Fazer noites é uma merda. Por cada noite que faço sinto-me a envelhecer ao cubo. Envelheço literalmente, sinto-o. E isto está estudado. Nós temos um bioritmo, um ciclo, onde estamos em actividade ou acordados cerca de 16, 17 horas e 7 ou 8 horas a dormir. Uns mais outros menos, mas para nenhum, esse ciclo pode ser quebrado. Os sonos não se antecipam, nem se reduzem a um par de horas, nem se fazem no pico do dia, com os ruídos externos. Depois o pior nem é a noite em si, são os dias seguintes, onde vais tentar reorganizar o sono: fizeste noite, estás cansado, dormes de manhã, perdes o almoço, acordas lá para o inicio da tarde, chegas à noite já não tens sono, vais adormecer muito mais tarde que o habitual e novamente vais dormir menos que o razoável, porque na manhã seguinte, provavelmente vais ter que acordar cedo.
Fazer noites não tem preço, não se paga. Não quero que me paguem para desinsuflar saúde do meu corpo, mas tenho que as fazer e vou envelhecendo. Muitos não dão valor, principalmente os governantes, que nos pagam por isso com um suplemento cómico. Os ignorantes dizem que vamos para lá dormir, como se fossemos dormir as 9 ou 10 horas do turno. Saberão lá eles que a noite é o turno mais difícil, pois é na noite que muitos doentes, mais idosos por regra, ficam confusos e agitados, levando-nos muitas vezes ao descontrolo emocional, impaciência e irritabilidade. Nem os super-enfermeiros escapam ao surrealismo das noites, mesmo os mais calmos e atenciosos atingem um ponto de colapso e bufam como uma panela de pressão. Não há hipótese, toca a todos.. O mau-humor instala-se, é bioquímico e quem leva a fava é o doente. É mesmo assim, não se surpreendam, reconheçam a verdade, muitas vezes o doente leva com os nossos desafogos.
As noites destroem-nos.
Fazer noites não tem preço, não se paga. Não quero que me paguem para desinsuflar saúde do meu corpo, mas tenho que as fazer e vou envelhecendo. Muitos não dão valor, principalmente os governantes, que nos pagam por isso com um suplemento cómico. Os ignorantes dizem que vamos para lá dormir, como se fossemos dormir as 9 ou 10 horas do turno. Saberão lá eles que a noite é o turno mais difícil, pois é na noite que muitos doentes, mais idosos por regra, ficam confusos e agitados, levando-nos muitas vezes ao descontrolo emocional, impaciência e irritabilidade. Nem os super-enfermeiros escapam ao surrealismo das noites, mesmo os mais calmos e atenciosos atingem um ponto de colapso e bufam como uma panela de pressão. Não há hipótese, toca a todos.. O mau-humor instala-se, é bioquímico e quem leva a fava é o doente. É mesmo assim, não se surpreendam, reconheçam a verdade, muitas vezes o doente leva com os nossos desafogos.
As noites destroem-nos.