quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

O pinheirinho do Bloco!







Neste Natal o meu hospital teve duas boas iniciativas. Não podemos ser sempre críticos!
Aconselhou que não se enviassem, entre serviços, os tradicionais emails de Natal que entupiam o tráfego naquelas semanas pré-natalícias.
(Agora só falta continuarem esse bom espírito de gestão e controlarem melhor a difusão e destinatários dos emails enviados, porque eu não tenho nada que saber e nem quero saber que o diretor do serviço social ou do departamento de cirurgia ou neurologia ou etc, vão de férias e quem o está a substituir é X ou Y. É que ainda hoje tive meia hora a apagar emails).

A outra boa iniciativa foi um concurso de pinheirinhos de Natal no átrio principal, na entrada do Hospital. Concorriam os serviços que quisessem e no fim é escolhido o vencedor. Não sei se já foi a decisão, mas eu elegeria o do Bloco Operatório. Não sei quem foram os(as) artistas, mas estão de parabéns.
Deixo-vos com as imagens e os votos de continuação de Boas Festas e se não nos virmos, um ano repleto de saúde, felicidade, amizade, paz, solidariedade, fraternidade, prosperidade, amor!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A minha opinião sobre a Greve Cirúrgica 2


Há umas semanas atrás escrevia sobre a greve cirúrgica (GC), sobre o respeito pela sua iniciativa, mas também sobre alguma apreensão sobre a forma como estava organizada e como o dinheiro era gerido. 
Não tinha nada contra, nem a favor.
Não me opunha, nem apoiava.
Hoje, mudo a minha posição e irei apoiar, a GC 2 de todas as formas, caso se concretize, contribuindo para o fundo e incentivando outros.

E porquê?

A dúvida que tinha sobre a sua possível ilegalidade foi ultrapassada, os tribunais não a proíbem.
Apesar de ASPE e SINDEPOR terem rasgado o acordo de formas de luta em conjunto que tinham com o SEP, ao terem enveredado pela GC, sem lhes passar cavaco, apesar de achar ter sido uma sacanice oportunista, dou de barato, pouco me interessa. Esta greve não lhes pertence, pertence aos enfermeiros, como todas as outras. Mesmo a serem eles a decretá-la e porque era preciso que algum sindicato a decretasse, eu vejo esta greve como um movimento inorgânico, como pelos vistos agora se tem caracterizado. Não acredito em teorias da conspiração.
A GC, mesmo tendo o apoio incondicional da bastonária, figura onde não me revejo e por quem nutro uma antipatia significativa, pois já me atacou e provocou a nível pessoal, também dou de barato, pouco me interessa. Esta greve também não lhe pertence, apesar de lhe reconhecer mérito, porque tem dado o corpo às balas e não têm sido poucas. Mais uma vez não acredito em teorias de conspiração.
Outro motivo da minha mudança de posição prende-se com a classe médica, na representação do seu bastonário, que tem comprovado de facto, os fracos comentários que fui retendo, sobre a sua pessoa, principalmente no meu local de trabalho, onde ele também exerceu. Não pode garantir que não morram doentes devido à GC, diz o senhor, intensificando o alarmismo do povo e desviando as atenções de todos os lobbys médicos, com os quais se devia preocupar.
Fica-lhe mal, mas fazendo uma análise mais aprofundada, involuntariamente acabou por contribuir para a GC,  porque esta e todas as greves pretendem, de certa forma, fazer soar o alarme. Contudo seria bom que tranquilizasse o cidadão, referindo que a GC é às cirurgias programadas e quem define se um doente necessita de uma cirurgia urgente ou programada são os médicos, logo se alguém morrer a responsabilidade é de... ?
Por último, a minha mudança de posição ficou consolidada em definitivo quando, em pleno momento de luto da enfermagem, devido ao acidente com o helicóptero do INEM, a Sra ministra decide chamar os enfermeiros de criminosos. No dia seguinte telefona à ordem e sindicatos, pedindo desculpa e que o transmitissem aos enfermeiros. 
Muito prometia esta senhora, mas afinal é habilidosa. Da minha parte nunca terá perdão, porque não teve a humildade e a frontalidade de pedir desculpa publicamente,dirigindo-se a nós enfermeiros, sem intermediários, principalmente aos que estão sob pressão em greve.
A FENSE e o seu eterno líder também já deram sinais que se iriam aproximar da GC. Também não é de todo uma das minhas referências, mas também dou de barato, pouco interessa.
Quanto ao SEP, continua como sempre entre a espada e a parede. Se as negociações correm mal, o que é o mais provável pelo que se vê, serão os eternos culpados, os "Não me representam!" . Se há um volte-face e as negociações vão de encontro às nossas reivindicações, o que é pouco provável, será graças a GC/ASPE e SINDEPOR e não ao SEP.
Há o argumento de que estão em negociações, mas os resultados têm sido ridículos, o empastelar por parte do governo tem sido constante, muito pela ferrugem da (não) progressão. Mas também, pelos vistos há ministérios que negoceiam em plena greve. Com todos os sindicatos alinhados, não teriam muita hipótese de fechar portas.
O SEP terá que perceber a realidade . As greves convencionais não têm, nem tiveram os resultados que esperávamos e já passamos por imensas, a maioria já saturou.
Nenhuma, de todas as greves que me recorde, teve o impacto que a GC está a ter. Será inteligente desperdiçar este clima, esta fase e principalmente a determinação dos colegas dos blocos em greve?!
O SEP tem a sua estratégia há muito definida, dificilmente cede e se desvia dos objectivos traçados, porém a maioria dos colegas não vai compreender, nem aceitar isso. Assim prevejo que a próxima greve, na última semana de Janeiro, será ainda pior que a última de Novembro,caso não apoiem a GC.
Seria muito simples julgo eu, a parte complicada está feita. Bastaria apoiar. O efeito psicológico na classe e o tremor no Governo iriam ser imensos.
Faço um apelo a todos os sindicatos/movimentos, respeitem as perspectivas de cada um e ponham os orgulhos de lado.

