quarta-feira, 15 de julho de 2009

Crónicas estapafúrdias vol. VII - Às vezes perco-me a tentar perceber a mente humana.


Nota prévia: Há já algum tempo que não editava as crónicas, por isso convém relembrar que todas as crónicas estapafúrdias são histórias reais, com personagens inventadas, para não ferir susceptibilidades.
O Enfº Y tinha recebido a informação, estava prestes a chegar ao SU um doente com o diagnóstico de tuberculose pulmonar, com alto risco de contágio. As medidas de precaução possíveis foram asseguradas e o senhor infectado seguiu directamente para o pseudo-isolamento do SU. Aqui , caros leitores, surge a primeira parte estapafúrdia.
Desde que se ergueu esta Urgência, há mais ou menos 30 anos, que existe uma sala que denominarei de pseudo-isolamento/sala de tratamentos/sala de espera de doentes para PSIQ-ORL-OFT. Tanto funciona para instalar doentes com tuberculose, como para, (em alturas distintas) deixar doentes à espera do psiquiatra ou, por exemplo, fazer um enema de limpeza a um doente ou ainda, mais recentemente, para deixar suspeitas de gripe A. É uma sala multi-usos!
Foi necessário a chegada do H1N1 para se começar a pensar em fazer umas obras a este pseudo-isolamento/sala de tratamentos/sala de espera de doentes para PSIQ-ORL-OFT, para que se torne unicamente (?) um isolamento à seria.
Para que tenham uma melhor ideia do que vos estou a falar, descrever-vos-ei o pseudo-isolamento/sala de tratamentos/sala de espera de doentes para PSIQ-ORL-OFT:
Dirigindo-se pelo corredor principal, encontra na 8ª porta à sua esquerda , a entrada para o pseudo-isolamento/sala de tratamentos/sala de espera de doentes para PSIQ-ORL-OFT, abre a porta, e vê um compartimento talvez do tamanho de um quarto de casal (de um apartamento modesto), no topo superior da parede de fundo, temos umas janelinhas, género as de uma garagem (do mesmo apartamento). Depois temos um lavatório dos anos 20 e um saco branco, e para terminar temos o ar condicionado ou incondicionado, pois mal funciona. Finalmente está em obras! Agora vamos ver é como vai ficar, pelo menos já estão a deitar paredes abaixo. Há males que vêm por bem.
Agora a segunda parte estapafúrdia,
O enfº Z equipa-se segundo as normas estabelecidas, para ir ter com o tal senhor que tinha uma tuberculose. Eis que entra em cena Dr X, (não sei se se recordam) e questiona enfurecido o Enfº Y: Quem é o responsável de turno? Quem é o responsável pelo enfº Z? Recebe a resposta e comenta, de forma a que acompanhantes, doentes e quem estivesse no seu raio de acção ouvisse, qualquer coisa do género: Só lhe falta levar o preservativo! Será que também leva preservativo?! A história foi difundida e pelo que se constou, a intenção não era ter piada, era mesmo criticar e condenar (o que está certo), mas se fosse para ter piada, não teve nenhuma, digo eu.. é por isso que às vezes perco-me a tentar perceber a mente humana.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Factor C ?!


Tenho recebido alguns comentários (que reencaminharei para este post), que mencionam dados estranhos acerca do concurso para entrada de novos enfermeiros na ULSAM. Sinceramente não tenho conhecimento real do que se está a passar, apenas ouvi uns rumores, por isso a exclamação e interrogação.
Convidei um anónimo, que abriu aqui neste blog esta discussão, para criar o post sobre este tema, mas ele(a) desapareceu. Os comentários que se seguem são da responsabilidade dos intervenientes... e minha, mas só acredita quem quer.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aos meus colegas do SU


Esta é uma carta destinada para a caixa de reclamações/sugestões do SU. Gostava que os enfermeiros do SU a lessem e manifestassem aqui neste blog a sua aprovação ou reprovação. Caso aprovem, refiram se, tal como eu, a assinam. Caso assinem, ela há-de chegar às vossas mãos. (ainda não sei é como, porque eu não vos a posso entregar)

