançada a já tão badalada bomba pelo Sr. Tasqueiro (quem desconhece, recomendo consultar os comentários ao post “Crónicas estapafúrdias vol. IV – Ruídos”).
Pensei que seria o momento oportuno para abordar o tal tema tabu, o alcoolismo em profissionais de saúde.
Para ter um suporte científico, comecei por pesquisar no Google académico, trabalhos sobre o tema. Surpreendentemente encontrei zero. Inseri “alcoolismo em profissionais de saúde” no motor de busca e as centenas de trabalhos de investigação/artigos que surgiram, incidiam sobre alcoolismo numa amostra aleatória de pessoas e enfatizavam o papel dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, no combate ao problema.
Outros trabalhos direccionavam-se para burnout. Duas premissas importantes: o burnout pode conduzir ao alcoolismo; Os profissionais de saúde são das classes mais propícias a desenvolver burnout. Associando-as, facilmente concluímos que os profissionais de saúde correm algum risco de consumir álcool em excesso. Porque é que não encontro então, estudos sobre isso??! Se calhar sou um nabo a pesquisar.
Ser profissional de saúde, tem as suas recompensas, as suas amarguras. Há um vasto leque de vantagens e inconvenientes, já por demais conhecidos. Lidar com o insucesso, fadiga, stress, sofrimento dos outros, problemas familiares associados à ausência ou não, etc, pode levar a angústia, depressão e por possível sucessão, a vícios, onde o álcool assume posições de liderança.
É problemático ser alcoólico, é ainda mais problemático ser um profissional de saúde alcoólico. Porém, na minha opinião, é muito mais que problemático, é gravíssimo, é ultra-condenável, permitir que estes profissionais estejam em trabalho, sem que haja vigilância, acompanhamento e tratamento.
Em grandes locais de trabalho como Portucel e Estaleiros Navais, onde os trabalhadores desempenham cargos de alta responsabilidade, há vigilância rigorosa dos níveis de alcoolemia nos trabalhadores. No nosso hospital, onde evidentemente os trabalhadores desempenham cargos de ainda maior responsabilidade, já vi testes de alcoolemia, mas foram aqueles que a GNR vem fazer aos traumatizados em acidentes de viação. Agora em funcionários??! Nunca vi, nem nunca ouvi falar. Posso estar enganado, mesmo que esteja, é impossível que este controle seja eficaz. O Sr. Tasqueiro lançou a bomba que toda a gente tem conhecimento, mas que finge não ter. É um problema de saúde pública, é um problema nosso, dos nossos gestores e responsáveis pelos departamentos de medicina no trabalho. Acordem senhores, qualquer dia pode ser tarde. Enfrentem o problema, não discriminem, encontrem saídas.
G.
É difícil clarificar o que já é claro mas se finge ser escuro, as regras a que as pessoas se acomodam porque informalmente se cumpriram. Ainda bem que expões este problema e possíveis soluções porque não há nenhuma lei que torne os profissionais de saúde menos Homens.
ResponderEliminarAntes de abrir as velas ao vento (oh faça Deus que não seja tempestade!), em lugar da benevolência que se costuma pedir aos leitores, só lhes quero pedir justiça. É de direito natural que ninguém seja condenado sem ser ouvido ... (Padre António Vieira)
ResponderEliminarMas aqui neste Blog, têm-se afiado as facas que matarão inocentes, na ânsia de um culpado.
Lamento que pessoas que dizem ter "curso superior" tenham tão estreita visão dos problemas, e se coloquem "acima de qualquer suspeita" empolando erros, defeitos e acasos infelizes daqueles que anseiam derrotar para se guindarem aos seus postos.
Caro anónimo das 16:04
ResponderEliminarNão se preocupe que aqui não se condena ninguém, não sei se reparou, mas em nenhum post se faz referência a nomes.
