quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Trabalhos moderados: um entrave à eficiência dos serviços?


Este é um tema delicado e que leva a muita ginástica da gestão em serviços de saúde.

Há pessoas com fortes limitações que de facto necessitam que lhes seja atribuído um trabalho moderado.
Há pessoas com limitações, com a atribuição de trabalho moderado mas provavelmente não justificado. Limitações todos temos, mas alguns também têm alguma apetência dramática, adicionada a uma preguicite crónica.
Há pessoas debilitadas, com problemas de saúde, em serviços de alta exigência física e há pessoas robustas, no esplendor da sua juventude, em serviços de pouca ou nenhuma exigência física.

Em serviços de saúde há poucos trabalhos que são moderados.
É preciso levantar, carregar, transportar, mobilizar, transferir, puxar, cortar, segurar, correr, empurrar, dobrar e agachar. Para isso é preciso força, é preciso gente.
Por vezes, o que vemos são poucos funcionários em serviços que requerem muito movimento e trabalho físico e no sentido oposto, muitos funcionários em serviços que não requerem muito movimento e trabalho físico... isto devido à grande questão: Trabalhos moderados.
Como disse, não é fácil gerir este assunto. É necessário uma avaliação rigorosa das juntas médicas, assim como um homogeneização na distribuição de recursos humanos.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Daqui a uns anos seremos enfermeiros medíocres


Actualmente, quer a nível interno, quer externo, somos conceituados. Já fomos elogiados publicamente por diversas individualidades e temos o respeito (da maioria) dos portugueses, lá fora a imagem é semelhante, já que somos requisitados por várias países, desde europeus a asiáticos.
Daqui a uns 10, 15 anos esta imagem vai começar a desvanecer e daqui a uns 20, 25 anos seremos enfermeiros medíocres. E porquê que tenho esta premonição?
É preocupante actualmente a qualidade dos alunos finalistas em enfermagem: conceitos teóricos muito fracos, postura, interesse e comunicação abaixo do razoável, destreza e capacidade técnica zero. Claro que há excepções, mas a maioria é assim.
As escolas têm responsabilidades? Têm também, porque parece-me que estagnaram na formação, desinvestiram no aluno. Será porque em poucos anos aumentaram exponencialmente o número de alunos admitidos (para depois irem para o desemprego)?
Actualmente o aluno quando lá chega, sejamos realistas, é um aluno a razar o medíocre, que entra para enfermagem com médias de 10, 11. É claro que este aluno pode tornar-se um excelente enfermeiro, mas também passou a tornar-se mais provável não o ser, comparativamente há uns bons anos atrás. Há uns bons anos atrás, entrava-se para enfermagem com médias de 15, 16 e até 17! É incontornável a diferença entre estes dois tipos de aluno, a nível de interesse, motivação, capacidade, conhecimento, postura, etc..
No meu tempo, nos estágios, havia maior investimento, interesse e iniciativa do grupo de alunos, havia também maior aproximação dos professores aos campos de estágio. Agora vê-mo-los apenas numa reunião inicial, intercalar e final, sem que o acompanhamento na prática tivesse sido feito, sem que se apercebessem sequer que um aluno finalista chega a um campo de estágio sem ter praticado técnicas básicas de enfermagem e pior que isso, sem ter noções de como é que elas são aplicadas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Alguém me convence a votar na Ordem?


Aproximam-se as eleições para a Ordem dos Enfermeiros.
Há uns dias escrevia de forma categórica que não ia votar. Hoje já coloco algumas reticências nessa afirmação.
Nunca votei, sempre achei e continuo a achar que temos uma Ordem fraca, irrelevante, nunca vi muita acção nem protagonismo, apenas viagens, obras imponentes, luxos e anúncios infelizes. Por isso sempre tive à margem das decisões, o que não é de todo correcto, mas a desmotivação falava mais alto para a abstenção e só o facto de entrarem todos os meses milhares de euros naqueles cofres, para sabe-se lá o quê, deixava-me e deixa-me revoltado.
Nunca fui nem sou anti-Ordem, tenho a perfeita noção que é necessária para a evolução da enfermagem, que a sua criação surgiu pela vontade e movimento dos enfermeiros, mas a visibilidade e o impacto que ela tem tido, junto dos enfermeiros, é quase zero. Todos os comentários que fui recebendo ao longo destes anos, em relação a aspectos que envolvem a Ordem, por parte de pessoas de confiança e com conhecimento de causa, nunca foram nada abonatórios, pelo contrário. Será que vai ser mais do mesmo ou haverá mudança?
Talvez esvazie a mente e leia os programas de cada um, talvez não...
Caso haja algum que se comprometa a reduzir pelo menos para metade o valor das quotas, avisem-me!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Regulamentos de horários - Queremos ou não queremos?


