No penúltimo post surgiram alguns comentários sobre a importância (ou falta dela) dos enfermeiros-chefes. Tendo em conta que os comentários foram na sua totalidade negativos e dado a importância do tema, achei que deveria levantar a discussão aqui neste post.
O tema poderia ser: "O papel do enfermeiro-chefe nas novas realidades dos sistema de saúde.", parece o tema de um congresso, mas não é. Será que o enfermeiro-chefe é um inútil, como alguns referem no post referido? Será que é fundamental nas dinâmicas dos serviços?
Na minha opinião, se algum dia decidissem acabar com as chefias em enfermagem, seria um desastre para a enfermagem e para os sistemas de saúde, seria recuar dezenas de anos, não tenho dúvidas disso. Agora, claro que há enfermeiros-chefes que se acomodaram, que falam mais do que o que fazem, com preferidos, manipuladores, etc. Também há enfermeiro-chefes que mantêm essa categoria, mas que efectivamente não o são na prática, o que eu não concordo de todo. Poderá ser para muito controversa esta minha ideia, mas para mim, quando alguém perde determinado estatuto, por qualquer motivo que seja, não pode continuar a ser remunerado, segundo um estatuto que não desempenha.
No lado oposto, temos enfermeiros-chefes que lutam diariamente pela melhoria nas equipas e nos serviços, que são líderes no verdadeiro sentido da palavra, que impulsionam e intervêm na formação em serviço, que são justos, dinâmicos e defensores das suas equipas e dos seus elementos (quando assim o exige).
Sintetizando, para mim, o papel do enfermeiro-chefe é fundamental nas dinâmicas das equipas, o segredo está em saber adaptar-se às novas realidades, conjugando o crescente totalitarismo das administrações hospitalares, com a autonomia da classe de enfermagem.