Esta também foi a década em que os hospitais se tornaram empresas. O principal objectivo seria o corte nas despesas e para isso aparecem economistas ou gestores, que apesar de perceberem de números, pouco ou nada percebem de gestão em saúde.
O meu hospital, após anos sucessivos de desaires orçamentais, anunciou balanços positivos nos últimos anos, isto apesar de ainda dever dinheiro aos enfermeiros. Outros, em vez de diminuir, aumentaram o défice, como em Braga p.e.
Parece evidente que de uma maneira geral cortou-se nas despesas, mas também se cortou na formação em serviço, qualidade de cuidados, qualidade de materiais, rácios e autonomia das classes, principalmente de enfermagem.
As gestões hospitalares do SNS cada vez se assemelham mais com as privadas, o que importa é ter anúncios bonitos à entrada a dizer que são os maiores, o que importa é o lucro sem se olhar aos meios, o lucro a qualquer custo com o menor número possível de profissionais de saúde a tratar o maior número de doentes possível