Aqui não se afiam facas, fala-se de problemas, que são colocados de lado, porque são verdades inconvenientes caro senhor(a). Nunca se "matarão" inocentes, mas os culpados serão atingidos se assim o acharem, como diz o povo, só enfia a carapuça quem quer.
Tenho um curso superior, sim senhor. Uma licenciatura. sabia??! Escusa de colocar aspas nesse sentido corriqueiro.
Aqui algumas pessoas de facto, têm visões estreitas, defeituosas, lamentáveis e também temos os visionários que felizmente são em muito maior numero.
O senhor engana-se em tudo que diz. Completamente em tudo, Redondamente. Empolar erros?! mentira. derrotar alguém?! mentira. guindar-me para os seus postos??! mentira. Já reparou a quantidade de mentiras que disse?!. Como diz o outro senhor anónimo também um grande "visionário" (estas sim, são aspas irónicas), ganhe juizo!
Entao acha que este problema de alcoolismo em profissionais de saúde é "abrir as velas ao vento?!" Além de pedir ao seu Deus que não seja tempestade, peça também para nunca ser atendido, o senhor ou seu familiar, por alguém com este problema. Problema esse, analisando o post, que não é censurado e condenado, apenas alertado.
Fique bem e repense o que disse.
Se achar que tem razão, não sei mais que lhe diga.
Obrigado por cá vir!
Abraço
paz e amor no mundo
G.
Tasqueiro, o sr. tem um valente hidrocelo...Força, deixe-o estar, não deixe que lho operem. (até porque podem não estar sóbrios).
ResponderEliminarcomo não estou de serviço, bebo um copo ao sabor desta posta de pescada.
ResponderEliminarAlguém falou em condenar alguém?
ENFERMAGEM é um curso superior e só os pacóvios que se arvoram em ser mais "superiores" que os outros emitem tais patacoadas como a que se pode ler por estes lados.
picar tambem pico, mas não pretendo matar ninguém mas meu caro anónimo, não se pode falar nos casos infelizes? porquê falar sobre saúde pública?
São rosas senhor, são rosas. Não há problemas à nossa volta, tudo corre sobre rodas. Realmente os Deuses devem estar loucos e eu que o diga.
Abençoai-nos Senhor e protegei-nos do mal que que não existe!
Quando morrer, fazei-me o funeral e nunca interrogueis, porque terá morrido aquele pequeno insecto? Pode ter sido do alcool ou dos seus efeitos, isso não interessa porque está morto e não era da minha família!
Oh Sr. Melga e Srs. Guilhermes e todos os encapotados nos anonimatos
ResponderEliminarVossas excelências pensam que descobriram a pólvora. Voc~es pensam que é com os vossos lislates que se corrige o que quer que seja.
Vocês pensam que esses problemas não são discutidos superiormente e que não há atitudes que visem a sua correcção quando estas têm relevância.
Quereis ser os policiais do vosso hospital e ao mesmo tempo os juizes e tomais por verdade qualquer pequeno escandalo que vos digam, talvez por não terdes vida própria, andais a cheirar os peidos dos outros.
Ganhai Juizo!
Ora aí está um problema muito sério.
ResponderEliminarNao me parece que se pode brincar com ele. Mas isso nao impede que se fale nele.
Preocupa-me, preocupa-me mesmo muito o existir deste problema
Acho que o taqueiro criou aqui um tema de debate muito profundo.
As pessoas que sofrem deste mal, nao o aceitam como tal. Existe ainda o estigma de ser o bebado, neste caso o Sr bebado. Nunca ninguem vai ter coragem de chamar bebado a um profissional de saude dentro da nossa instituiçao, até porque o teria de provar....
mas uma coisa vos digo, esses nao chegam longe , o alcoolismo mata, e , nao é lentamente. Mata depressa, ainda hoje fui buscar um cadaver de 37 anos com o diagnostico de alcoolismo cronico, que nao entendeu que se estava a matar...