Ainda em dia de aniversário do Blog, levanto a discussão a temática do regulamento de horários de enfermagem, que tanto se tem falado por estas bandas.
Tanto nos preocupa que levou a uma enchente ao auditório do nosso Hospital, para esgrimir factos e opiniões com dirigentes do SEP, enchente essa que nunca se terá verificado para discussão de outros assuntos tão ou mais importantes para a enfermagem. Enfim, percebe-se e não se percebe.

Pontos a reter:

1- Em enfermagem, os turnos de 12 horas são ilegais e o sindicato, neste caso (SEP) não pode defender uma ilegalidade, por isso e por outros atropelos denunciados, propôs um regulamento de horário, que foi avaliado pela Administração e, pelo que consta, será implementado.

2- Todos os enfermeiros têm as suas preferências, uns preferem fazer turnos de 8 horas, outros 12, outros até nem se importariam de 24. Uns não querem fazer noites, outros não querem fazer tardes. Uns são rigorosos e exigem uma folga a seguir a uma noite, outros não se importam de trabalhar, porque até têm outro emprego e precisam de ceder, para receber. Todos têm o seu direito, mas para que seja possível conciliar os direitos e deveres de cada um, terá que haver um regulamento justo e abrangente, que contrarie o que demasiadamente se verifica, que se prende com o facto de uns serem persistentemente beneficiados em detrimento de outros, no que concerne à equitatividade de turnos.

3- Todos gostaríamos de estar mais dias em casa. Com 35h/semana e turnos de 8 horas já é complicado, mas ainda se torna, com 40h/semana. Os turnos de 12 horas iriam minimizar este prejuízo, mas todos temos que ter a noção e está estudado e comprovado, que turnos que ultrapassam as 8 horas são um risco para o utente e profissional, devido ao cansaço. E todos sabemos o desgaste a que muitas vezes estamos sujeitos.

4- Cada serviço, mediante a sua especificidade e motivação da equipa, pode em conjunto com a Administração, chegar a um "acordo" sobre a tipologia de horário. Poderá eventualmente acordar em turnos de 12 horas, mas em caso de problema grave associado à prestação de cuidados de saúde por um enfermeiro, nem Ordem nem Sindicato virá em defesa. Além disso, em caso de denúncia e visita da ACT, quem come a fava é a instituição.

5- Todos estes problemas terminariam e (quase) todos iríamos passar novamente a preferir turnos de 8 horas, se as 35h/semana regressassem. Esta é a batalha que se mantém a nível sindical e judicial e que muitos ilustres já defenderam para a função pública. É uma batalha muito nossa, porque sabemos que temos uma profissão de maior desgaste e por isso só com união e horizontes alinhados lá regressaremos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Greves institucionais desconvocadas.



A greve em Viana, assim como as greves previstas para outras instituições foram desconvocadas.
Finalmente há cedências da parte do governo nalgumas matérias, nomeadamente nos reposicionamentos do CITs, mas não só.
Finalmente algum avanço, apesar de não ser o desejado.
Formas de luta mais radicais, como se comprova, têm o seu impacto. Vale a pena continuar a lutar por aquilo que é justo.
Mais novidades sobre todas as matérias para breve!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fase decisiva - greves institucionais dependem do resultado da reunião entre o governo e sindicatos



Só o Ministério da Saúde/Governo será responsável pela concretização das greves institucionais já agendadas e de outras que possam vir a ser.
Reunião amanhã, dia 23, 15h30. O SEP considera esta reunião determinante para evitar as greves já agendadas:
- na Unidade Local do Alto Minho e Hosp. de Guimarães - 25 a 30 de set.
- nos Hospitais Tâmega e Sousa e da Póvoa da Varzim – 2 de out. –
- Hospital de Santarém – 26 de out. a 1 de novembro.
E para evitar que outras greves institucionais possam vir a ser agendadas.
Em causa a revalorização salarial dos enfermeiros, a reposição das 35h, a revalorização dos enfermeiros especialistas, entre outras matérias.
Sobre a justa reivindicação de proceder à harmonização salarial dos enfermeiros com CIT, na última reunião o Ministério da Saúde afirmou que não inviabilizava que as instituições avançassem para a harmonização. Neste contexto, nas reuniões entre o SEP e os Conselhos de Administração da ULSAM e Hospital de Guimarães foi assumido pelos respectivos presidentes que estariam disponíveis para proceder a esse reposicionamento.
Neste contexto, e face ao posicionamento do Ministério da Saúde a 15 de Setembro, o SEP espera que na reunião de amanhã esta questão seja “arrumada” de vez.
A não ser assim, o Ministério da Saúde/Governo serão responsáveis pela concretização das greves agendadas e de todas as que possam vir a ser!
http://www.sep.org.pt/files/2015/09/Setembro_-_reunio_MS_23.pdf

Entretanto em Viana...

