Em Março de 2009 desabafava convosco sobre o facto de discordar com a divisão da equipa de enfermagem em 2 equipas distintas, SU e UP (ex-OBS). Já nessa altura previa-se certas situações que hoje se confirmam. Em Janeiro de 2010, confirmava-se a mau ambiente instalado.
Passados 3 anos, mantenho a minha opinião, a divisão da ex-super equipa do Serviço de Urgência, trouxe mais problemas do que soluções.
Analisemos...
Para começar o ambiente entre enfermeiros das duas equipas não é de todo saudável, para não dizer mau. Grande parte dos que estão lá dentro (UP) critica pesado o trabalho que é feito pelos colegas de cá de fora (SU), esquecendo-se rapidamente que há uns anos atrás estavam nesse mesmo lado, fazendo as mesmas coisas, com as mesmas dificuldades, com os mesmos problemas de sempre.
A maior parte parte dos que estão cá fora critica duramente a postura dos que estão lá dentro, pelo elitismo, por se mostrarem fechados e críticos na admissão dos doentes, que todos sabemos o motivo de, ocasionalmente, não chegarem à UP nas condições ideais.
Alguns de fora já dizem que só falta pôr muros na UP. Outros revoltam-se e emocionam-se pelo mau ambiente que se criou e principalmente pela mudança radical de mentalidades de alguns que estão lá dentro, completamente indiferente ao que se passa cá fora.
Com a divisão dos enfermeiros, dividiram-se também os Assistentes operacionais e hoje ainda não se sabe bem quem vai fazer um internamento da UP durante a noite. Será o maqueiro? Será a auxiliar? Cada qual tem a sua ideia e informação. E é mesmo durante a noite, quando os chefes não estão, que os conflitos acontecem. Os poderosos decidem, as consequências são para os que estão abaixo.
A UP pode estar com um turno tranquilo e cá fora o SU estar ao rubro, que a assistente operacional de dentro, tem ordens para lá permanecer, porque estamos a falar de um serviço autónomo. Resultado: uma única auxiliar para as limpezas ao chão, tratamento de lixos e para todos os cuidados aos vários doentes do SU. Ou seja, uma pode estar a descansar e outra a fazer o trabalho de duas ou mais... o espírito de equipa entre Assistentes Op. parece que também está a ir pelo mesmo caminho do dos enfermeiros.
Depois temos o grande problema que surgiu recente, o enfermeiro de fora (SU) perdeu quase por completo a autonomia de gestão de doentes candidatos à UP. Era algo que fazíamos na perfeição, seleccionando os doentes mais críticos e dependentes. Agora quase que é preciso pedir um requerimento para um doente ser admitido na UP... o médico tem praticamente a totalidade do "poder" nesta matéria. Os problemas devido a este facto já começam a chover, notando-se que, quem chega primeiro é que tem a vaga, ou seja, podemos ter um doente independente a ser admitido para a única vaga, quando temos uma lista de dependentes e críticos ainda em espera. Depois acontecem situações como uma doente sub-85, acamada, há 3 dias no corredor, só foi admitida porque o enfermeiro de cá de fora reparou no quadro das datas de admissões de OBS MACAS e teve a sorte de ter uma vaga após um óbito na UP, pedindo à médica para internar o doente. Sim!! ouviram bem, agora a UP é um internamento, com toda aquela burocracia inerente a um internamento... só em folhas de papel Deus me livre...
Por falar em gastos, questiono quais os ganhos em termos de dinheiro após a criação da UP?? A meu ver o saldo é negativo.
Claro que alguns departamentos melhoraram na UP, há almofadas topo de gama, parece mais asseado e organizado, mas não seria de esperar coisa diferente, tendo em conta que há uma pessoa responsável pela gestão do Serviço, mas também poderia estar assim com uma única equipa... bastava querer.