Força Guilherme, sou um leitor assiduo deste nosso/teu blog.
Sr Anónimo das 12:36, antes de mais tu pertences aos encapotados, aliás, és o principal encapotado, pois fartas-te de mandar postas, falar mal deste e do outro, enquanto todos os outros anónimos que cá vêem dão as suas opiniões, as suas postas de pescada, mas sem tentar ofender ninguém.
ResponderEliminarQuem disse que descobrimos a pólvora?! Não percebo, lamentavalmente acho que nunca percebes os meus posts.
Não é LISLATES, mas sim dislates. Sim, é verdade posso dizer alguns disparates, mas este não é disparate nenhum, lamento mais uma vez ser LISLATE para ti.
Olha, se são discutidos superiormente, estas a dar-me uma novidade, obrigado, deves ter muitos conhecimentos do que por lá por cima se passa, ou então também fazes parte da administração, quem sabe.. Agora pergunto-te, se são discutidos porque é que não há soluções? por que é que por exemplo não se faz uma coisa tão simples que é controle de alcoolemia??! Agradecia uma resposta tua, sinceramente. Não quero ser o policia nem o juiz, apenas um comum mortal que não tem aquelas cenas que os cavalos têm nos olhos (que agora não me lembro do nome) que são colocados para serem conduzidos, não mudarem de rumo. Sr Anónimo o meu pensamento é sagrado, é o que de mais sagrado temos, apesar de muitos não o saberem usar adequadamente. Então para ti o problema que o senhor tasqueiro levantou é um “pequeno escândalo”??! acho isso muito estranho.. TERDES vida própria??! Não será terem?! Eu tenho vida própria, tu tens?! Sinceramente acho que andas neste vida para deitares tudo a baixo. Mas é bom cá vires, geres discussão. Apesar de muito me criticares, deves ser um dos meus leitores mais assíduos, obrigado. Peidos??! Fica mais giro farpas. Às vezes mando alguns, mas não é por cima, há quem os mande por cima e por baixo, eu é só por baixo. Agora farpas posso mandar por cima e por baixo. Cheirar o peido dos outros, não é meu hábito.
Volta sempre, porque divirto-me a responder-te
Agora lembrei-me que perco muitas linhas a responder a quem me critica sem lembrar quem me dá motivação. Obrigado Filipe pelas palavras e pelo caso triste do jovem que morreu alcoólico. Obrigado a todos que neste e noutros posts dão-me palavras de incentivo, o que ganhamos com isso é a continuidade do blog, porque sem essas palavras e sem as palavras também críticas destrutivas dos senhores anónimos, isto não teria piada nenhuma. O blog apesar de ser sério, é para nos divertirmos, se com ele mudarmos posturas, tanto melhor
Abraço para todos os apoiantes e não apoiantes (que para minha alegria são poucos)
AH bom. segundo o anonimo o assunto está a ser tratado superiormente.
ResponderEliminarQuer dizer que ha um problema.
ja ha atitudes para corrigir...., afinal ha um problema e ja se sabe quem é , e ja se está a tratar, bom..
Fico contente, tenho duvidas dessa eficacia toda , mas dou o beneficio da duvida.
Como nao falaram comigo, eu nao sou o que entra "alcoolicamente bem disposto ao serviço"
Outra coisa cheirar os peidos uns dos outros?????????????que é isto???ele ha cada um.
como diz o outro tenham juizo
Abram alas............
Do Sr Melga,
ResponderEliminarpara o sr Anónimo
que desta forma é igual a nós próprios...aqui temos de novo outro encapotado.
Cada um tem a importância que lhe é merecida.
O sr Melga, apenas pretende que profissionais, que até podem ser muito competentes, não se destruam nem destruam a vida dos outros na sombra de um problema de saúde pública... o alcoolismo.