 Após reunião de 9 horas com o CA do ULSAM determinou a assinatura de um memorando. Consulta a pagina do SEP para leitura do memorando.

É importante estarmos activos, informados e acima de tudo unidos

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Mais um post sobre exaustão nos prof. de saúde


Tem a sua piada este cartoon, mas quando os erros acontecem por causa da mensagem que ele pretende passar, a piada perde-se toda.
É o meu maior "medo" enquanto profissional - a probabilidade de errar e comprometer a saúde de alguém.
Com horas nocturnas, turnos sucessivos, com fracos e curtos períodos de descanso, a mente desleixa-se e torna-se errante. Os erros estão ao nosso lado, no dia a dia, uns mais ligeiros, por vezes mais graves.
A responsabilidade é de cada um de nós, que presta cuidados, mas também é de quem impõe 40 horas de trabalho semanal, de quem faz horários com pouco critério e de quem decidiu por turnos de 24h de trabalho. (*)

(*) turnos de 24 h afecta a classe médica. Esperemos que nunca chegue à enfermagem, julgo que nunca acontecerá... mas é algo que eu considero completamente incompreensível, quer pela saúde dos profissionais, quer pela segurança dos utentes.


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O que se passa com as chefias em Viana?

Já há alguns meses que os enfermeiros chefes andam em reuniões com a Administração.
Os comentários que se vão ouvindo são que os problemas persistem, parece não haver entendimento e o ambiente consta estar quente e azedo. Pareceres, advogados, Ordem, sindicatos, até um deputado socialista está envolvido (ver imagem). Afinal o que se passa?

De uma forma geral e e independentemente destas reuniões, a percepção que eu já tinha é que a enfermagem tem perdido poder e autonomia. As chefias não estão nem de perto nem de longe, como estavam há 20, 10 anos atrás. Será positivo ou negativo?

Para bem da enfermagem, dos enfermeiros e principalmente para bem da nossa da nossa instituição, seria importante um célere acordo.

Para vosso conhecimento e porque este documento é publico, decidi partilhar...


domingo, 23 de agosto de 2015

Greve dia 20 de Agosto - Adesão preocupante em Viana..


Quais as interpretações após mais uma greve de enfermagem?

Se a nível nacional fiquei mais ou menos animado com uma adesão a rondar os 70%. A nível local fiquei desapontado... 30% de adesão.

Não podemos ficar demasiadamente optimistas com uma adesão geral de 70%. Não é um numero animador, isto porque num passado recente, a adesão foi superior.
Para o governo pode ser um sinal de recuo.
Este resultado demonstra que deveremos continuar atentos, que não podemos esmorecer e que acima de tudo não podemos desistir dos inúmeros assuntos que estão pendentes há demasiados anos. A razão está do nosso lado, apenas queremos o que é justo.
Este é o período essencial, o período pré-eleitoral.

E o que correu mal a nível local?

Haverá maior motivação profissional?
Haverá mais medo?
Ter sido feriado municipal?
Descrença nos sindicatos?


domingo, 2 de agosto de 2015

É Barato!


11,10 Eur por 3 pacotinhos...
Depois é por isto que as pessoas não compram o que lhes é prescrito ou recomendado...

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Não sou assim tanto enfermeiro


Penso que todos já devem ter conhecimento da ultra-humilhação que os enfermeiros têm sido sujeitos nestes últimos anos. Anteriormente já era humilhação pelo vencimento, carreira congelada, corte radical de suplementos, sobrecarga de horários, falta de pessoal, licenciatura não reconhecida e remunerada como tal, 40 horas, etc etc
Mas agora tem sido ultra. Antros de trabalho que oferecem 2,5 eur/hora (ia escrever locais, mas antro é a denominação mais apropriada), Unidades onde os enfermeiros têm que limpar o chão e é melhor parar por aqui para não ficarmos mais mal dispostos. 
Temos a Ordem a condenar estes factos, mas recebe as quotas dos coitados que aceitam isto. Sim para mim são coitados e sim aceitam. Aceitam porque querem à força ser enfermeiros. Ora isto não é ser enfermeiro. Quem é enfermeiro valoriza o seu ofício, tem orgulho na arte apesar de estado em que está. 
Por um lado tenho pena destes coitados (peço desculpa, não consigo chamar-lhes colegas porque estão a ser coniventes com a ultra-humilhação à nossa classe), tenho pena porque vivem na ilusão que um dia tudo vai melhorar. Desenganem-se porque quem vos "oferece" 2,5 eur /hora, nada vai melhorar, porque quem te humilha nunca te há-de valorizar.
Por isso digo que não sou assim tanto enfermeiro, preferia ser especialista em desodorizantes, que sempre seria muito mais digno do que ser (esse) enfermeiro.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Enfermeiro Graduado vs especializado (*)