Em qualquer local de trabalho torna-se essencial um ambiente minimamente saudável. Num serviço de prestação de cuidados ao utente mais ainda se tornará, por razões evidentes. Com um ambiente cordial e harmonioso a eficiência será potencializada, assim como o atendimento e bem-estar do utente.
É sabido que o conflito é comum nas relações inter-pessoais, devido à complexidade das diversas situações com que diariamente nos deparamos, o que não é compreensível é o conflito criado sem sentido.
Enumeras foram as vezes em que os enfermeiros desta equipa relataram no seu seio, como forma de descomprimir, situações lamentáveis e evitáveis, criadas nas tais relações inter-pessoais. Quase nunca estas situações, muitas vezes com graves contornos, são expostas a quem de direito, por receio de que o ambiente de trabalho se deteriore ainda mais, ou até porque as pessoas não se querem incomodar ainda mais.
Os enfermeiros encontram-se no meio de uma cadeia de classes, por conseguinte, estabelecem um maior volume de interacções profissionais. Consequentemente, são os que mais sentem a pressão do possível conflito, são os que mais o vivenciam e são os que mais sentem necessidade de uma intervenção exterior.
No nosso meio, a relação médico enfermeiro será indubitavelmente a mais decisiva, porém, lamentavelmente, é a que mais atritos gera. Não se pretende denunciar esta ou aquela situação lamentável, nem se pretende denunciar este ou aquele médico que tiveram atitudes infelizes. Pretende-se alertar as pessoas que têm a capacidade de mudar o rumo da situação, para evitar que estes episódios sejam frequentes e que evoluam para desfechos ainda mais infelizes, como por exemplo, possíveis agressões físicas, (como já aconteceu).
Sendo assim sugerimos:
Formação obrigatória para todos os profissionais, com o tema (p.e.) – “Saber estar, saber respeitar em trabalho em equipa”, ou consulta de psicologia obrigatória para todos os funcionários de (p.e) 5 em 5 anos, ou sempre que o profissional achasse importante.
Poderia ser uma medida inovadora e quiçá pioneira no nosso sistema nacional de saúde.

Os signatários,

Guilherme de Carmo

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Agora é convosco.. leiam, discutam, sugiram, cá vos espero..

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Polémica no Hospital de S. João

Após a controvérsia causada pelo enfermeiro que decidiu, e bem, escrever uma carta ao P.R, queixando-se de injustiça, perseguição e discriminação por parte da chefia de um serviço do Hospital São João, nova polémica acontece nesta imponente instituição de saúde.
Gilson Alves, interno de cirurgia cardio-torácica, está, desde esta 2ª feira, em greve de fome, num gabinete no próprio hospital.
Tal como todo o interno que quer dar mostras da sua dedicação e interesse, pediu inicialmente para assistir a cirurgias, mesmo após longas horas de urgência. A adrenalina, a vontade desmesurada de aprender, falavam mais alto que o bom senso. Depressa estes horários absurdos e desumanos se tornaram um hábito. Gilson Alves começou a ficar saturado, cansado de ser explorado. Ao contrário de muitos, não se calou. Manifestou a sua indignação, apontou os culpados e por isso foi castigado. Permanece desde Março confinado a um gabinete, onde nada mais fez do que magicar o plano que o poderia salvar deste precipício, idealizou a greve de fome, criou um blog onde movimenta todas as suas emoções, através de textos e vídeos. É aqui que recebe as centenas de comentários, maioritariamente a aprovar a sua causa. Poderão visitá-lo clicando neste link. Fiquem a conhecer a discriminação e calúnia a que foi sujeito.
Poderão vos surgir algumas dúvidas quanto à veracidade de tudo o que afirma, só estamos a conhecer a sua versão. Porém, a magnitude dos seus actos merecem no mínimo a nossa atenção. isto não se trata de um problema de um indivíduo, de uma classe, mas sim de um problema geral, que atinge muitos portugueses, das mais variadíssimas classe laborais. Despertem porque amanhã podem ser vós, ou um dos vossos, ou todos vós.