quinta-feira, 28 de abril de 2011

Engenharias no Hospital


Custa-me a acreditar quando a incompetência é promovida.
No meu hospital parece que tudo passa pelo aval de um senhor que de saúde nada percebe.
Ele decide, ele manda, ele insiste, ele controla, ele não ouve, só ele é que sabe..
Há várias histórias e jogadas desse senhor…
Consta que havia um concurso para escolher um ecógrafo para Obstetrícia. Os obstetras testaram alguns e optaram por um determinado. Mas eis que surge o senhor que manda e decide por um ecógrafo que nem a concurso foi.
Huum.. Cheira-me a esturro...
Agora os  obstetras (que são aqueles profissionais que utilizam efectivamente o ecógrafo) são obrigados a utilizar um aparelho que não gostam, porque o senhor que sabe tudo, decidiu que assim fosse, porque ele é que sabe, ele é que decide e a opinião dos profissionais de SAÚDE nada interessa.

Em obras também é perito...

Obras na psiquiatria... ele é que sabe, ele é que manda e no final da obra as camas não entravam na enfermaria... Fantástico

E outras tantas haveria por contar...

Mais uma seta do Robin dos hospitais

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O livro das (s)ocorrências

Leio o livro de “ocorrências” de enfermagem e entre os vários problemas eternamente insolúveis e as várias lamentações esquecidas o que salta mais a vista são as infindáveis transferências efectuadas por enfermagem.
Enfº X efectuou a transferência do doente Z para hospital S. Marcos, saiu às 20h chegou às 23h, enfº P efectuou transferência de um doente para hospital S. João, saiu às 12 regressou as 14:30…
Tenho a sensação que se escreve apenas pelo acto descritivo, como se fosse um diário de bordo. Qual o sentido? Justificar a necessidade de mais um enfermeiro por turno? Justificar a necessidade de uma equipa de transferência? Dizem que sim... Mas não estamos a conseguir... E já lá vão anos, anos, anos e mais anos e o problema persiste.
Ainda num post recente falou-se deste problema das transferências, seria bom que os nossos superiores lá do piso 8 percebessem de uma vez por todas que se trabalhar com 7 enfermeiros na urgência já é por si só problemático para não dizer caótico, imaginem o que será com 6.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pânico na Urgência Pediátrica

A Urgência Pediátrica é certamente o pior sector de trabalho para o(a) enfermeiro(a) do Serviço de Urgência.
As queixas dos profissionais que lá trabalham são contínuas e demasiadamente graves.
Reivindicámos:

  • 2 elementos de enfermagem em permanência no turno da Manha e tarde (já para não falar da noite… É desumano deixar a Urgência Pediátrica à responsabilidade de apenas 1 enfermeiro. É impensável este sector ter 3 ou 4 pediatras para apenas 1 enfermeiro).
  • 1 assistente operacional de permanência (há apenas uma assistente para a Triagem e Urgência Pediátrica, dois locais extremamente exigentes).
  • Melhores e mais eficazes formas de segurança de profissionais e utentes (qualquer pessoa entra na Urgência pediátrica, quer por uma porta de acesso aos contentores, quer pela conivência dos porteiros e os episódios de ofensas aos enfermeiros e médicos são constantes).
  • Maior controlo do número de acompanhantes (pelo mesmo motivo anterior).
  • Maior e mais adaptado espaço físico (isto só será possível com obras ou com a nova Urgência que se fala... Há dias em que este local mais parece um cenário dantesco, com as crianças e pais amontoados num espaço ínfimo sentados no chão e em escadas.
  • Algum bom senso e critério da parte médica. (muitos são os pediatras que dão indicação aos pais de trazerem a criança a urgência como se de uma consulta externa se tratasse. Além disso nota-se cada vez mais um aumento absurdo e inexplicável nas prescrições, principalmente de procedimentos clínicos. Imaginam o que é um enfermeiro a executar 6 ou 7 procedimentos clínicos prescritos pelos 3 ou 4 pediatras para cada criança?! Parece que as prescrições são feitas como que se o enfermeiro se tratasse de uma máquina fabril.
  • Uma larga sensibilização aos pais para recorrer ao Serviço de Urgência só em caso estritamente necessário (aqui também os enfermeiros têm responsabilidades e deveres)
Espero que isto chegue a quem manda!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Integração de enfermeiros no novo Serviço de Cardiologia

A todos os colegas tenho que manifestar a minha felicidade quando soube que no projecto de criação/remodelação do S. Cardiologia, no que respeita aos recursos de enfermagem, foi projectado um período de integração (5 semanas) com passagem por vários serviços específicos na área da cardiologia. Adicionando a este período o facto de se tratar de enfermeiros provenientes de unidades bastante diferenciadas, parece-me que se está a desenvolver um processo adaptativo consistente, que garanta a segurança e qualidade dos cuidados de enfermagem.
Com isto só me resta felicitar o responsável pelo projecto de integração destes enfermeiros. Digo mais, gostaria de o felicitar pessoalmente.

Abel Campos


Concordo inteiramente com o Abel, devemos acima de tudo, realçar aquilo que se faz bem e não apenas aquilo que se faz mal, contrariando assim o negativismo característico deste blog
Aproveito desde já para desejar as maiores felicidades às enfermeiras Mabilda e Lurdes. São ambas uma perda enorme para o Serviço de Urgência e tudo merecem pois são duas excelentes pessoas e profissionais. E tal como avisei aqui, os bons profissionais continuam a sair da urgência… quem se segue??