Desde que a carreira de enfermeiro-chefe se eclipsou, surgiu um novo cargo - enfermeiro coordenador.
Alguns apressaram-se a tirar a especialidade, com o objectivo de ter mais "créditos" para assumir este novo cargo nos serviços. Apesar de um enfermeiro com especialidade poder ser um bom gestor, uma especialidade não confere capacidade de gestão, nem pretende conferir.
Os enfermeiros com especialidade, apesar de, actualmente, não verem reconhecimento, quer remuneratório quer estatutário, pretendem acrescentar mais-valias para a prática. O que vemos hoje em dia são enfermeiros a investir em especialidades médico-cirúrgicas ou de reabilitação por exemplo, mas a intenção é a coordenação e não a aplicação dessas aprendizagens para a melhoria dos cuidados ao doente.
Defendo que um enfermeiro que pretenda coordenar uma equipa deva ter formação para o efeito.
Defendo que entre um enfermeiro mais graduado e um enfermeiro com especialidade, seja o primeiro o escolhido para assumir funções de chefia.
O mesmo se aplica para seleccionar responsáveis de turno.
Caímos no ridículo de ver jovens enfermeiros com especialidade, com poucos anos de experiência, a assumir lideranças quando na mesma equipa há enfermeiros com vasta experiência e capacidade de liderança.
Não digo que os novos não sejam capazes de tal exigência, mas prefiro os velhos.
Não digo que todos os mais graduados terão perfil de líder, mas com os perfis certos e semelhantes, entre um e outro, seria o mais graduado que eu colocaria a liderar.

(*) entende-se por enfermeiro especializado, aquele que detém a especialidade numa determinada área, mas que apesar de desempenhar funções (ou não) nessa área, não é remunerado nem reconhecido como enfermeiro especialista.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Paralisação dos TAE vs Greve de enfermagem









Hoje o telejornal abre (e bem) com a notícia sobre a paralisação dos técnicos de emergência, sublinhe-se que não foi uma greve.
Há uns dias atrás, com os 2 dias de greve dos enfermeiros, tivemos notícias flash, no último terço dos telejornais e alguns canais nem relevância deram ao acontecimento.
Sei que tivemos ofuscados pelo fenómeno JJ, mas isto só prova que somos pouco importantes para a opinião pública.
Fico satisfeito pela visibilidade que deram aos técnicos de emergência e espero que consigam justiça, no lado oposto, fico desiludido com aquilo que representámos para a comunicação social.
O que está errado?
Será que precisamos de nos atirar para o chão e empurrar polícias, como os lesados do BES? 
Não tenho dúvidas que sim, neste país só o futebol e violência têm audiência.

Outro ponto à parte a reter, é a greve de 1 mês que os técnicos de emergência anunciam. Será que precisamos seguir este formato?
Não tenho dúvidas que sim

Erros de comunicação entre enfermeiros e médicos


Uma das piores coisas que me podem fazer em trabalho é desvalorizar as informações que dou, relativamente ao estado de um doente e pior que isso é recebê-las com sarcasmo e indelicadeza.
Sei que trabalhámos sob pressão, com falta de pessoal e sei que há profissionais que não conseguem lidar com várias situações críticas ao mesmo tempo, mas ninguém (pelo menos os profissionais de saúde) têm uma responsabilidade directa nisso.
Há médicos que respeitam o que lhes é comunicado, alguns agradecem até, porque aquela informação é importante para o sucesso do seu trabalho, para o sucesso do trabalho em equipa, outros precisam de desenvolver essa capacidade, porque caso contrário cai por terra o sentido de cooperação, confiança e segurança entre elementos de uma equipa que tem objectivos comuns. Além disto, o que eventualmente poderá acontecer é o emissor "passar-se da cabeça" e responder igualmente mal... ou pior.


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Greve 4 e 5 Junho - A última fase de pressão até às eleições.


Temos deveres, mas também temos direitos!
Este é o momento para nos unirmos, na luta pelos nossos legítimos direitos.
Demasiados assuntos pendentes desde há anos, para os enfermeiros. Bem sabemos quais são, não vale a pena repetirmo-nos a enumerá-los.

Todos estamos cansados de greves e lutas, que por vezes pensamos que não levam a lado nenhum, mas ficarmos parados e coniventes com as irregularidades e injustiças a que estamos sujeitos, isso é que não leva mesmo a lado nenhum.
Eu penso assim, e tu?

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O caso do bulliyng na Figueira, visto por mim.