Fique a saber que eu não preciso do blogue para falar, pois falo sempre que estou de serviço, demonstro aos meus superiores o meu desagrado pelo estado das coisas e acredite se quizer, porque não me escondo na sombra das mentiras, já tenho levado muita "porrada" e fui prejudicado por, precisamente por isso,dizer as verdades...
se a máxima "nunca digas tudo o que sabes" é por vezes útil, o interesse público e a segurança dos cidadãos não se pode colocar em causa...deixe por exemplo que o seu vizinho brinque com o gás dentro do seu apartamento, não fale disso com ninguem e depois venha dizer: "a casa caíu-me em cima".
As verdades doem e trancas na porta depois da casa roubada não servem de nada se não prevenir o que já se sabia que podia acontecer.
Estão a ser tomadas medidas internas e por isso nem sequer devo falar disso? Ganhe juízo (está na moda). Da forma que fala, não é preciso falar da pedofilia, da violência doméstica, do tabagismo, da droga, do assédio sexual, etc...sabe porquê? porque esses problemas já estão a ser discutidos superiormente e estão a ser tomadas medidas de correcção para os mesmos...a não ser que não tenham a relevância, pelo a que no seu entender elas devem ter...
Sabe o que é um país livre?
Que eu saiba não é só Sua Excelência que tem direito a opinião, ou é o inventor da pólvora? se é, dou-lhe os meus parabéns porque não é falsa!
Digamos que Vossa Excelência descobriu a pólvora seca (vulgo Peido)pois até sabe que tem cheiro.
Lembro-me que Vossa excelência foi a um concurso de cús e ganhou de caras!
Infelizmente ainda há alguns dias quando falou comigo no Hospital, tive que cheirar um dos seus...e não estava atrás de si estava bem na sua frente mas o facto de ter a cara de dito, o peido(indeciso) saíu pelo de cima...e olhe que tem que tratar desses intestinos porque a sua crónica dá sinais de algum mal estar...
Passe bem sua excelência e cuide-se, sei que nem devia dizer isto porque já está a tomar medidas...
Aos leitores do blogue e ao seu autor Guilherme, peço desculpa pela porcaria do comentário que agora inseri, vou para o meu cantinho dissertar sobre o "Peido" que é coisa que não me assusta pois como vemos há quem se atrapalhe...
Boas!!! ja vai um bom tempo que nao me apetece dizer o que quer que seja... tenho lido com frequencia o blog, e vejo que pairam por ca aves raras... Que em vez de terem criticas construtivas deitam abaixo um simples "A" vindo de outro, é por estas e por outras que não vamos para a frente....
ResponderEliminarParece-me que anda por cá um(a) anonimo(a) que se gosta de esconder e abafar todos os problemas... Pois é não existem casos de 1 ou 2 trabalhadores acima do nivel de alcoolicamente alegres... chato é quando se tem q trabalhar com pessoas assim.... Bem mas mais vale nem falar, porque nao extistem estes problemas... o nosso Hospital ate é 1 exemplo nacional e tem sido destacado pela qualidade e exemplaridade...
Nao da vontade!!!!
Voltem sp!!!
Se o Filipe e o CSI sao quem penso tenho saudades de vos ver no SU...1 abraço
na verdade já dei uma boa gargalhada à custa das "farpas". Gostei da resposta Guilherme. Fartei-me de rir pois fez-me lembrar outras histórias, mas dessas, eu é que sei...
ResponderEliminarMas falando de coisas muito sérias (muito sérias mesmo), e de forma alguma a querer apontar o dedo a quem quer que seja (apesar de ter assistido a uma situação no hospital...enfim... ), uma vez que todos nós estamos sujeitos, no dia de amanhã a ter este problema: a verdade é que ele não escolhe condição social, financeira, profissional e tantas outras. Se ele for resolvido com base na prevenção e no tratamento precoce, muitas situações tristes e desagradáveis possam ser evitadas. O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio, a ser salvos pela crítica, mas façamos por mudar esta conduta, visitando e reflectindo com G.
Uma abraço.