Se eu mandasse, não permitia que houvessem funcionários que passassem mais tempo em conversa e passeio pelos serviços, corredores e bar, do que propriamente a trabalhar.
Se eu mandasse, não permitia que houvessem serviços com o dobro ou triplo de funcionários do que aqueles que efectivamente são necessários. Pelo menos recolocaria esses funcionários (a mais) em locais onde seriam úteis, desviando-os de um serviço onde se atropelam uns aos outros.
Se eu mandasse não permitia que novos assistentes operacionais (novos também em experiência e idade) fossem admitidos e colocados a fazer tarefas consideradas leves, enquanto que outros com problemas de saúde incapacitantes e com atestados para trabalhos moderados, permanecessem, desde há vários anos, em locais onde o trabalho "mais pesado" é exigido e constante. Um exemplo gritante passa-se no Serviço de Urgência, onde permanecem várias assist. operacionais com os tais atestados para trabalhos moderados, que se recusam (e bem provavelmente) a fazer qualquer tipo de trabalho "mais pesado" e como decerto compreendem, num serviço de urgência, o trabalho é maioritariamente pesado.
Se eu mandasse eliminava com os atrasos sistemáticos (em 30 - 60 minutos) de entrada em serviço de determinadas especialidades médicas. Diga-se em abono da verdade, Medicina Interna cumpre horários, por que razão pediatria e ortopedia, não cumpre?
Se eu mandasse eliminava com as saídas de serviço antes do estipulado, por grande parte dos clínicos gerais. O turno acaba efectivamente às 20h, mas para alguns, acaba sistematicamente às 19:30.
Se eu mandasse estabelecia regras rígidas nos tempos para refeição de todos os funcionários. Não se admite ver enfermeiros, médicos e assistentes operacionais abusarem sistematicamente no tempo que têm para a pausa de refeição.
Falo como contribuinte, para contribuintes. É isto que vejo, uma fraca gestão de recursos humanos, uma passividade com certos hábitos enraizados, uma permissividade à calaceirice.
Depois não se admirem com os cortes de pessoal... é que depois paga o justo pelo pecador. Os cortes que muito são falados no panorama nacional, são indiscriminados, não distinguem o trabalhador do calaceiro, o corte é radical.
Por hoje fico por aqui...