Ontem as redes sociais foram inundadas com partilhas e comentários sobre o caso de bulliyng de adolescentes na Figueira da Foz.
Recusei-me a ver o video, porque já sabia que iria ficar mal disposto, revoltado e de certa forma, deprimido por ver o que o ser humano é capaz de fazer.
Hoje em dia já tenho o bom senso de triar e não ver muito lixo que passa pelas redes sociais, lixo esse que é prejudicial à nossa harmonia espiritual, consequentemente à nossa saúde. Por isso, fica o conselho.
Mas era inevitável, os telejornais abriram com essa notícia, fui como que "forçado" a ver.

Mais do que a estupidez e a brutalidade dos adolescentes, revolta-me a estupidez e a brutalidade dos comentários dos adultos que leio nas redes sociais, alguns deles de figuras públicas.
Claro que depois de ver o vídeo dá vontade de dar um par de tabefes a todos os agressores, desde às que batem, aos que amarram, passando pelo(a) que filma, mas nunca poderia passar de uma vontade, de um pensamento, para talvez tentar aliviar a fúria que aquelas imagens nos proporcionam, porque caso contrário estaríamos a descer ao mesmo nível dos agressores.
Não entendo as pessoas que têm uma fome imensa por julgar os outros, por ameaçar e insultar. A totalidade ou quase totalidade dos comentários que leio, contêm insultos e ameaças de alto grau de complexidade e gravidade, algumas chegam às próprias páginas dos agressores. Já pararam para pensar que isso é bulliyng também?
Imaginam se agora uma das adolescentes se suicida? É possível... depois de tudo o que se está a passar e depois de todos os insultos e ameaças que é alvo. Como é que tu, que insultas e ameaças te sentirias?
Não seria melhor escrever quem é que são os responsáveis, além dos agressores?
Não seria melhor escrever quais são as soluções para que isto seja minimizado? Sim minimizado, porque isto sempre houve e sempre haverá, não se iludam.

Além de todos os agressores, os responsáveis são os pais, são as escolas, são os facebooks, os Ídolos, as casas dos segredos, as novelas, os desenhos animados, and so one and so one...
Soluções? repensar o sistema educativo, formar e responsabilizar os pais. Proibir alguns conteúdos televisivos, responsabilizar os meios de comunicação social, and so one and so one

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Quando as mães espremeram as mamas



Para que daqui a uns anos recordemos que este foi o mês em que se soube que hospitais exigem provas de leite às mães trabalhadoras, por coincidência enfermeiras.
Porque não devemos esquecer quando nos pisam.

Há dois pontos que considero relevantes neste caso.

1. Como é que médicos põe em causa a veracidade de um atestado passado por um colega.

2. Entende-se a causa desta absurda medida. Há mães que de facto não estão a amamentar e estão a usufruir da licença de amamentação, mas essas são as mães que necessitam desse tempo para estar com os seus filhos, precisam desse tempo para criar os seus filhos. Que se discuta este caso para que se chegue talvez à conclusão que é importante a mãe e/ou o pai, terem uma redução de horário para estarem mais presentes na educação dos seus filhos, pelos menos até os 12, 14 anos, diria eu.