Bom Natal meus amigos! 



quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A escola de hoje e de ontem


Ontem fui à minha antiga escola C+S (5° ao 9°ano) para comprar umas senhas para um jantar de Natal que lá vai haver.
Entrei e deu-me aquele sentimento nostálgico.
Guardo muito boas recordações daquela escola.. Era bom aluno, bom a correr e a jogar a bola, cheguei a ser delegado e sub-delegado de turma!!! 😁 Tinha amigos mais velhos, era respeitado, tive sorte, passei ao lado dos bullyings. 
De negativo, só me recordo quando era caloiro e uns imbecis do 9° C, que tomavam banho ao mesmo tempo que a minha turma, gozavam-me por não ter pêlos púbicos, na altura não percebia que quantos menos pêlos no corpo, melhor. 

Sabia exactamente o que estava de diferente na escola e já passaram mais de 25 anos.
Recordei os sitios onde passávamos os intervalos. Acho que o primeiro era de 5 minutos, depois 10 e o maior 15 minutos e depois voltava a descer, era assim, não? Em todos eles jogávamos futebol nos banquinhos de cimento, com uma bola de ténis. Era chegar à sala tarde e a suar.
Recordei os pães com chocolate Avianense no Bar, a 15 escudos.
Recordei os sítios onde decorávamos à última da hora a matéria para os testes, fazíamos as cábulas para os testes de fisicó-quimica, a sala de trabalhos manuais, o refeitório, a papelaria, a sala dos profs.... 
Naquele tempo não havia porteiros, com maior ou menor dificuldade saíamos para ver as miúdas das outras escolas e para algumas aventuras no monte Santa Luzia. Bons tempos.... 
Agora tudo ou quase tudo é diferente. Já não se vê tantas crianças a correr ou a jogar nos espaços ao ar livre, aliás não vi nenhuma. Entro na zona mais interna da escola, mais propriamente numa zona de mesas no corredor e vejo a maior parte dos putos a olhar para o telemóvel e quando falo em telemóveis não me refiro aqueles que apenas dão pra ligar, refiro-me a telemóveis com internet. Umas miúdas viam uns vídeos de música, uns rapazes jogavam videojogos e um outro via um video porno.
Bom, não estou nada contra o video porno, porque também os vi naquela idade. Deverão ser muito poucos os rapazes que com aquela idade não terão curiosidade , mas o que é preocupante é ser visto na escola. O que é preocupante é que o telemóvel passou a ser o foco e não a miúda ou o miúdo do 6°E, ou a bola de futebol ou a corda de saltar ou a macaca, ou o convívio entre amigos. 
Estamos perante um problema que vai levar a outros problemas de saúde publica/mental e ainda não percebemos bem o impacto que isso vai ter.