segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Faz-me espécie...


Às vezes penso que estamos a sofrer as consequências dos tempos das vacas gordas. Temos enfermeiros com anos consideráveis de serviço que ganham para cima de 4000 euros, por outro lado, temos enfermeiros com alguns anos de serviço que ganham para baixo de 900 euros, (tendo em conta que, na maioria dos casos, este último trabalha mais, tem mais responsabilidade e mais risco).
Outra coisa que me faz espécie são as ginásticas das chefias...
Ora agora vais chefiar o Bloco, depois, porque aquele senhor doutro quer, vais chefiar a Consulta externa, agora é melhor saíres da Consulta externa, porque parece mal, já lá há muitos chefes.
Ok boss..
Também há um serviço, se assim o poderei chamar, onde temos um enfermeiro chefe a chefiar um enfermeiro... imagino a complicação para fazer o horário e incutir dinâmicas de grupo. Depois temos a variante de um serviço com um enfermeiro chefe a chefiar zero enfermeiros. Ou seja, é um serviço onde o enfermeiro faz a coordenação... dele próprio. Também havia um célebre serviço onde coabitavam dois enfermeiros chefes para uma equipa, mas depois optaram pelo remendo mais acessível, dividir a equipa em duas, para assim encaixar as chefias. Por último, lá a beira lethes, temos o inverso, um enfermeiro chefe a chefiar duas equipas, constituindo-se assim um ser omnipresente. Tudo é possível, basta querer... e poder.

Chegou o Robin dos Hospitais!



Há um novo autor neste blog! Apelida-se de Robin dos Hospitais. Já alguns posts tinham sido publicados em seu nome, enviados para o meu email. Em jeito de comemoração do 1º aniversário do pddse, achei que devia torná-lo colaborador. Brevemente nas bancas um post da sua autoria. Promete...
Consulta o seu perfil na barra lateral "Quem é o Guilherme de Carmo, e já agora quem é o Robin dos Hospitais" e fica a conhecê-lo melhor. Não te esqueças... também tu poderás ser um colaborador, só é preciso originalidade, acutilância e pertinência.

sábado, 26 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Carreira, manifestação e política


... e a história continua, adiamento, reunião, retrocesso, manifestação.... e por aí adiante. Está mais que comprovado que o MS goza com os enfermeiros e trata-os com uma indiferença desmesurada.
Dou uma passagem pelos diversos comentários do blog doutor enfermeiro e desacredito cada vez mais na nossa capacidade em encontrar saída para este buraco, onde enfermagem se está a afundar. Vejo a maioria revoltada, furiosa com sindicatos, contra as formas de luta, (neste caso manifestações) e questiono-me, Porquê? Por que se revoltam contra as formas de luta, contra os sindicatos e não se revoltam contra o governo, mostrando a indignação.

E como se mostra a indignação?! A história prova-nos que é com manifestações, com a revolta na rua, diante do povo. Mas não... os enfermeiros são finos de mais, são chiques de mais para irem a manifestações, fica mal andar a gritar e a levantar bandeiras.
Claro que as greves são fundamentais, mas, lembrem-se disto colegas, para o povo, que é aquele que devemos ter como aliado, a manifestação é o maior sinal de injustiça. Mais uma vez vejam os professores e tantos outros exemplos, neste e noutros países, onde as classes saíram para a rua em massa e os governos tremeram e até ruíram. Imaginem uma manifestação de enfermeiros em larga escala!
Já há semanas, houve uma "campanha" anti PS pela blogsfera: "Enfermeiro não vota PS". Eu não quero acreditar que haja enfermeiros que o façam, que continuem a confiar na política que pisou esta e outras classes de trabalhadores, mais concretamente dentro da FP.
Eu não iniciarei campanha nenhuma, cada qual votará conforme os seus ideais, mas se de alguma forma vos ajudar com a alguma suposta indecisão e se vos interessar, deixo a minha preferência.
Eu cá votarei Bloco de Esquerda, e faço-o porque acredito no seu líder. Claro que os políticos são um pouco como os bancários, aliciar é com eles, mas na hora do aperto são como lobos, é sempre preciso ter o pé atrás. Mesmo assim, vejo o Louça como alguém inteligente, justo e com coragem, o único que, para mim, poderá constituir a solução dentro do vazio que nos apresentam.
O BE será o único partido com referências concretas a enfermagem, nos seus programas: Gestão das unidades do SNS: administradores seleccionados por concurso e directores técnicos por eleição dos respectivos corpos profissionais (médicos, enfermeiros); gestão participada por utentes e autarquias, sujeita a avaliação periódica pág. 22-Um programa de emergência para a formação de profissionais de saúde e para responder ao risco de ruptura de médio prazo com o agravamento da falta de enfermeiros e médicos;(pág. 24)-Integração de todos os técnicos de saúde especializados (médicos, enfermeiros, auxiliares) nos mapas de pessoal em regime de contrato de funções públicas.(pág. 25)-Providenciar formação continuada e ao longo da vida, enquadrada dentro da carreira profissional (carreira médica, carreira de enfermagem), e que não seja dominada pela indústria farmacêutica ou com custos incomportáveis para quem dela pretende usufruir.(pág. 26)-A formação de técnicos tais como médicos do trabalho, enfermeiros do trabalho, psicólogos, técnicos de segurança e outros, de molde a criar um quadro técnico competente e em número suficiente para cobrir as necessidades. (pág. 33)-O Bloco de Esquerda defende o princípio fundamental da separação entre o exercício de actividades privadas e públicas, criando-se uma carreira específica para profissionais de saúde dedicados em exclusivo ao SNS.
Estes são os temas, carreira, manifestação e política, quem quiser mande a sua posta e já agora vote na sondagem