Aplaudo a Ordem dos médicos, com estas considerações

domingo, 26 de abril de 2015

Luís Gouveia Andrade: médicos e enfermeiros – quando 1 + 1 é maior do que dois


Circula na net, um excelente artigo do Jornal Médico.pt, cujo autor é o médico Luís Gouveia Andrade.
De seguida, selecciono alguns excertos, mas consultem aqui o link com o artigo na integra. No final faço o meu curto apontamento.
" (...) penso ser consensual que os dois grupos que mais interagem com os pacientes e entre si são os médicos e os enfermeiros.
A relação entre estes dois grupos tem sofrido evoluções ao longo do tempo mas pauta-se ainda por desequilíbrios diversos, com origens diversas, que geram uma percepção enviesada das competências de cada um e, por consequência, afectam toda a cascata de comunicação. Quem é o principal prejudicado neste processo? O doente.
Pessoalmente, nunca consegui compreender as dificuldades de relacionamento entre profissionais que exercem a sua função na saúde, que têm como missão central proporcionar bem-estar aos doentes (...).
Por um lado, vejo os médicos a encararem os enfermeiros como seus subordinados, a quem não devem explicações, exigindo somente a execução de gestos de enfermagem de uma forma acrítica e não modulada por critérios clínicos. Por outro lado, vejo na Enfermagem um sentimento de frustração e de revolta face aos médicos, por considerarem que estes dedicam menos tempo aos doentes, que não os envolvem nas decisões terapêuticas e por se sentirem menosprezados por eles. E pior do que isso, este clima de conflito é estimulado desde a Faculdade, onde os alunos são logo formatados para verem nos outros grupos não parceiros mas “seres” diferentes de quem se deve desconfiar…
As actividades exercidas por médicos e por enfermeiros são, obviamente, distintas mas são absolutamente complementares. Os gestos que cada um executa e o modo como são executados são centrais para o sucesso terapêutico. 
A transmissão desse calor humano deveria ser, deve ser, da responsabilidade de todos os que estabelecem contacto com os pacientes (...). Mas, pela maior frequência de contacto, é aos médicos e enfermeiros que cabe a maior “fatia” nessa corrente afectiva.
A ausência de uma eficiente cooperação entre estes dois grupos implica má comunicação, aumento do risco de erro e um ambiente global de desconforto que é facilmente captado pelos doentes, aumentando a sua ansiedade, diminuindo a sua confiança nas equipas e prejudicando a sua recuperação.
Os meios para se conseguir uma saudável colaboração entre enfermeiros e médicos são múltiplos: a participação conjunta em reuniões clínicas, a discussão em comum dos processos clínicos dos doentes, a manutenção de fichas clínicas devidamente preenchidas e organizadas por ambos e uma regular comunicação entre ambos. 
É igualmente importante que as respectivas competências sejam respeitadas e que cada um saiba qual o seu papel na prestação de cuidados de saúde. Contudo, essa compartimentação de funções não deve ser estanque e o espírito de entreajuda e de bom senso deve imperar. (...)
A comunicação em saúde assume um papel preponderante e, quando ela falha, os riscos que se correm são elevadíssimos. O número de mortes em ambiente hospitalar relacionadas com falhas de comunicação tem sido alvo de inúmeros relatórios e é significativo. E mais do que isso, são mortes facilmente evitáveis.
Provavelmente, o aspecto mais importante no que se refere à criação de um bom ambiente de colaboração entre médicos e enfermeiros passa apenas pelo respeito mútuo, pela saudável convivência entre todos, pela clara definição dos papéis e competências de cada membro da equipa, pela existência de uma liderança inequívoca, pela capacidade de assumir erros e definir estratégias para que não se repitam e, como referi, por uma comunicação constante, clara e eficaz. (...)
Enfermeiros e médicos, trabalhando em conjunto, respeitando o seu espaço, respeitando-se entre si e comunicando abertamente, serão capazes de oferecer aos seus doentes uma abordagem verdadeiramente holística, onde cabe o tratamento da doença, o conforto afectivo e o respeito que lhes é devido.
Para um doente pode ser tão importante a eficácia de um medicamento ou de uma intervenção cirúrgica como é uma palavra amiga, um gesto de carinho, alguns minutos de atenção. Enfermeiros e médicos podem e devem conjugar todo o seu saber técnico e o seu humanismo para proporcionarem aos pacientes tudo o que eles precisam e merecem.
Se o fizerem em conjunto, em equipa, num espírito de sã cooperação, os resultados serão excelentes e, seguramente, muito superiores aos obtidos individualmente.
A união faz a força: eis um chavão que aqui adquire a sua máxima verdade…"
Depois de ler este artigo, confesso que fiquei com aquela sensação de inveja... o artigo é tão verdadeiro, traduz tão bem aquilo que eu sinto, que queria ter sido eu a escrevê-lo! Fica também a sensação que muito do que aqui está escrito é uma utopia. A realidade, de facto, tal como pretende dizer o autor, não é esta. O que fazer então? Os indícios estão lá... começar por mudar a "formatação" nas Faculdades. 
Dessa forma, talvez daqui a 15, 20 anos chegaremos a essa utopia, que outros países mais avançados, já atingiram. 

domingo, 19 de abril de 2015

Alcoolismo na saúde



Não se compreende como é que um bar de um hospital vende bebidas alcoólicas.
Não se compreende como é possível um funcionário beber seis cervejas (33 cl) ao longo de um turno.
Também não se compreende como alguém é capaz de fumar num serviço de reparações de equipamentos, num serviço de componentes mecânicos e eléctricos. (Já tinha escrito sobre este assunto em particular, num post anterior, mas repito, porque a situação mantém-se)

Já várias vezes abordámos estas problemáticas (vide etiquetas alcoolismo, drogas), o que fazer então para combatê-las?

terça-feira, 7 de abril de 2015

Rewind, get set go!




Em resposta ao seguinte comentário sobre a eliminação do post anterior: 
"Realmente custa-me muito estar a escrever aqui,um comentário desagradável, (...).O meu desagrado tem a ver com a eliminação do post anterior, a que se referiam ao serviço de urgência e UCI, foi retirado por que é que será? já não há democracia aqui no blog?sinceramente que falta de respeito....."

Poderemos dizer que há dois tipos de bloggers, os bloggers temáticos e os bloggers problemáticos. 
O primeiro aborda assuntos triviais, como sobremesas ou crochet e aí pode ou não identificar-se. O segundo escreve sobre assuntos delicados e não pode identificar-se.
E porque razão não se pode identificar?
Porque o mundo, por muito que nos custe, não é um lugar perfeito, onde cada um pode escrever ou desenhar o que lhe apetece.
Eu pertenço mais ao segundo tipo.
Sendo assim, um blogger problemático (BP), tem que preservar o seu anonimato se quer uma total liberdade de expressão. Quando o seu anonimato é comprometido, a sua liberdade de expressão fica desde logo condicionada.
Por isso eu sou e serei o Guilherme de Carmo, mais condicionado enfim, isto porque cometi erros e a minha capa foi destapada por alguém, alguém que eu pensei que a resguardasse, mas assim não sucedeu. 

Mas um BP não tem capa nem quer ser um herói, quer sim ser um impulsionador de ideias, um gerador de argumentos. É alguém que busca a verdade, verdade essa inconveniente por vezes. É alguém que acredita na justiça e desacredita em tabus.

Um BP não é o senhor da palavra, para isso teria uma página onde escrevia para si próprio. Um BP tem uma opinião e deseja que outras surjam. Espera uma concordância ou uma discordância argumentada.
Tem um ponto de vista, às vezes certo outras vezes errado, e sente-se feliz quando alguém tem a capacidade de o saber mudar.
Um BP corre sempre riscos, corre o risco de ser mal interpretado, corre o risco que leitor conduza o que está escrito, para o lado que lhe convém.
Um BP sabe que não pode ou não deve mencionar instituições e/ou pessoas e respeita essa premissa como sagrada. Sabe que não pode ou não deve publicar imagens e vídeos de pessoas e instituições e respeita essa premissa como sagrada. Orienta-se pelo dito, "enfia a carapuça, quem quer".

Um BP é vertical não muda a sua opinião consoante as circunstâncias, é firme nas suas convicções e é o único responsável por aquilo que escreve.
Um BP sabe em quem pode confiar, sabe quem lhe garante uma verdade incondicional.

Eu sou um BP, tenho um orgulho imenso no que construí.
Mas antes disso sou um profissional que luta para o ser diariamente, sou um profissional que dispensa atritos com quem quer que seja.
E depois disso e acima de tudo,
Sou pai e há riscos que não se correm.

Em memória do meu avô que me "passou" os valores de justiça e liberdade incondicional.

terça-feira, 17 de março de 2015

Nasceste para ser enfermeira

Nasceste para ser enfermeira, para cuidares dos mais vulneráveis.
O teu dom era especial, transmitias segurança e conforto aos teus meninos, aos teus doentes.
Vão sentir a tua falta... Nós vamos sentir muito a tua falta.
Todos falam de ti com um carinho desmesurável.
Já não é o mesmo sem ti, fica um vazio.
Saudades daquele teu jeito divertido, irrequieto.
O teu exemplo de profissionalismo e humanismo perdurará.
Nunca me vou esquecer de ti madrinha.

quinta-feira, 12 de março de 2015

O senhor que (não) trabalhava no Hospital

Era uma vez um senhor que (não) trabalhava no Hospital de Viana como administrativo. 
Ele tinha um poder especial, o poder de trabalhar de forma não presencial. 
O hospital pagava-lhe, mas ele nunca estava presente para trabalhar. Minto... vi-o uma, talvez duas vezes, ao longo dos vários anos de dispensas sindicais e politicas que usufruía. Há gente que nunca lhe pôs os olhos em cima. Alguns dos próprios colegas só o conheciam de nome!
Conseguia ter a capacidade de multiplicação  do direito de dispensa sindical e adição ao direito de dispensa para cargos políticos, ao ponto de estar eternamente dispensado. Fantástico e apreciável esse senhor!
O Estado pagava-lhe para ele dirigir a sua actividade sindical. Fantástico e apreciável este Estado também. Tinha tempo para dirigir uma Junta de uma terriola qualquer e ainda tinha tempo para ser árbitro de futebol ao mais alto nível!!! Só não tinha tempo para trabalhar! 
Não! Não é comédia! É a realidade!
Hoje é director da Segurança Social de Viana do Castelo!
Mais um vómito...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Subcontratação, favorecimento, precariedade


Subcontratação, favorecimento, precariedade são conceitos cada vez mais em voga no nosso meio.

Empresas de subcontratação nascem como cogumelos, com lucros incríveis à custa da exploração e precariedade de contratos dos seus trabalhadores. O desespero e a esperança de que melhores dias virão, leva a que estas pessoas aceitem o chulanço. Mais revoltante ainda se torna este jogo de interesses, quando os gestores destas empresas desempenham cargos de destaque nas empresas requisitantes. Que vómito é este? Enoja-me este sistema, revolta-me este governo, indigna-me esta conivência e passividade. Somos o país do favorecimento, do facilitismo, da corrupção! Vergonha!

Primeiro foram os assistentes operacionais, com histórias de favores pelo meio dos contratos, contratos estes, execráveis.
Depois foram os médicos, aqui já do conhecimento público, com as notícias de lucros milionários por parte das empresas de subcontratação, com a colocação de médicos à tarefa, devido à paranóia do surto da gripe.
Agora são os enfermeiros com contratos de 2 meses pela mesma paranóia. Como é possível? Onde anda a Ordem dos enfermeiros? Enfermagem era o exemplo do profissionalismo e responsabilidade, com processos de integração planificados, rigorosos e dentro de um período de tempo razoável. Agora a integração nos serviços deve demorar talvez um turno... se tanto. Os erros são inevitáveis, quem são os responsáveis? 

São necessários mais enfermeiros? Evidentemente que sim. Não é pela paranóia das gripes que o são, são necessários mais enfermeiros desde há anos! Não é de agora. Agora vê-se até nas redes sociais anúncios "urgentes!" de contratação de enfermeiros...
O Ministério não constata a realidade, não prevê, não planifica, depois cede a alarmismos.
São necessárias empresas para contratar profissionais?! Não há gestores suficientes num hospital para assumir a contratação? É assim tão complicado lançar um concurso e seleccionar candidatos? Bom é pagar milhões a oportunistas!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

4644 € perdidos na Ordem dos enfermeiros


A conta é simples

9 € x 12 meses x 43 anos de trabalho = 4644 € entregues à O.E, por cada enfermeiro, ao longo da sua carreira.

Pra quê? Pergunto eu.

Com este dinheiro casava-me!

Até dói...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Mortes nas Urgências - médico a solução, enfermeiro a besta


Olá Olá amigas e amigos! 
Tenho de facto andado desaparecido, não tenho tempo pra nada. Muito trabalho, muitos turnos... o que por um lado é bom, porque ganho muito dinheiro com as horas suplementares, mas por outro é mau, porque não tenho tempo para as lições de piano, fazer esqui alpino, ver a casa dos segredos, enfim... não dá.
Bom, tema do dia, ou da semana, ou da época: MORTES NAS URGÊNCIAS.
Primeiro ponto pessoal (e este é principalmente para os não profissionais em saúde). 
As pessoas anteriormente já morriam nas Urgências, ok? E morriam em espera. Aliás os doentes morrem todos à espera... à espera de melhorar, mas infelizmente não melhoram. Por vezes melhoram e principalmente nesta época, alguns vão para casa pior do que o que vinham. 
Estou a ser um bocado sarcástico, parvo até, mas é propositado, isto para que se perceba que, sim, ok, é mau o que se está a passar neste período, com as mortes de doentes em espera de observação, maaas coisaaaas máaaas aconteceeem durante todo o anooooo nas Urgências em Portugaaaal (parecia o ministro da economia agora, lembram-se?) Genial genial.
Mas ok, é melhor que nada, é bom que se fale, pelo menos agora. O que não aceito é a forma como tudo vem cá para fora, o jeito distorcido com que a comunicação social trata este assunto, colocando o médico como a solução e o enfermeiro como a besta. Mania da perseguição? Não! Vejamos. A falta de médicos é de facto um (e não o) grande problema, mas a falta de enfermeiros e acima de tudo a FALTA DE ASSISTENTES OPERACIONAIS, são efectivamente os outros grandes problemas. Para piorar o cenário, colocam o enfermeiro como um provável culpado do "crime" ao noticiar coisas do género: Doente com pulseira verde morre, depois de esperar 6 horas por um atendimento. A cor da pulseira é totalmente irrelevante para o problema. Os doentes morrem, não pela cor da pulseira que o enfermeiro atribui, mas sim pela deterioração do seu estado ao longo das várias horas de espera. Uma pulseira verde, neste caso, estabelece que o doente poderá esperar em hipotéticas condições de segurança durante 2 horas, tudo o que vem a seguir deixa imediatamente de ser da responsabilidade do enfermeiro da triagem. Depois há outra questão, que é exactidão, ou falta dela, da triagem de Manchester, mas isso são outras questões.
Resumindo, a solução para tudo isto passa apenas por dois conceitos: GESTÃO E RECURSOS, ou recursos e gestão, onde os recursos são multidisciplinares e a gestão é inteligente... Bem vou acordar agora..
Até breve amigos!
Só uma curiosidade pessoal, estão a ver a foto? Equivale a um vinte avos do corredor da Urgência de Viana... agora pensem